O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Vinícola Franco Italiano Sincronia Merlot x Sincronia Shiraz

Vinícola de Colombo, ao lado de Curitiba, que utiliza uvas de terroir variados e vinificam com bom gosto e preço justo. O Shiraz descepcionou um pouco por se mostrar um pouco "verde", raspando um pouco o palato e não trazendo tipicidade. Já o merlot desceu redondinho e macio, muito uniforme, com grande característica varietal. Duelo vencido fácil pelo merlot! Vinhos na faixa de 40 pirlas. O merlot é justíssimo, o Shiraz é fraco.
 
 



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Tres Palacios Sauvignon Blanc Reserve 2019

Um sauvignon blanc de Novo Mundo como manda o figurino. Grama cortada, aspargos e maçã verde! Não é extremamente doce ou enjoativo como outros. Tem finesse e bom gosto. Belo volume em boca. A garrafa acaba rapidinho. Paguei menos de 50 Bolsonaros neste exemplar e por este preço é uma pechincha! Vale 70 paus tranquilo. Harmonização: queijo de cabra.
 
 


Domaine de La Ragotière Cuvée Amélie Muscadet 2017

Um vinho muito delicado, com nariz bem discreto com base em flores e frutas brancas. Boca muito sutil, trazendo sensação de água mineral, corpo médio e final refrescante. Não sai muito do que já conhecemos, mas sem dúvidas é um vinho muito elegante. Impossível não pensar em ostras frescas como seu grande escudeiro gastronômico. Custa mais de 100 reais na Chez France, o que impossibilita seu consumo diário. Um vinho para ostras e para quem gosta de delicadeza.
 
 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Vivaldi Amarone Della Valpolicella 2016

Todo Amarone é bom? Não sei responder essa pergunta. Todo Amarone entrega o que promete? Provavelmente não. E este? Com certeza, NÃO! Longe de ser um vinho ruím, mas se você caro leitor, se dispuser à entregar 150 mangos de seu sofrido trabalho, não o faça por este vinho. Tem taninos, tem aquela uva passa característica (óbvio), tem estrutura, tem potência. O que está errado então? Tudo. Nada está equilibrado aqui! Deixa muito à desejar. Talvez, se fosse aberto daqui uns 4 anos, poderia ser diferente. Para hoje, compre duas boas garrafas de 75 reais e será mais feliz.
 
 




Giordano Barbaresco 2015

Se espera de um Barbaresco, um vinho Nebbiolo mais acessível financeiramente e mais fácil de beber à curto prazo. Se existe uma uva que encanta no universo vinícola é a Pinot noir e na sua cola vem a nebbiolo. Seus vinhos potentes e tânicos de cor clarinha, enganam os olhares e entregam na taça enorme potência e glamour. Esse vinho está com quatro anos de vida e esperava encontrar ainda um vinho jovem, mesmo se tratando de Barbaresco. Mas o que veio à taça foi um vinho incrivelmente evoluído, beirando à perfeição. Uma palavra apenas define organolepticamente este vinho: EMPIREUMÁTICO. Não sei se foi a evolução natural dele ou se algum defeito de rolha deu-lhe uma evolução acelerada, mas aqui Bacco me presenteou como há muito tempo não fazia. Um vinho no seu grau máximo de evolução, trazendo semelhanças com um belo Porto de 30 anos. Explêndido! Tenho outra garrafa e vou tirar a prova. Custou algo em torno de 90 tutus. De graça, pelo que oferece.
 







quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Panizzon Montepulciano 2017

Falei aqui do Ancellotta da Panizzon e hoje trago o Montepulciano, igualmente agradável, mas com uma proposta diferente. Enquanto o Ancellotta é um vinho mais sério com alguma complexidade, este Montepulciano é um vinho mais leve, solto e destinado à escoltar pizza e massas, mas também vai bem com charcutaria e queijos. Descompromissado, é muito divertido em final de tarde com amigos ou um encontro casual. Frutado e saboroso, vale seus 35 paus e não fica atrás de similares italianos com o dobro do preço. Vermelhinho, sedoso e macio em boca, álcool comportado, tudo bonitinho, bem bacaninha mesmo. Muito legal Dona Panizzon (ou Seu Panizzon...).
 
