O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Amayna sauvignon blanc barrel fermentad 2009: totalmente fora do óbvio!

Já esgotado dos ótimos, mas previsíveis sauvignon blanc marítimos do Chile, que são fundamentais para entradas à base de frutos do mar e ceviches, assim como companheiros perfeitos para queijo de cabra maturado, resolvi tentar algo um pouco diferente, um sauvignon blanc do fresquíssimo Vale do Leyda, porém envelhecido em barricas de carvalho francês por 13 meses. Sim, foi exatamente este inusitado que colocou o vinho num patamar acima dos demais. Agora, esqueça o frescor e a acidez pungente dos novíssimos sauvignon blanc e se prepare para um vinho muito mais estruturado e preparado para enfrentar pratos quentes de pescado. Com coloração amarelo quase ouro e bolinhas de um pequeno perlage, o vinho fala pouco ao nariz, mas na boca mostra incrível textura e maciez, quase de vinho tinto. Este bom corpo lhe garante vida, mesmo após 4 anos de collheita. Um belíssimo vinho, fundamental para os amantes da gastronomia. É um pouco caro, passando dos R$ 100,00 e tem um grande concorrente em seu país, o também ótimo Calyptra sauvignon blanc, mais barato. Vale a investida, principalmente se você encontrar este vinho em free-shop, onde custa menos da metade do preço aqui apresentado.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Acústic Montsant 2007: é gelada !!!

Comprei este vinho em uma promoção de dólar mais baixo, na Vinci. Achei que tinha feito um grande negócio, visto a boa fama deste vinho, mas ao degustá-lo, percebí que fui vítima de mais uma armadilha marketeira. Não, não estou dizendo que o vinho é ruím, só estou dizendo que não vale os absurdos R$ 120,00 cobrados pela Vinci. Isso mesmo que você leu: R$ 120,00 !!! O vinho é o protótipo dos vinhos comercializados recentemente pela Wine: padrão FIFA, ou seja, tudo politicamente correto e igual, uma mesmiçe que causa pesadelos na cabeça do amante de vinhos. Neste vinho, tudo está correto: a coloração límpida, os taninos, a acidez, a maciez, etc. Mas, cadê aquele toque rebuscado, cadê aquela excentricidade, cadê aquele diferente que deveria estar presente em um vinho nesta faixa de preço? Ora bolas, por um vinho politicamente correto, vá de wine.com.br, a qual eu não suporto pagar R$ 50,00 paus! Imagina R$ 120,00! Conheço vinhos no mercado que têm igual ou melhor qualidade por menos da metade do preço. Mato a cobra e mostro o pau: Carlos Serres Rioja Crianza, um vinho ainda mais macio e mais envolvente. Não seja troxa como eu fui, é gelada!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Prestem atenção neste blog: Bacco & Bocca !

Existem blogs que nada acrescentam, outros que só querem ganhar dinheiro, outros ainda que só falam bobagem e os piores, aqueles que se vendem por meia dúzia de garrafas. Existem aqueles politicamente corretos, os amiguinhos dos produtores, os qu evitam falar mau dos vinhos porquê não "querem perder tempo com vinhos ruíns" e os leigo blogs. Mas, neste universo de mediocridade, há um blog que, apesar de pegar pesado em alguns momentos, nos confere um enorme serviço de esclarecimento da idiotice adotada por inúmeros brasileiros sobre aquilo que temos de mais valioso, o nosso produto interno! Vejam bem, sou declaradamente simpatizante não só dos vinhos, mas dos produtos brasileiros, visto que já conseguimos produzir nuita coisa boa em nosso país. O problema, é que tem uma turma que anda exagerando nos preços destes produtos e lucrando demasiadamente. É simples, enquanto tiver idiota, vai existir esperto! Os nossos vinhos tranquilos melhoraram muito e têm boa qualidade, mas o preço tem que cair muito para deixá-los em um patamar convincente. O grande problema é que nossos ícones são vendidos à preço de ouro e não têm comparação com os grandes ícones mundiais, que custam quase a mesma coisa nos seus países de origem. Entrem neste blog Bacco & Bocca e passeiem um instante por lá. Não esqueçam de terem um lenço ao ldo, para limparem as lágrimas, se você já pagou caro por certos produtos. Bye!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Robert Mondavi Woodbridge cabernet sauvignon 2011

Taí um Robert Mondavi mais barato e acessível. Um corte de 76% Cabernet Sauvignon, 13% Syrah, 5% Petite Sirah, 2% Petit Verdot, 1% Merlot e 3% outras variedades com uvas da Califórnia. Rubi com reflexos violáceos, aromas de frutas vermelhas com algo de especiaria, boca com boa sedosidade, frutado intenso, persistência média, taninos redondos. Com poucas harestas, é mais um vinho correto e fácil de beber. A novidade é que este vem dos Estados Unidos, tido até então como terra de vinhos caros, mesmo os mais básicos. Seu preço médio é de R$ 40,00, mas o comprei por R$ 26,00, preço que considero o ideal, apesar que temos vinhos mais baratos neste nível de qualidade. Vale pela curiosidade, mas não o tracaria pelo Casillero syrah ou malbec.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Chile parte VI: Viña Concha Y Toro, programão de turistão, mas legalzão!


