O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






terça-feira, 24 de julho de 2012

Degustação de vinhos californianos

Olá pessoal, tivemos aqui em Guaratinguetá, mais uma degustação conduzida pelo Marcos, proprietário da Adega Cunha. O foco desta vez, esteva nos vinhos californianos,conforme segue a lista:

Estrada Creek Cabernet Sauvignon  2008  Lodi (Napa):  R$ 65,00. Foi o vinho que melhor evoluiu na taça, mas fica aquém dos cabernet chilenos de mesmo custo.
Estrada Creek Merlot  2009  Lodi (Napa):  R$ 65,00. Merlot bastante elegante, muito semelhante à um Pinot noir, mas por este preço, encontra-se merlot e pinot melhores.
Estrada Creek Zinfandel  2007  Lodi (Napa): R$ 65,00. Para mim e para a maiora dos presentes, o melhor vinho da noite. Elegante, raçudo, complexo, um Zinfandel raro por este preço.
Sunset Red  Burnside Road  2007  Creek Valley:  R$ 79,00. Um mega-corte que resultou em um vinho muito balanceado. Honesto.
Bogle Petite Syrah  2008  Lodi (Napa):  R$ 87,00. Já comentei este vinho no blog: bom, mas enfrenta concorrentes de peso nesta faixa de preço.
Bogle Pinot Noir  2008  River Valley: R$ 119,00. Muito bom, mas caro...
É isso, meus amigos. Até a próxima!
 

Auguste Bessac Lirac 2010: um enorme mico do Clube Wine!

Antes que o pessoal da Wine fique irritado comigo, quero deixar claro que ninguém chega ao sucesso por acaso e a Wine chegou ao seu estrondoso sucesso devido à enorme competência de sua equipe, mas deslizes ocorrem e o principal intuito deste blog é o de informar aos leitores sobre vinhos e sua qualidade. Claro que a minha opinião não é profissional e muitas vezes discordante com a opinião do leitor, mas será que todas as opiniões profissionais são confiáveis? Relembre o episódio Jay Miller/Robert Parker e tire suas conclusões. Claro que não sou dono da verdade, mas algo eu posso ter orgulho em dizer: o Adega para todos não tem propagandas e não guarda vínculo com nenhuma importadora ou distribuidora de vinhos, sendo que todos os vinhos degustados e comentados neste blog foram adquiridos por mim, o que faz deste blog uma ferramenta altamente confiável no quesito honestidade, embora as opiniões podem sempre divergir. Sem mais, vamos ao mico, ops... quero dizer, ao vinho. Este vinho de Lirac, sub-região do Rhône, é elaborado à partir de grenache, cinsault, mourvèdre e syrah, não passa por barricas de carvalho e foi o vinho do mês de junho do clube wine. Coloração rubi-violácea, sem traços de evolução. Aromas de frutas vermelhas do bosque, que evoluem para framboesas e amoras maduras, tudo muito frutado. Em boca, tem baixa acidez, taninos bem discretos, corpo leve para médio e final curto. É um vinho bastante frutado, fácil de beber e com pouca complexidade. Não, não é ruím, apenas não passa de mediano, algo bem simples, feito para o dia-a-dia. Agora, francamente clube wine, encontramos vinhos argentinos e chilenos com a mesma base frutada, simples e com custo bem mais baixo que os R$ 72,00 cobrados pela wine, para sócios. Um vinho sem passagem por madeira por mais de R$ 50,00? Na minha opinião, só burro para comprar! Experimentem o Alfredo Roca Malbec (R$ 18,00) ou o Porta da Ravessa (R$ 16,00) e tirem suas conclusões. Nota: 85 pontos. Avaliação custo-benefício: *