 



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Don Guerino Terroir Selection Chardonnay

Linha top da Don Guerino. Já escrevi aqui sobre um duelo Malbec x Teroldego dessa mesma linha, vencido pelo malbec. O vinho de hoje é o terceiro e último representante dessa linha: chardonnay. E, o melhor ficou para o final; que belo vinho!
Aqui no Brasil, lembro-me de ter bebido alguns bons chardonnay, destacando como melhor custo-benefício o Dádivas da Lídio Carraro e como mais impressionante o Vila Francioni, da Serra catarinense. Esse Don Guerino se encontra no nível superior junto com o Vila Francioni. Com um estilo diferente do exemplar da Serra catarinense, esse vinho tem mais corpo, mais presença de madeira, mais estrutura e é mais guloso. Macio, denso, fácil de gostar. É harmonização perfeita para um lombo de bacalhau na brasa. Não é barato, paguei 95 Bolssonaros nele, mas vale sim! Não é fácil encontrar chardonnay neste nível mais barato. Valeu!
 
 


Panizzon Ancellotta 2015

Na primeira vez que estive na Serra gaúcha, visitei Flores da Cunha e foi a única vez. Nessa visita de apenas 1 dia, muitos anos atrás, estive em 5 vinícolas e fiquei surpreso com o que encontrei. Lembro-me de ter ido à Panizzon em virtude de uma avaliação positiva da revista Adega do seu Merlot, como espetacular custo-benefício. Saí de lá com uma garrafa de um blend denominado Maximus (creio que seja isso). Anos após, tenho percebido uma maior aceitação do público geral pelos vinhos da Panizzon, já que essa enorme produtora ainda carregava um rastro de vinhos muito simples e de mesa. Posso dizer que a aceitação não é em vão e à julgar por esse Ancellotta, muito pode-se contribuir para a mudança de pensamento do viticultor brasileiro: "vinho bom não precisa ser caro!"
Pois é isso, o vinho é bom sim! A uva Ancellotta se deu muito bem na Serra gaúcha e muitas outras vinícolas também produzem um bom Ancellotta, mas a Panizzon o faz por um preço muito bom. Paguei 35 pirlas, mas pode ser encontrado até abaixo de 30 reais. Está muito além de um vinho simples para o dia-a-dia. É intenso, guloso e não é enjoativo. Tem grande vocação gastronômica. Não apenas cumpre a missão de escoltar uma refeição, também entrega prazer. Longe de ser um grande vinho, esse Ancellotta pode ser oferecido à um amigo ou parente gringo habituado com vinhos e não fará feio. Dentro de uma garrafa de Mendoza, arrancaria elogios dos "entendidos".
 
 


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Don Guerino Terroir selection Malbec x Teroldego

Olá! Voltei!
Após um bom período parado devido problemas particulares que levaram meu prazer por postar à zero, retorno revigorado, mais experiente (já são 14 anos experimentando vinhos) e mais lúcido sobre o que escrever. Espero continuar agradando os que me seguiam e alavancar mais seguidores neste divertido blog, cuja essência é a honestidade e o bom humor.
 
Para retornar, vou comentar (sempre com palavras simples, para que todos entendam) sobre dois vinhos da linha Terroir selection da Don Guerino.
Visitei a Don Guerino anos atrás, em minha terceira viagem ao Vale dos Vinhedos, após ignorá-la totalmente nas duas primeiras viagens. A primeira impressão foi ótima: lugar bonito, estruturado, bom atendimento e BONS PREÇOS! Mas, na época, senti falta de vinhos mais elaborados. Pois bem, anos depois posso dizer: seus vinhos básicos melhoraram muito e bingoooo, temos vinhos top. Neste contexto, entra a linha Terroir selection.
 
Malbec: Ótimo vinho, austero, sério e complexo. Nada deve à muitos malbec argentinos da mesma faixa de preço. Surpreendentemente bom!
 
Teroldego: Bom vinho, mas perde em complexidade para seu irmão malbec. Guloso e frutado, aromático!
 