É lotado, é uma muvuca de turista que não entende nada de vinho, é longe (aproximadamente 27 estações de metrô + ônibus urbano), mas é legal! O lugar é muito bonito, tem guia em português (algo raro) e a criançada curte muito! O tour básico custa aproximadamente R$ 40,00 e dura 1 hora, com visita à frente da antiga mansão do Marquês Concha Y Toro, passeio pelo jardim de variedades, visita às adegas subterrâneas e um pequeno show pirotécnico da lenda do Diablo. Termina com degustação do Trio sauvignon blanc e do Casillero reserva privada. No final, ganha-se a taça de brinde. Menores de 18 anos não pagam (óbvio!). Ao final, sente-se no Wine bar e deguste algumas taças de vinho com petiscos ou refeições. Bom ambiente e atendimento razoável com preços sem estourar os bolsos. Pode-se experimentar de tudo o que Concha y Toro produz de melhor, incluíndo Almaviva, Terrunyo e Don Melchor. O estrelato fica por conta da degustação de safras antigas do Don Melchor. Degustei o Epu, por cerca de R$ 20,00 a taça com 120 ml. Programa certo, sem erro!

Pionero Cabernet sauvignon 2011: Campeão do custo-benefício!


Figurinha carimbada dos enoblogs, nenhuma novidade para a grande maioria dos leitores, mas impressindível no dia-a-dia. Coloração violáceo-claro, com boa transparência, aromas de frutas vermelhas, leve cassis e um toque mentolado. Boca com taninos redondos, boa maciez, final médio e uma acidez muito gostosa. Um vinho simples, mas muito correto e bem gostoso, protótipo para o dia-a-dia, por apenas R$ 17,00 (Spani Atacadista), o que o faz um campeão de custo-benefício, o colocando na minha seleta lista de fenômenos do vinho, ao lado do Quinta de Cabriz tinto (R$ 23,00) e do Porta da Revessa Tinto (R$ 18,00). Nada mais à falar!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Descomplicando o vinho: existem 3 tipos de vinho!


Tá, tudo bem, o mais eclético irá dizer: "Você está delirando, vinho é muito mais complexo do que isto!" Sim, com certeza! Mas, o que eu gostaria é que tudo fosse mais simples e foi na procura dessa simplicidade, que depois de 7 anos bebendo e estudando vinhos que cheguei à esta conclusão: existem 3 tipos de vinho! Vou explicar:
Vinho Tipo 1: Vinhos simples, com pouca complexidade, mas gostosos de beber e sem maiores defeitos. Previsíveis, mas corretos. Obedecem à uma certa tendência mundial de qualidade, sugerindo uma certa globalização do vinho ou em um termo mais cômico, seguem o "padrão FIFA". São vinhos para o dia-a-dia e na minha opinião, não devem custar mais que R$ 40,00, sendo que o ideal é que custem menos que R$ 30,00. Acreditem, eles existem!
Vinho Tipo II: Vinhos mais complexos, que fazem pensar e geram questionamentos e análises, além de incentivar a boa conversa entre os enófilos. Quando bem harmonizados, transformam completamente as refeições e geram momentos de alegria. São vinhos perfeitos para jantar de fim de semana, almoço de domingo ou reunião com amigos (que entendem de vinho). Se encontram em um patamar superior e custam mais que R$ 40,00, não devendo custar mais que R$ 110,00. Cuidado, que existem muitas armadilhas nesta faixa.
Vinho Tipo III: Vinhos com enorme complexidade, que encantam, arrancam suspiros e até lágrimas. Vinhos que evocam a infância ou nos fazem sentir parte dela. Vinhos que fazem você esquecer dos problemas do dia-a-dia e que fazem até você se sentir mais importante. Vinhos que te levam ao nirvana. Uma experiência tântrica! São os grande ícones, os top da cada vinícola. Sào os vinhos que simbolizam o potencial da vinícola e traduzem a arte do enólogo. Não têm preço!
Viram, simples assim!

Chile parte V: Viña Indómita. Surpreendeu positivamente !

É uma das vinícolas mais conhecidas do público brasileiro, até por sua imponente fachada bem às margens da estrada que liga Santiago à Viña del Mar, mas sempre foi rasgada como sendo uma vinícola de enorme apelo comercial. Desta vez, fui tirar a prova e gostei do que ví. A vinícola é muito bem distribuída, limpa e acessível. O restaurante é ótimo, tem boa comida (não tão boa como Casas del Bosque), bom atendimento e a melhor vista da região. E o que me amendrontava, o vinho surprrendeu positivamente. Bebi um Duette Chardonnay 2012, que foi o melhor vinho branco que eu bebi no Chile nesta última passagem. O restaurante está na faixa de preço dos demais e o vinho também. Gostei e recomendo!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Chile parte IV: Restaurante da Vinícola Casas del Bosque, vale muito a pena!