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Las Moras Gran Syrah 2006

A Syrah vem ganhando admiradores em todo o mundo, devido à sua complexidade, estrutura e capacidade de se adaptar nos mais diferentes terroirs. Existe syrah de clima quente, syrah de clima frio, syrah de altitude, syrah marítimo, syrah varietal, syrah blend, syrah rosé e por aí vai... Os melhores vinhos de syrah do mundo estão no Rhône norte (França), mas encontramos ótimos syrah na Austrália, Chile, África do Sul, além de boas tentativas no Alentejo, Sicília e Argentina. Na Argentina, a syrah encontrou seu refúgio em San Juan, talvez mais devido à necessidade desta região em ter uma uva emblemática, visto sempre estar em segundo plano em relação à Mendoza, do que pela própria qualidade da uva neste terroir. Independente dos motivos que levaram San Juan à apostar na syrah, hoje falaremos de um dos três principais vinhos de syrah desta região. Trata-se dos Las Moras gran syrah, um blend de syrah, elaborado com uvas 100% syrah de três vinhedos distintos, com altitudes diferentes e que passa 18 meses em contato com barricas novas de carvalho francês. Sim, é um vinho nuito bem trabalhado e uma espécie de resposta de San Juan à Mendoza de Catena Zapata, com o seu Malbec argentino (blend de malbec). Como se vê, o processo de produção é bastante cuidadoso, o que ma causou espanto ao encontrar este vinho no Spani atacadista por R$ 29,40 !!! Como pode? Ainda mais, sendo de uma safra especial como a de 2006? Algo estranho soou no ar e comprei para tirar a prova. Pesquisei na internet e descobri este vinho com preço variando entre R$ 72,00 e R$ 110,00! Coloquei na taça e o aspecto inicial não me empolgou: vermelho granada com reflexos algo violáceos, pouca transparência e brilho discreto. Lágrimas vigorosas, mas mnchas sutis e com pouca potência. Fui para o nariz, o qual se mostrou discreto em tudo: álcool, aromas, etc. Necessitou de um pouco de tempo para que o vinho começasse à abrir, onde enfim demonstrou frutas negras em compota, cedro, especiarias delicadas, toques balsâmicos, folhas secas, defumado e toque de resina, alta complexidade para um varietal de syrah e que só narizes com um certo tempo de treino captam com um pouco de paciência. Na boca, mostrou-se com médio corpo, taninos polidos, acidez preservada e mais intensa que os habituais vinhos de Mendoza, final médio e uma evolução taça à taça, que torna o vinho bastante divertido. Não é um vinho popular! Eu ousaria dizer que é um vinho elitizado, que tem uma clientela definida, por isso corre o risco de desagradar muita gente, porquê foge completamente do óbvio. Quem não está acostumado à beber um vinho um pouco mais envelhecido e com notas claras de evolução, talvez não vai gostar. Está no auge e talvez por isso, esteja com um preço mais acessível. Aconselho à beber este vinho até o final deste ano. Preço: R$ 29,40 (irreal). Nota: 90 pontos. Avaliação custo-benefício: se alguém encontrar neste valor que eu paguei: ****.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Álamos Syrah 2009

Álamos, de novo? Fazer o quê, não é? O produto é bom e honesto, então é figurinha carimbada dos enoblogs. Mas, desta vez vamos fazer diferente: que tal compararmos este syrah com outros vinhos da mesma linha? Vinho de coloração violácea, boa densidade e pouca transparência. Aromas de frutas vermelhas em compota, especiarias doces e baunilha. Boca com taninos vigorosos, acidez média, corpo médio, álcool presente e sem incomodar, madeira bastante participativa, final médio. Como se vê, não é muito diferente do cabernet sauvignon e do malbec da linha Álamos, o que sugere que o fator preponderante para caracterização destes vinhos é o terroir mendozino, com seu baixo índice pluviométrico e seu sol escaldante. Além de tudo, percebe-se nitidamente a madeira, recurso este, muito utilizado por Vigil e sua aquipe, para mascarar possíveis defeitos dos vinhos e manter uma boa qualidade média. E não é que eles conseguem? Talvez, esta habilidade em utilizar a madeira de forma racional, seja um dos grandes trunfos de Vigil e Catena. Continuo achando que o melhor vinho tinto da linha Álamos é o malbec, mas este syrah também é bastante agradável e mantém o estilo da linha: fruta madura, madeira, taninos fortes e bom preço. Vinho fácil de beber. Preço: R$37,00. Nota: 87 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Newen Malbec reserva 2010