Dois bons vinhos, mas o malbec é melhor! A Don Guerino também faz um  teroldego da linha reserva, mais simples e que custa metade do preço, mas que agrada muito.
Essa linha foi me oferecida ao custo de 95 pirlas cada vinho. O malbec vale cada centavo. Quanto ao teroldego, prefiro comprar duas garrafas da linha reserva. A impressão que me deu é de que a uva teroldego não tem muito o que entregar à mais, tendo limite em sua complexidade. Outra explicação plausível é de que, ao que sei, o enólogo tem formação na Argentina com larga experiência em malbec.
 
É isso, saúde à todos 

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mercs Krauthaker 2012. Vinho croata com qualidade ímpar!

 
Corte bordalês de merlot e cabernet sauvignon com 16 meses de barrica francesa. Garrafa bonita, vinho com belo visual rubi brilhante e muita limpidez. Aromático, bem aromatico! Remete à pequenos frutos escuros como o mirtilo, com toque exótico de ervas bem suave e um defumado discreto. Boca com bom volume, ataque um pouco selvagem, acidez calibrada e taninos bons de briga. Tudo muito correto e bem colocado, mas que instiga e faz pensar. Muito gastronômico. Bela descoberta! Se este liquido estivesse numa garrafa de Bordeaux escrito "Second Cru Classé", teria muito bobão da esfera enoblogs falando mil maravilhas e cravando que valeria 400 paus! Pelo amor de Deus, não seja um bobão desses! Este vinho está bom demais para trocá-lo por uma merda francesa do mesmo valor: 100 pirlas.



Dro Roes 2011. Tinto grego agradável

 
Um assemblage de uma uva grega e uma internacional (cabernet sauvignon). Essas misturebas até que são bem interessantes, geram vinhos diferentes e geralmente agradam os paladares mais ousados. Não foi diferente com este vinho. Bonito no visual, frutas vermelhas sedosas no pálato, final agradável. Bom corpo, madeira integrada (se é que existe), álcool comportado. Vinho correto com um leve toque exêntrico. Aprovado, mas um pouco caro pela proposta.



Rocio rosé 2015. Finalmente um rosé argentino de respeito!

 
Rosé argentino? Hummmm... Até ontem, eu torcia o nariz: enjoativo, adoçicado ao extremo, etc. Este rosé que trago hoje me fez mudar de opinião, pelo menos por enquanto. Bela coloração rosa brilhante! Aromas que saltam da taça: flores, cerejas, morangos, nada escondido, algo raro em rosés. Aí, vamos para boca: graaaaaaande corpo e ótima acidez, quase crocante. Muito bom mesmo. Indico para qualquer um. Grande coringa na cozinha, desde só, até pratos mais elaborados. Ah, não é caro! Compre de olhos fechados.



Hãhã sauvignon blanc 2013. Para acabar de vez com esse negócio que o vinho importado é bem melhor que o nosso!!!

 
Um bom sauvignon blanc, límpido no visual, aspargos e grama cortado, também cítrico no nariz e boa acidez em boca. Sim, de carteirinha! Mas, não entrega absolutamente NADA de novo e exuberante que o faça ser mais apreciável que um bom sauvignon blanc da Serra catarinense. Ah, sim! Já ia me esquecendo: este exemplar da Nova Zelândia custa 2,5 vezes mais que os nossos brazucas. Pessoal, sem enrrolação: vai de brazuca mesmo! Se quiser algo melhor, gaste um pouco mais mesmo e saboreie os grandes sauvignon blanc de San Antonio (Chile) ou mesmo os poderosos e salivantes da Nova Zelândia.


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Greg Norman Pinot noir 2010. Mestre do golf faz vinhos distintos!

 

É a terceira vez que bebo este ótimo pinot! E não vou enjoar nunca! Basta encontrar um bom preço e comprarei. Pinot com boa tipicidade, revela os encantos de um vinho americano bem feito. Completo, do visual ao retrogosto e persistência. Boa pegada de madeira sem cansar o pálato. Se tivesse rótulo de Borgonha, custaria uns R$ 350,00. Norman foi um dos maiores jogadores de golf da história e faz vinhos que também podem entrar para a história. Experimentem, a compra é segura!



Chablis Premier Cru Vaillons Domaine Servin 1999. 17 anos de espera para conferir: está bom?