Já comentei aqui que está muito caro comer no Chile, mas existem exceções à esta regra, não pelo custo baixo, mas pelo conjunto da obra. O restaurante da vinícola Casa del Bosque é o melhor exemplo do que acabei de escrever. Localizado dentro da vinícola, no meio das parreiras do município de Casablanca, o restaurante é bonito, aconchegante, amplo, pouco movimentado e tem ótimo atendimento. Os pratos seguem a média dos outros restaurantes em Santiago, custando entre R$ 40,00 e R$ 55,00, mas tem o melhor padrão de qualidade encontrado por lá, além de fugirem da mesmiçe e não fazerem parte da cozinha minimalista, que deixa o cliente com fome após a refeição. Resumindo, uma refeição para um casal, constando de dois pratos principais mais um vinho Gran reserva (em torno de R$ 50,00), fica em torno de R$ 170,00, já incluso a propina. Dispense as entradas, porquê o couvert (gratuito) já basta, assim como o boa quantidade de comida dos pratos de fundo. Se você for adepto de sobremesas, o custo irá aumentar um pouco. Achei o conjunto muito bom e indico sem medo de errar.

Neyen Espíritu de Apalta 2009

Degustei este vinho na vinícola Veramonte, que recentemente comprou esta marca e fiquei encantado. Comprei três garrafas ao custo de R$ 125,00 cada uma e posso dizer que vale cada centavo. Um corte de carmenére (predominante) e cabernet sauvignon com 18 meses de amadurecimento em carvalho francês, elaborado à partir de velhas parreiras do vale do Colchagua, algumas com 80 anos (SIC). Pessoal, esqueçam aquele conceito de carmenére achocolatado e potente, esqueçam também aquele mentolado típico chileno, este vinho é muito mais do que o óbvio. Com muita potência, taninos redondíssimos, fruta exuberante, este vinho traz uma elegância raramente encontrada em vinhos do Novo Mundo. A boa acidez não deixa o vinho ser cansativo e o final longo e persistente clamam pelo próximo gole. Mas, o que mais encanta neste vinho é o seu nariz: mais do que a fruta vermelha madura, mais do que a madeira muito bem integrada, o que chama atenção é o incrível bouquet de flores escuras que incendeiam o nariz, é literalmente como se estivesse cheirando umas dezenas de violetas, alfazemas, lavandas, etc. Um vinho extremamente equilibrado e delicioso até o último gole. Gosto é gosto e este vinho caiu ni meu gosto e digo, sem medo de cometer heresia, este vinho é do nível do Almaviva, o qual já experimentei duas vezes e não me arrancou suspiros como fez este vinho. Nota: 95 pontos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Chile parte III: Está caro comer no Chile!

Pois é, amigos! Não é suposição, é fato! Em qualquer restaurante um pouco melhor que se entra, não se paga menos que R$ 45,00 um prato e não espere grande quntidade de comida, mas também não chega à ser minimalesca. Entrei em alguns bons restaurantes, outros de porte médio e uma ou duas bibocas e não constatei nada barato no antigo paraíso da boa e barata comida. Posso recomendar com absoluta certeza de que agradará à todos o restaurante da vinícola Casas del Bosque, em Casablanca e com alguma desconfiança, o restaurante da Viña Indómita, também em Casablanca. Já na capital Santiago, se prepare para colocar a mão no bolso, principalmente se você viajar com filhos, já que no Chile não há aquela opção de pratos para duas pessoas. Então, um almoço ou janatr com vinho envolvendo dois adultos e duas crianças, com uma garrafa de vinho, uma água e dois sucos, sem contar a sobremesa irá custar aproximadamente R$ 270,00 !!!! Se compararmos com São Paulo, não extranharemos o valor, mas se compararmos com churrascarias em que se come à vontade e cidades do interior onde se come muito mais barato, chegaremos à uma dúvida: será que O Brasil está tão bem assim, à ponto de todos (digo: TODOS) oe brasileiros que lá encontrei reclamarem dos preços. É Dilma, estamos bem demais, estamos de vento em polpa, somos a mais nova potência econômica do mundo, etc. Ridículo, experimente beber uma água em Santiago por R$ 7,00, um suco por R$11,00 ou uma empanada por R$ 12,00! De barato, só o vinho e na vinícola, porquê nos restaurantes, um vinho de supermercado que custa 7000,00 pesos é vendido à 15.000,00 pesos. Aff...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Chile parte II: Vale à pena trazer vinhos do Chile?


Se esta pergunta fosse feita há 5 anos, a resposta seria obviamente sim! Mas, com o aumento do dólar (maravilha, né Dilma?), as dificuldades cada vez maiores em se trazer vinhos pelos aeroportos e a evidente inflação que ocorreu no Chile nos últimos anos (está tudo muito mais caro, em pesos), criam dúvidas sobre qual seria a resposta. Então, minha resposta é... depende! Se for vinho simples, cuja diferença de preço seja de poucos reais, não vale à pena. Os grandes ícones, pásmem, estão com preço igual ou mais caros que no Brasil. Então, uma boa opção seria a procura por vinhos de porte médio ou raridades. Vou exemplificar: o Medalla Real Cabernet sauvignon da Santa Rita custa no Brasil absurdos R$ 80,00, enquando que no Chile, se paga míseros R$ 17,00 !!! O Carmen reserva Cabernet sauvignon custa no Brasil cerca de R$ 60,00, enquanto que no Chile, se paga cerca de R$ 27,00. Encontramos no Chile o Casa Real Cabernet sauvignon Santa Rita, que não é o mesmo ícone que é vendido aqui por R$ 380,00 e sim, um produto para o mercado interno chileno, um cabernet protótipo do Maipo, uma delícia por cerca de R$ 50,00. Novidades como Bodegas RE e vinhos de autor como I latina (cerca de R$ 50,00) e Flaherty(cerca de R$ 50,00) também são bem vindos e custam bem mais baratos no Chile. Fique atento à pomoções; comprei 3 garrafas de Neyen espírito de Apalta, por R$ 120,00 cada uma, pechincha se levado em conta à excepcional qualidade do vinho e seu preço no Brasil: R$ 260,00. Use sempre a razão e vá sabendo o quanto custa o vinho no Brasil, para ter parâmetro de comparação. Espero que ajude à todos!