É, realmente a Malbec encontrou sua terra acolhedora na Argentina. Não importa onde seja plantada, qual a altitude do vinhedo ou quantos anos tenha o pé, parece que tudo o que vem de Malbec argentino, tem qualidade. É óbvio que esta qualidade vai ser maior ou menor de acordo com o terroir ou com a mão do enólogo, mas praticamente não existem mais vinhos medíocres produzidos com esta uva em solo argentino. Basta que se tenha um pouco de cuidado na produção, que resultará em um bom vinho. Esta introdução bastaria para definir mais este Malbec argentino produzido na Patagônia, tão bom quantos muitos outros de Mendoza, San Rafael, Vale do Uco, etc. Bastaria, mas não o suficiente! Isto, porquê após inúmeras degustações dos mais diversos produtores, nos acostumamos à um padrão de malbec: fruta madura, aromas de compota, violetas, taninos redondos, baixa acidez e muita concentração. Sim, este malbec patagônico é um pouco diferente! Se no aspecto visual, é bem parecido com seus irmãos medozinos, os aromas revelam um surpreendente toque de couro novo e pó de café, que se juntam com uma fruta negra elegante e não tão concentrada. Há também espaço para um toque de especiarias leves. Mais leve em boca, ganha também em acidez, preservando a força de taninos. É um vinho mais solto e elegante que os outros malbec que estamos acostumados, mas não perde as acracterísticas da cepa. Harmonizei com uma picanha churrasqueada e ficou bárbaro. Tem o álcool bem discreto e uma madeira muito bem integrada ao conjunto, não se fazendo perceber os 12 meses de contato com barricas de carvalho. Belo malbec, que sai um pouco do convencional (que também é bom) e cria novos horizontes para esta cepa. Preço: R$ 43,00. Nota: 89 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Antiguas reserva cabernet sauvignon 2009

Recentemente, comentei aqui no blog sobre o vinho Antiguas reserva merlot 2008, o qual foi uma grata surpresa, revelando bom nível de complexidade à um baixo custo. Então, o quê esperar do seu irmão mais famoso, o cabernet sauvignon? Se julgarmos levando em consideração o terroir do Maipo chileno, território consagrado da cabernet sauvignon, este último levaria vantagem. Mas, como manifestei na postagem do merlot, continuo achando que não é merlot e sim carmenére e dos bons! Acho que a merlot jamais atingiria este nível de complexidade no alto Maipo, o que fica mais evidente quando bebemos o cabernet sauvignon, o qual se mostra em bom nível, mas bem mais discreto que seu irmão merlot. O visual é bastante bonito, com um rubi brilhante e leves toques de reflexos alaranjados. Com boa concentração, revela aromas de cassis, cravo e pementa preta, além de uma agradável presença da madeira. Taninos ainda por evoluir, mas já agradáveis, acidez preservada, álcool discreto e boa persistência em boca. Vinho bem feito, tem poucas arestas e é um cabernet mais à francesa do que Maipo, bom e estiloso, mas pouco complexo. Em comparação com o merlot, fico com o merlot. Precó: R$ 34,80. Nota: 88 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Adobe reserva Carmenére 2010