 
É disso que vive o enófilo! É por isso que experimentamos várias ecas e mulecas! Saia para viajar, visite lugares inóspitos e encontre uma garrafa desta. Quanto custa? Não sei, foi presente! Sim, PRESENTE! Mas, se mantém vivo? Abrir uma garrafa desta já é uma emoção, talvez maior que a qualidade do liquido que está dentro dela. Tudo pronto e a rolha se solta facilmente, bom sinal! Vai para a taça e... amarelo ouro, típico de branco com evolução. No nariz, não muito mais que frutas tropicais conflitadas, algo de avelã e o tradicional toque petrolífero de branco evoluído. Na boca, o melhor: textura sedosa com corpo de vinho tinto! Sim, poderoso mesmo. Acidez? Ainda se manifesta com timidez. Vinho vivo, mas em fase final de evolução. Tem corpo para acompanhar carnes vermelhas e comida mais pesada! O quê eu fiz? Harmonizei com uma linguiça na chapa de Pouso Alto - MG. Achou brega? Eu, também. Mas quer saber? Estava bom prá caramba! Não foi o melhor vinho branco que já bebi, talvez o mais caro (como se mensurar o preço desta relíquia?), mas foi o mais emocionante vinho branco da minha vida. Saúde à todos!

Côtes du Rhône La Gibecière 2013



Quem visita meu blog, deve pensar: "Esse cara só bebe vinho bacana?" Não, com certeza, não! O detalhe é que eu não perco muito tempo, o pouco que já tenho, para ficar falando de vinho ruím. Mas, tem casos e casos! Este vinho que comprei na e-vino, não sei porque insisto em fazer algumas compras por lá, é uma verdadeira catástrofe! Ô coisinha ruím! Tirando o aroma leve de frutas silvestres, que pode até ser agradável, essa porcaria não tem mais nada à oferecer. Corpo ruím, álcool desbalanceado, indefinido, sem final, etc. Nem para dia-a-dia serve. Talvez para fazer sagu.




sexta-feira, 15 de julho de 2016

Casa Valduga merlot 1997 ! E aí, merlot brasileiro sabe envelhecer?

 

Sim, mas o vinho está no limite extremo! Os aromas se esconderam um pouco, mas revela frutas vermelhas com balsâmico e pimenta preta. A boca já começa a colocar um certo toque avinagrado, que confunde com acidez. O melhor deste vinho? Sua coloração de vinho europeu de guarda envelhecido. Um show! Vale apostar nos brazucas, por 10 ou 15 anos!



Chateauneuf du pape Ano 1993 Nome? Produtor? Quer saber por quê?

 

É só olhar o rótulo indecifrável! Desgastado pelo tempo, foi-se sua roupa... Mas, o conteúdo estava im-pe-cá-vel! Observe a lindíssima coloração atijolada com um halo maravilhosamente alaranjado. Fusão de aromas que levam das frutas passificadas ao balsâmico. Boca com acidez ainda presente e taninos que parecem um veludo. Ahhhh, a evolução... Um delírio que só um vinho de 23 anos de idade pode ceder. Sem mais.



quinta-feira, 7 de julho de 2016

Morandé Terrarum carmenére 2004. Vinhos chilenos médios envelhecem bem? Sim!

 
Já postei este vinho anos atrás e agora bebi outra garrafa igual. Como está? Ótimo! Evoluiu muito bem. Coloração rubi-tijolo com belo halo alaranjado de evolução. Nariz de frutas em compotas e toque balsâmicos com especiarias de fundo. Boca sedosa com taninos macios e acidez algo presente. Como é bom apreciar vinhos evoluídos! É um mundo à parte, mas que precisa paciência.



Suhindol rosé 2013. Um rosé búlgaro para admirar!




Costumo dizer que os vinhos rosés se fazem no visual e na boca, sendo o nariz o menos importante. Mas, este rosé proveniente da Bulgária conseguiu aprovação nos três quesitos. Vejam que linda coloração, encanta no visual. Nariz nada tímido com pequenas frutas vermelhas frescas e floral. Boca sedosa e com bom corpo, nada enjoativo. Vinho perigoso, daqueles que se mata uma garrafa inteira com muita facilidade.