Chile parte I: Bodegas RE. A nova ousadia de Pablo Morandé.

Estive no Chile (novamente) por 10 dias e trago boas novidades. A melhor delas foi a descoberta da Bodegas RE, de propriedade de Pablo Morandé, o qual não é mais proprietário da Viña Morandé. Inclusive, seu emblemático restaurante House of Morandé, em Casablanca, mudou de nome e não leva mais o Morandé em sua faixada. Mas, Pablito realmente é ousado. Depois de ser o primeiro grande enólogo da Concha Y Toro, o grande descobridor do Vale de Casablanca e idealizador do Vigno (clube de vinho dos produtores de Carignan, no Vale do Maule), agora ataca com um projeto inovador, a Bodegas RE (REiniciar, REinventar). Trata-se de uma Bodega de pequena produção, com base em vinhos únicos, mesclas originais e maturação em tinajas de barro ou tanque de concreto (uma volta às antigas). Provei dois vinhos:
Chardonnoir 2011: um assemblage branco de chardonnay com Pinot noir, muito comum em espumantes, mas original para um vinho branco. Coloração para lá de original (pêssego), mas com aromas discretos e boca um pouco desbalanceada. Não gostei muito, mas valeu pela curiosidade. OBS.: este vinho recebeu 94 pontos do Descorchados. Preço do vinho na bodega: aproximadamente R$ 94,00.
Cabergnan 2008: um corte de cabernet sauvignon e carignan que capta muito bem as qualidades das duas cepas. Dois anos de amadurecimento em barricas riojanas e dois anos de envelhecimento em garrafa. Fresco, complexo, nervoso, amável. Um belo vinho. Guarda de mais de 10 anos. Aproximadamente R$ 94,00.
A degustação de duas boas taças dessas raridades custou aproximadamente R$ 40,00. A Bodegas RE é de fácil localização, ficando próximo à entrada principal da cidade de Casablanca, à aproximadamente 1 Km da estrada, antes da vinícola Loma Larga.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Atemporal Blend 2008

Após longo período de ausência por motivos particulares, estou de volta e pretendo não me estender nas postagens, as quais serão curtas e diretas. Este é um corte de Malbec, Syrah, Cabernet sauvignon e Petit verdot, do Vale do Uco (Argentina), com 12 meses de carvalho francês. É um vinho muito bem comentado nos enoblogs, mas eu não gostei! Vermelho púrpura bem denso e quase impenetrável, com manchas poderosas na taça. Visual legalzinho, mas perde-se no nariz, onde mostra apenas frutas negras mais para compotas e algo de especiarias, sendo que a madeira até está comportada. Na boca, o vinho mostra seus 15,5% de álcool, um exagero não conveniente para um vinho tinto seco que não seja um amarone. Até que é macio e um pouco aveludado, mas o vinho é  muito pesado e cansativo. Só recomendo a compra, independente do preço, para aficionados por vinhos argentinos. Está fora da minha lista.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Casa Valduga Assemblage 1998. É isso mesmo o quê vocês leram: 1998 !!!

Quem é vivo sempre aparece e eis que estou aqui, após longo período de ausência. Mas, o que me traria de volta às postagens? Foi este vinho aí: Casa Valduga Assemblage 1998. Vou explicar rapidamente: frequento uma pizzaria de um amigo meu em Aparecida, cidade ao lado de Guaratinguetá. O dono da pizzaria gosta de vinhos, mas não esquenta muito a cabeça para a conservação dos mesmos e como a maioria da clientela advém de um público não muito acostumado com vinhos finos, é comum encontrarmos algumas garrafas literalmente perdidas e esquecidas pela pizzaria. Encontrei esta garrafa e não resisti a tentação: comprei por 40 paus! Se o vinho tivesse oxidado, valeu a curiosidade e se tivesse bom, ahhhh... Pois, para minha surpresa, apesar das inadequadas condições de guarda, o vinho estava vivo! Ao colocar na taça, que bela visão: um vermelho granada, com bordos intensamente alaranjados e reflexos atijolados, marcando uma incrível evolução. Aromas de média complexidade, já voltados para a evolução como os toques balsâmicos e madeira de cedro, mas ainda presente as frutas vermelhas maduras, o cassis e nuances apimentadas. Na boca, a maoir das surpresas: uma acidez vivíssima, que contrasta com os taninos totalmente aveludados e um final de boca interminável. O vinho é um corte de cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc e estagiou em barricas por 1 ano (não tenho certeza). Uma jóia, uma prova incontestável da longevidade do vinho nacional, um vinho único, uma experiência neurosensorial enológica de tirar o fôlego. Claro, o fato do vinho ser nacional e a forma como foi guardado e descoberto contribuíram para a minha empolgação. Mas, é disso que vivem os apaixonados por vinho, como eu. É esta procura infinita pelo diferente e pelo ousado que motiva a persistência em permanecer um enófilo de carteirinha. Parabéns Casa Valduga! Não tenho fotos e não tirei fotos, tudo o que tenho é a minha palavra. Até a próxima!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Espumante Ferrari Perlé brut 2005. Justifica a fama? Vale o quanto custa?