Em passagem pelo Chile, visitei uma das instalações da vinícola Emiliana e gostei muito muito da simpatia de seus funcionários, trazendo de "lembrança" uma garrafa de Coyan, o qual não me agradou muito, até porquê eu esperava mais deste vinho "cult" chileno. Depois disso, nunca mais bebi uma garrafa desta vinícola, até por certo receio de me dar mau. Mas, em passagem pelo supermercado, encontrei este Adobe reserva carmenére 2010, vinho orgânico, elaborado no vale do Colchágua. Muito bem pontuado e aclamado por ser um ótimo custo-benefício, decidi comprar para tirar a prova. A coloração é violácea bem jovial, sem traços de evolução. Boa concentração, mancha com moderação a taça. Tem aromas de frutas vermelhas em compota, cravo e marcante presença de baunilha. Boa maciez em boca, taninos também macios e uma acidez até que surpreendente para o Colchágua. Tem um bom final, que pede outro gole. Sai um pouco daquele carmenére protótipo com chocolate e pimentão, mas não esconde seu caráter bastante comercial, evidenciado na clara presença da madeira, mas fica longe de ser enjoativo. É um vinho muito fácil de beber e agradar, fazendo frente à poderosos rivais como Álamos, Terrazas, Cassillero, Carmen, La linda, etc. Estou começando à achar que este negócio de cultivo orgânico dá mesmo bons resultados, analisando os vinhos que já bebi. Realmente, é boa compra! Preço: R$ 30,00. Nota: 88 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Calyptra Gran Reserva Cabernet sauvignon 2006

Já comentei aqui alguns vinhos da vinícola Calyptra e todos eles deixaram boa impressão. São vinhos com profunda expressão de terroir, bastante frescos, elegantes, modernos e honestos. Este vinho é elaborado com uvas 100% Cabernet sauvignon do Alto Cachapoal e passa 18 meses em barricas de carvalho francês. Vamos aos detalhes: 1) O Alto Cachapoal é uma região bem próxima aos Andes, 2) A Cabernet sauvignon adora o Chile e apesar de não ser sua uva emblemática, foi a uva que atingiu o mais alto nível de qualidade em terras chilenas, 3) O enólogo da Calyptra (François Massoc) é um grande toneleiro e sabe como poucos, utilizar corretamente a madeira em seus vinhos, além de ser ele próprio à produzir seus tonéis de carvalho. Com tudo isto, não seria de se esperar outra coisa que não fosse um bom vinho. Realmente, o vinho é pura expressão de cabernet andino chileno, com seu mentol, frescor e vibração. Com uma coloração rubi violácea, com poucos traços de evolução, lágrimas densas e boas manchas na taça, dá para se ter uma boa idéia que ainda tem alguns anos de vida pela frente. Mas o vinho está em um ótimo momento: aromas de cassis e bala de hortelã dominam o nariz, havendo espaço também para uma baunilha bem discreta, denotando uma madeira muito bem integrada ao conjunto. A boca revela um vinho encorpado, mas educado, com boa maciez, taninos polidos e um final refrescante. Aliás, o final é looongo. Ótimo vinho, em grande momento. Compra segura para quem quer um bom exemplo de cabernet sauvignon chileno. Preço: R$ 59,00. Nota: 91 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

sábado, 7 de julho de 2012

Domaine Le Fief Dubois Cuvée Sélection Fief Dubreil 2010 Muscadet Sèvre et Maine sur Lie

Um Muscadet Sèvre et Maine é um vinho super fresco, elaborado próximo à Nantes, nas proximidades do Oceano Atlântico. Eu ousaria dizer que, mais marítimo, impossível! Beber este vinho é como beber água mineral. Defeito? Eu diria que não. Esqueça a falta de complexidade e curta o incrível frescor que somente à beira-mar se pode sentir. A coloração é amarelo-palha, quase branco papel. Muita limpidez e brilho. Aromas muito discretos que não dizem quase nada, sobrando apenas para peras frescas e leve floral. Muita mineralidade, muito frescor e um toque frisante, típico deste tipo de vinho. Na boca, ótima acidez, final curto e muita refrescância. É o companheiro ideal para entradas como ceviches e ostras, mas pode casar bem com peixes leves e queijos de muzzarella de búfula. Boa pedida para iniciar um bom jantar ou à beira da piscina. Preço: R$ 37,00. Nota: 86 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

