O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






segunda-feira, 29 de abril de 2013

Casa Valduga Assemblage 1998. É isso mesmo o quê vocês leram: 1998 !!!

Quem é vivo sempre aparece e eis que estou aqui, após longo período de ausência. Mas, o que me traria de volta às postagens? Foi este vinho aí: Casa Valduga Assemblage 1998. Vou explicar rapidamente: frequento uma pizzaria de um amigo meu em Aparecida, cidade ao lado de Guaratinguetá. O dono da pizzaria gosta de vinhos, mas não esquenta muito a cabeça para a conservação dos mesmos e como a maioria da clientela advém de um público não muito acostumado com vinhos finos, é comum encontrarmos algumas garrafas literalmente perdidas e esquecidas pela pizzaria. Encontrei esta garrafa e não resisti a tentação: comprei por 40 paus! Se o vinho tivesse oxidado, valeu a curiosidade e se tivesse bom, ahhhh... Pois, para minha surpresa, apesar das inadequadas condições de guarda, o vinho estava vivo! Ao colocar na taça, que bela visão: um vermelho granada, com bordos intensamente alaranjados e reflexos atijolados, marcando uma incrível evolução. Aromas de média complexidade, já voltados para a evolução como os toques balsâmicos e madeira de cedro, mas ainda presente as frutas vermelhas maduras, o cassis e nuances apimentadas. Na boca, a maoir das surpresas: uma acidez vivíssima, que contrasta com os taninos totalmente aveludados e um final de boca interminável. O vinho é um corte de cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc e estagiou em barricas por 1 ano (não tenho certeza). Uma jóia, uma prova incontestável da longevidade do vinho nacional, um vinho único, uma experiência neurosensorial enológica de tirar o fôlego. Claro, o fato do vinho ser nacional e a forma como foi guardado e descoberto contribuíram para a minha empolgação. Mas, é disso que vivem os apaixonados por vinho, como eu. É esta procura infinita pelo diferente e pelo ousado que motiva a persistência em permanecer um enófilo de carteirinha. Parabéns Casa Valduga! Não tenho fotos e não tirei fotos, tudo o que tenho é a minha palavra. Até a próxima!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Espumante Ferrari Perlé brut 2005. Justifica a fama? Vale o quanto custa?

Tenho andado meio sumido, com poucas postagens, mas isto não significa que tenho bebido e experimentado menos vinhos. Somente ando sem tempo e sem muita empolgação para escrever, mas gosto de usar meu blog para comentários pessoais e o estou fazendo em situações especiais. Neste fim de semana de páscoa, abri uma garrafa que estava guardada à um certo tempo em minha adega e gerava muita expectativa, pois se tartava de um espumante Ferrari Perlé brut 2005, da DOC Trento, na Itália. Vinho afamado e caro! Elaborado com 100% chardonnay, pelo método tradicional, passa 70 meses sobre as leveduras. Chega de delongas, vamos ao vinho: bela formação de espuma na taça, perlage intenso, mas não muito duradouro, linda coloração amarelo-ouro, muito brilhante. Aromas com boa complexidade, remetendo à mel, brioches, fermento, frutas tropicais. Bom volume em boca e cremosidade agradável. Me pareceu um pouco doce, acima da média, mas não enjoativo. Sim, é um bom espumante, mas também pudera, custando mais de R$ 200,00 é obrigação ser bom! Não quero ser insistente e nem estou ganhando nada para dizer isto, mas por este preço dá para comprar dois graaandes espumantes nacionais! Se você for mais modesto, dá para comprar três, digo TRÊS ótimos espumantes nacionais que nada devem à este bom espumante italiano. Não quero chover no molhado, mas não seja idiota, dê uma chance aos brazucas!