Tenho andado meio sumido, com poucas postagens, mas isto não significa que tenho bebido e experimentado menos vinhos. Somente ando sem tempo e sem muita empolgação para escrever, mas gosto de usar meu blog para comentários pessoais e o estou fazendo em situações especiais. Neste fim de semana de páscoa, abri uma garrafa que estava guardada à um certo tempo em minha adega e gerava muita expectativa, pois se tartava de um espumante Ferrari Perlé brut 2005, da DOC Trento, na Itália. Vinho afamado e caro! Elaborado com 100% chardonnay, pelo método tradicional, passa 70 meses sobre as leveduras. Chega de delongas, vamos ao vinho: bela formação de espuma na taça, perlage intenso, mas não muito duradouro, linda coloração amarelo-ouro, muito brilhante. Aromas com boa complexidade, remetendo à mel, brioches, fermento, frutas tropicais. Bom volume em boca e cremosidade agradável. Me pareceu um pouco doce, acima da média, mas não enjoativo. Sim, é um bom espumante, mas também pudera, custando mais de R$ 200,00 é obrigação ser bom! Não quero ser insistente e nem estou ganhando nada para dizer isto, mas por este preço dá para comprar dois graaandes espumantes nacionais! Se você for mais modesto, dá para comprar três, digo TRÊS ótimos espumantes nacionais que nada devem à este bom espumante italiano. Não quero chover no molhado, mas não seja idiota, dê uma chance aos brazucas!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Chega de mesmiçe, dê uma chance aos vinhos nacionais!

Caros leitores, um dia já fui muito contrário aos vinhos nacionais, mas hoje carrego a humildade de aceitar que nossos vinhos brasileiros melhoraram muito e concorrem em igualdade de condições em várias linhas com os vinhos importados. É óbvio que não sou hipócrita de querer comparar nossos ícones com os ícones internacionais, nesse quesito ainda estamos engatinhando, mas em outros seguimentos estamos muito bem. Antes que alguém caia na bobagem de dizer que estou defendendo a indústria vinícola nacional para proveito próprio, peço à estes infames que não leiam este post, muito obrigado! Vamos à alguns exemplos:
1) Para quê comprar espumante estrangeiro, se o nosso é sabidamente um produto de grande qualidade e o melhor custo-benefício do mundo! Além disso, temos uma variedade enorme de estilos, cores e terroir que deixam nossos vizinhos hemanos morrendo de inveja. Ora, se for para gastar com espumante estrangeiro, então compre um bom champagne, o quê custará não menos que R$ 200,00.
2) Quer vinho tranquilo e baratinho para beber aos montes na beira da piscina, gastando menos de R$ 15,00? Então, vá de moscato, moscato giallo ou riesling itálico da Serra gaúcha, ao invés de péssimos brancos amargos e com acidez descontolada do Novo mundo ou então aqueles simplérrimos e inexpressivos Soaves italianos por R$ 40,00! Obs.: Excessão seja feita aos originais e interessantes Vinhos Verdes portugueses.
3) Vinho branco bom e barato no Brasil? Exemplos: Chardonnay Venturini por R$ 29,00, Gewurstraminer Angheben por R$ 35,00, Dádivas Chardonnay Lídio Carraro por R$ 42,00, Gewurstraminer Valduga por R$ 29,00, Peverella Salvati por R$ 26,00, etc. Eu não entendo o idiota que compra um chardonnay argentino por R$ 30,00 ou um branco italiano por R$ 40,00. Neste caso, vamos nos render aos ótimos sauvignon blanc da Costa marítima do Chile e aos maravilhosos brancos da Borgonha e Jura na França, mas o bolso pode não dar conta.
4) Tinto tranquilo e com apelo comercial? Então vá de Merlot da Serra gaúcha, existem vários, experimentem o Venturini Merlot reserva (R$ 29,00). Tinto para churrasco? Tannat da Campanha gaúcha ou da Serra Gaúcha, entre eles o Vallontano por menos de R$ 40,00. Cabernet sauvignon? Rastros do Pampa por R$ 45,00, Marco Luigi reserva de família por R$ 65,00, Gran Báculo por R$ 50,00. 
5) Querem vinhos diferentes? Pizzato Alicante Bouschet, Valduga Arinarnoa, Barcarolla Lagrein, Angheben Teroldego. O quê vocês acham do Dall'Agnol com dupla maturação?  Todos este vinhos por menos de R$ 50,00!!!
6) Vinhos de garagem? Vilmar Bettú é o cara! Quinta da Figueira começa à fazer história!
7) Vinhos biodinâmicos no Brasil? Sim, Santa Augusta de Santa Catarina.
8) E vinhos de altitude: Villagio Grando, Serra Catarinense.
9) Para chutar o balde: em quantos países do mundo se tem um ice-wine? Aqui temos o Pericó!
Galera, isto é só um breve relato, então não tenham medo, experimentem nossos vinhos, garanto que não se arrependerão e mudaram gradativamente sua forma de pensar. Até mais!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dilma, o Hugo Chávez é amigo seu, não nosso!