Marques de Caceres Rioja Gran Reserva 1998

Encontrei este vinho em uma loja de vinho em Campos do Jordão. Estava em promoção por R$ 99,00 e então eu pensei, por quê não comprar? Arrisquei e me dei bem, o vinho está um néctar! Obviamente, quebrou-se a rolha durante a abertura da garrafa, mas não comprometeu. O visual é de um belo rubi granada com bordas alaranjadas e um reflexo cor de tijolo muito bonito. Bastante límpido, com muito brilho, o aspecto visual convida o nariz à taça. Aromas de pequenos frutos negros com muita especiaria e um toque balsâmico muito evidente. A madeira está muito bem integrada ao conjunto, conferindo um cedro muito interessante. Na boca, mostra uma surpreendente acidez ainda preservada, com taninos mais do que redondos, corpo ágil e voluptoso, final longo e elegante, um néctar! Este vinho não é um grande ícone de Rioja, mas é um vinho bem feito e que está no seu apogeu, denotando a grande capacidade de envelhecimento de um Rioja Gran Reserva. Nota 93 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Château Le Ménaudat 2006

Mais um vinho da Chez France, desta vez um Bordeaux. Elaborado com 75% Merlot e 25% Cabernet sauvignon, reflete com muita fidelidade o solo argilio-calcáreo desta região. O visual denota um vermelho rubi granada com bordas discretamente alaranjadas e halo aquoso evidente, com muito brilho e limpidez. Forma boas lágrimas, mas não mancha a taça. Tem aromas pronunciados de especiarias, com fruta vermelha madura, algo de alcatrão e boa mineralidade. A madeira está muito bem encorpada ao conjunto e o álcool é discreto. Na boca, mostra-se com bastante frescor e uma acidez ainda pungente, com bons e macios taninos. Tem um final discreto e um leve amargor . Bastante gastronômico, é companheiro perfeito para um bom parmesão com fatias de pão e azeite. Bastante balanceado, traz muita harmonia, apesar de pouca complexidade. Talvez, os amantes da madeira e da fruta hiper-concentrada não irão gostar deste vinho, mas quem gosta de um vinho gastronômico, elegante e harmonioso vai adorar. Preço R$ 41,90. Nota: 89 pontos. Avaliação custo-benefício ***.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pimenta Preta 2009 no Restaurante La Gallia Campos do Jordão

Começou o tradicionalíssimo Festival de inverno de Campos do Jordão e nós, como pseudo-anfitriões (para quem não sabe, Guaratinguetá faz divisa com Campos do Jordão), passamos à dividir nosso quintal invernal com os inúmeros turistas que vêm desfrutar das belezas desta bela estância turística. O agito se mistura com o vertiginoso aumento nos preços (hotéis, pousadas, restaurantes, etc.). Resumindo, o que já era caro, ficou astronômico, mas já estamos acostumados... Neste sábado, após a bela apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem de São Paulo, em um dos templos sagrados da música clássica brasileira, o auditório Claudio Santoro, reproduzindo a famosa Sinfonia Inacabada de Shubert e a Oitava Sinfonia de Dvórac, fomos almoçar no La Gallia restaurante. É, realmente começou a temporada: restaurante lotado, garçons atarefados e queda da qualidade da comida, além dos preços... O vinho que acompanhou o prato de javali foi o Pimenta Preta, um vinho regional alentejano, elaborado com aragonês, trincadeira e syrah, com parte do vinho tendo 6 meses em passagem por carvalho francês. Engraçado, o nome do vinho combina com o quê o vinho apresenta: aromas de pimenta preta! Será que foi induzido? Não sei, mas o vinho é bastante agradável: visual correto com coloração rubi, lágrimas médias e boa limpidez. Aromas de frutas vermelhas maduras com clara impressão de pimenta preta e tostado agradável e sutil da madeira. Boca com boa acidez, taninos presentes e ainda por evoluir, bom volume, álcool comportado e final correto. Vinho relativamente simples, sem muita complexidade, mas muito agradável, que vai agradar a maioria. Não sei o preço no comércio, então não vou fazer avaliação do custo-benefício. Nota: 88 pontos.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Degustação Luigi Bosca