Ando sem tempo e entusiasmo para escrever, mas desta vez não resistí. Entre as várias bobagens que Dilma andou falando, relembre o comentário que ela fez direto da Rússia, em que a própria disse que era um absurdo as calúnias que estavam falando do "nosso presidente Lula", espera aí: presidente Lula???, quem é mesmo o presidente atual do Brasil ? Agora, Dilma solta mais uma pérola: "O Hugo Chávez é amigo do Brasil". Calma aí, senhora Dilma! Ele pode ser seu amigo, não nosso! Quem te deu o direito de falar esta bobagem? Não quero e nunca quis ser amigo de um ditador de caráter questionável. Já que temos que te aturar no cargo de presidenta virtual (o presidente real é o Lula, conforme você mesmo afirmou),faça o nobre favor de falar menos, porquê você calada é uma poetisa! Quem sabe, não estaremos vivendo o início de uma nova era: o fim do Chavismo e do populismo e o início de uma real democracia. Não lamento a morte de Chávez, lamento apenas que ele não tenha tido tempo de se recuperar, para sanar suas condutas equivocadas durante sua vida. Que o Lula aprenda com isso e venha a colocar a mão na consciência e deixar o Brasil livre para o governo de pessoas competentes e respeitosas. Vocês lembram do que disse o Lula quando assumiu a presidência da República: "Ao final do meu governo, nenhum brasileiro estará passando fome, assim terei cumprido meu dever". Aff, acho que vou vomitar...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Schlossmühlenhof Müller Thurgau Trocken 2011

         
 
Aí, aí, aí... Tão difícil como pronunciar o nome deste vinho é aceitar que a compra foi boa. O vinho não é ruím, mas está longe de ser cativante. Elaborado com uvas Muller Thurgau em Rheinhessen  na Alemanha, mostra uma bela coloração amarelo bem clarinho e com uma linda limpidez. Os aromas são agradáveis, remetendo à maçãs maduras e pêssegos amarelos, com boa mineralidade. Na boca, é um pouco doçinho e bem leve, mas deve na acidez e no frescor. Não faz feio, mas me deu dor no peito de saber que por este preço, teria abocanhado algo bem melhor. Poie é, vida de enófilo é assim. Aliás, pessoal do Sonoma, parem de poetizar sobre vinhos medianos e guardem a saliva, ou seja, a escrita para vinhos realmente mereçedores de poesias. Nota: 86 pontos. Preço: R$ 59,00. Avaliação custo-benfício **.

Ochagavia medialuna cabernet sauvignon/merlot 2006: simples!

              
 
Comprei no site Sonoma, com a promessa de ser um dos melhores custo-benefício do site. Paguei R$ 29,00 e posso afirmar que não vale isso. Com denominação genérica do Vale central, este vinho não é em nada melhor do que os outros vinhos simples e baratinhos que encontramos aos montes nos supermecados. Gostosinho, frutadinho, mentoladinho, ralinho, tudo inho! Não gaste R$ 29,00. Vá de Gato Negro por R$ 17,00, que é a mesma coisa! É só! Nota: 85 pontos. Avaliação custo-benefício **.

Cave Geisse Brut Terroir Rosé 2008: a confirmação do espulmante nacional!

             
 
Não vou perder tempo falando de novo sobre os grandes vinhos espulmantes nacionais. Sem introduções extensas e chatas, provém este vinho! Elaborado com 100% pinot noir, pelo método tradicional com 36 meses de autólise, é um dos melhores vinhos espulmantes nacionais e o melhor espulmante nacional rosé que já bebi. Linda coloração casca de cebola (como deve ser um rosé), com perlage intenso e finíssimo. Pouco diz no nariz, mas lembra rosas, goiaba, pequenos frutos vermelhos e mineral intenso. A prova de qualquer vinho rosé se faz na boca e este vinho passa no teste com sobras. Esbanja frescor e mineralidade, à ponto de ser bebido como cerveja, aos goles. Eu sei que isto pode ser ofensivo aos críticos, mas o vinho é muito refrescante e enche a boca com uma espulma de respeito. Harmonizei com queijo brie e geléias em geral e ficou incrível. Bebido na varanda de casa, numa noite de clima agradável, gerou um daqueles momentos inesquecíveis para agradecer à Deus, de joelhos, por estar vivo e desfrutar de tal prazer. Estou exagerando? Façam o mesmo e tirem a prova. Nota: 93 pontos. Preço: em torno de R$ 80,00. Avaliação custo-benefício ***.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Etna Rosso di Verzella 2005