Em Guaratinguetá, não temos muitas degustações orientadas e quando estas ocorrem, são realmente frutos do empenho de um indivíduo. Neste caso, é obra do trabalho incansável do Marcos Dourado, proprietário do Restaurante Bacco's e da Adega Cunha, ambos situados na Estância Climática de Cunha, distante 45 Km de Guaratinguetá. Nosso amigo Marcos tratou de conduzir, de forma divertida e alegre, uma degustação orientada com base nos vinhos da Luigi Bosca. Produtor velho conhecido dos enófilos, dispensa apresentações. Vamos aos vinhos:
La Linda Torrontés: Aromático, lixias e herbal. Fresco, mas com amargor que incomoda. Custa R$ 39,00 e tem fortes rivais como o Crios Torrontés.
La Linda Bonarda: A surpresa da noite. Muito aromático e vibrante. Tem pouca complexidade, mas é muito versátil gastronomicamente. Boa compra por R$ 39,00.
Reserva Pinot Noir: O melhor custo-benefício da noite. Elegante e vigoroso. Guarda boa tipicidade e tem média complexidade. Sem exageros de madeira, é boa opção de Pinot Noir por R$ 78,00.
DOC Malbec: Um clássico de Luigi Bosca. Grande tipicidade e caráter. Traduz muito bem o terroir e a casta. O problema é que nesta faixa de preço (R$ 95,00), existem fortes concorrentes, como o Achaval Ferrer Malbec.
Gala 1: Um ótimo corte de Malbec, Tannat e Petit Verdot. Tem elegância e complexidade, além de longa guarda. Honesto por R$ 110,00. Faço uma observação: em relação ao Malbec DOC, é mais negócio!
Luigi Bosca Gewurstraminer granos nobles: um vinho de colheita tardia para encerrar a noite. Bastante doçura, mas carece de acidez, se tornando um pouco enjoativo. O menos indicado da noite. Por R$ 80,00, encontramos similares melhores.
Obs: Não coloquei a safra, porquê esqueci de anotar.
Parabéns ao Marcos, por este bom entretenimento. Parabéns à Luigi Bosca, pela consistência da qualiadade de seus vinhos. Parabéns às pessoas que participaram do evento, por saírem do habitual e se aventurarem no desconhecido.

Domaine Jean Marie HAAG Pinot Blanc 2009

Taí uma nova importadora, especializada em vinhos franceses com bom custo-benefício, é a Chez France. Sim, agora temos no mercado, uma outra boa opção de compra, além da Cave Jado, para vinhos franceses honestos. Trago hoje, um bom exemplar da Alsácia, elaborado com 100% Pinot Blanc. Existem poucos vinhos da Alsácia com disponibilidade de compra no Brasil e infelizmente à um alto custo. Mas, à se julgar por este vinho, o panorama começa à mudar. Com um visual bonito, amarelo-palha com muita limpidez, o vinho denota saúde. O corpo é voluptoso, com boas lágrimas e giro algo oleoso em taça. O nariz é discreto, evocando pêssegos brancos e flores brancas, tudo muito suave. Na boca, o vinho cresce, trazendo uma textura tão macia que o aproxima de um vinho de sobremesa, porém sem o açucar deste. A textura aveludada se contrapõe com uma boa acidez e frescor, que dão vida ao vinho, o qual é facílimo de beber. Tem um pouco de amargor final, que não prejudica o conjunto. Seu final, relativamente curto, também tira alguns pontos. O vinho é bom e vai agradar a maioria. Nota: 88 pontos. Preço: R$ 49,00. Avaliação custo-benefício ***.