 
                                        
Vida de enófilo que mora no interior e não é munido de grana é assim: você espera uma promoção e agarra com unhas e dentes, pois esta é a única maneira de experimentarmos vinhos diferentes e desconhecidos por um preço que não afete o orçamento doméstico. Este vinho foi comprado no bota-fora da World Wine por R$ 26,70, mas seu preço habitual é R$ 89,00. Sempre ouvi falar dos vinhos vulcânicos elaborados à partir de videiras cultivadas aos pés do vulcão Etna, um dos poucos ainda ativos no Velho continente. Vamos ao vinho: elaborado à partir de um corte de Nerello Mascalese. Nerello Cappuccio, com curto estágio em barricas de carvalho, apresenta coloração vermelho granada com reflexos cor de tijolo e bordas alaranjadas, aparência licorosa e lágrimas densas; lindo aspecto, no ponto máximo de evolução visual. Aromas de frutas vermelhas, lembrando mais a cereja e framboesa, com muita especiaria, toque herbáceo e mineralidade nítida. Em boca, oferece taninos ainda nervosos, muita acidez e boa persistência. O vinho está no limite de consumo e se mostra ainda agradável no pálato. É nítida sua vocação gastronômica e sua constituição vulcânica. Não tem grande complexidade, mas cativa pela curiosidade. Não o compraria pelo seu preço real, mas na promoção foi uma barganha. Nota: 89 pontos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Puzzle 2008


                                                
Um vinho varietal é aquele composto por apenas uma casta ou a casta predominante tem quase a totalidade da composição. Um blend ou corte é aquele vinho composto por duas ou mais castas divididas de forma harmônica com o objetivo de dar maior complexidade ao vinho, usufruindo do melhor de cada casta. Agora, imaginem um vinho que é um blend de 15 castas! Sim, você não leu errado, são 15 castas mesmo! Pois bem, parece que o Uruguai tem vocação para elaborar "coisas estranhas" ou, ao mínimo, curiosas. Relembre um espulmante de vinho tinto descrito aqui, tempos atrás. Este multi-varietal é composto por Tannat, Chenin, Cabernert Franc, Marselán, Chardonnay, Pinot Noir, Petit Verdot, Sauvignon Blanc, Arinarnoa, Cabernet Sauvignon, Viognier, Merlot, Syrah, Alicante Bouchet e Pinot Meunier. Eu pergunto ao leitor: "Tem como individualizar as castas em uma degustação ou caracterizar o vinho?". Já vou logo respondendo: "Não!". Pessoal, em uma degustação às cegas, é humanamente impossível descrever se este vinho tem características desta ou daquela cepa. Então, assim como o vinho. a sua descrição organoléptica tende à ser genérica. Visual com coloração vermelho-rubi com evolução para o granada e leves toques alaranjados com bordas laranja-claro de evolução. Transparência média e boas lágrimas são outras virtudes visuais. Aromas com média complexidade, tendo predomínio de frutas vermelhas frescas, pimenta branca, floral suave e discreto toque de madeira. Em boca, mantém boa acidez, taninos redondos e médio corpo. É um vinho gostoso e elegante, tem boa vocação gastronômica e está no ponto certo de consumo. Apesar de não ter nenhuma predominância varietal, posso dizer que é um vinho bem uruguaio e bem semelhante à alguns vinhos brasileiros. No mínimo, é um vinho diferente e interessante. Vale ressaltar o rótulo, que trás um quebra-cabeça com exatamente 15 peças, fazendo analogia com o nome e a quantidade de castas que compõe o vinho. Nota: 89 pontos. Preço: em torno de R$ 60,00. Avaliação custo-benefício ***.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Desafio: Venturini Reserva Merlot 2011 x Sabor Real Viñas centenárias 2007

     

Qual o motivo deste desafio? Mostrar mais uma vez ao leitor que os vinhos brasileiros melhoraram! Desta vez, peguei uma figurinha carimbada que exemplifica muito bem o enorme marketing de vendas (Sabor Real) e confrontei com um "modesto" exemplar brasileiro ainda pouco conhecido do público. O Sabor Real foi um dos primeiros vinhos à desembarcar no Brasil com uma propaganda muito grande baseada em generosas pontuações de Parker e com custo acessível. Óbvio, com todo este marketing, a chuva espanhola arrastou quarteirões e cativou até críticos famosos, como pude comprovar em textos de revistas especializadas. Com 91 pontos de Parker e custando hoje, cerca de R$ 55,00, será que é melhor que seu adversário brazuca? Vamos ao desafio:
Sabor Real Vinãs Centenárias 2007Sabor Real Viñas centenárias 2007: Toro (Espanha), 100% Tempranillo, 10 meses de barrica. Coloração violácea com densas lágrimas, boa concentração. Aromas de frutas maduras em compota e leve especiaria. Taninos sedosos, acidez correta, bom equilíbrio. Apesar de 7 anos de colheita, está jovem mas não irá evoluir.
Venturini Reserva Merlot 2011: Flores da Cunha (Brasil), 100% Merlot, 4 meses de barrica. Coloração rubi púrpura com reflexos violáceos, com muito brilho e vivacidade. Aromas de frutas vermelhas maduras e floral, com toque de baunilha. Redondo, com taninos macios e acidez cativante. Não se esconde, é mais aromático e tem melhor acidez que o Sabor Real.
Em suma, os dois vinhos agradam, sendo que o Venturini é mais encantador, apesar de que os dois vinhos são bastante corretos. São vinhos fáceis de beber, mas o Venturini tem um potencial gastronômico maior. Fico com o Venturini Merlot 2011, com qualidade um pouco superior. Se Parker deu 91 pontos para o Sabor Real, teria que dar 92 pontos ao Venturini. É claro que a pontuação foi exagerada, mas o interessante neste desafio foi perceber que um vinho brasileiro de menos de R$ 30,00 se saiu melhor que um aclamado espanhol de R$ 55,00. E agora, críticos e especialistas de plantão? Quem anda criticando demasiadamente vinhos nacionais, é porquê não anda bebendo vinhos nacionais. Prestem atenção! Tem muita coisa boa aqui dentro que custa mais barato que afamados lá de fora. Sabor Real viñas centenárias 2007 (88 pontos). Venturini Merlot reserva 2011 (89 pontos).

Barbera D'Alba Sorito Mosconi 2006

                                   

Vinho ainda remanescente de uma ótima promoção da interfood em abril de 2012. Este é um 100% Barbera, com 18 meses de estágio em carvalho e mais 8 meses de afinamento em garrafa. Para minha surpresa, o vinho não se parece com um Barbera do Piemonte. Com coloração violácea e poucos traços evolutivos, apesar da idade, o vinho mostra que tem muitos anos de vida pela frente. Aromas de frutos negros mais para uma compota, agrega ainda toques herbáceos com nuances de tostado, proveniente do longo estágio em barricas. Tem acidez controlada e bom volume em boca. Os taninos não são agressivos, mas estão presentes e o final é agradável .Vinho muito correto e com um toque de violetas, lembrando muito um bom vinho português do Douro. Como ponto positivo, temos uma complexidade média, uma boa maciez, aromas que não se escondem e uma longa vida em garrafa. Como pontos negativos, temos a falta de tipicidade da casta e do terroir (o vinho lembra mais o Douro que o Piemonte) e o alto preço praticado. No seu valor normal (R$ 169,00), é derrubada! Nota: 89 pontos. Avaliação custo-benefício **.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quinta da figueira Miramar 2011



Uvas de Monte Agudo (Santa Catarina) com elaboração do vinho em Florianópolis. Corte de 40% de sangiovese (sem passagem por madeira) com 30% de Merlot e 30% de cabernet sauvignon (com 12 meses de passagem por barricas novas de carvalho americano). Um clássico toscanês, certo? Não! Está longe disso! Boa vontade até sobra para o enólogo responsável, mas ainda tem muito chão para percorrer. Muito bonito no visual e muito aromático, de novo Rogério Gomes esbarra no quesito gustativo: apesar da boa acidez, falta volume e suavidade em boca e o amargor é muito aparente. Os aromas de frutas vermelhas frescas e especiarias intensas, associados com um bom potencial gastronômico até que dão conta do recado, mas o preço é desistimulante. Reconheço o esforço de Rogério, mas este vinho não consegue competir com vinhos de R$ 40,00. Segundo vinho provado da vinícola Quinta da Figueira, segunda descepção. Nota: 86 pontos. Preço: R$ 74,90. Avaliação custo-benefício **.


Chatons du Cèdre 2008 Malbec

                                                
Falamos em malbec, falamos em Argentina, certo? Não, também temos malbec no Chile e Brasil, yes? Aí que tá! Pouca gente se lembra da França quando falamos de malbec, mas esta cepa tem seu berço em Cahors, sul da França e já figurou com mais brilhantísmo nos cortes bordaleses. Este vinho que trago é um 100% malbec de... Cahors! Messieurs, une grande élégance! Quem pensar assim, acho que vai se arrepender, pois os vinhos elaborados com malbec em Cahors caracterizam-se pela RUSTICIDADE! Sim, rusticidade! Com nenhuma ou pouca passagem por madeira, até prefiro que seja assim, caso contrário poderia se tornar imbebível, a rusticidade não está tão aparente assim neste vinho, o qual até mostra certos toques de elegância ao esbanjar certos aromas minerais e florais, entre eles, a tão conhecida violeta, costumeira da malbec. Sem traços evolutivos, sem defeitos aberrantes, com bastante simplicidade e boa acidez, este vinho é uma ótima opção para o dia-a-dia, não fosse o seu custo (alto para o consumo diário). Comprei-o em promoção, com um preço abaixo do real e mesmo assim, descarto este vinho por perder para outros similares do mesmo nível e com custo mais baixo. Como ponto interessante, este vinho vem de uma região que tem como prato típico o famoso cassoulet e não é que ele combinou bem com um feijão com arroz básico? Exatamente, simplicidade combina com simplicidade e rusticidade combina com rusticidade. Em suma, apesar deste vinho não fazer feio, prefira os malbecs argentinos. Dá-lhe hermanos! Nota: 86 pontos. Preço: em torno de R$ 53,00. Avaliação custo-benefício **.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vallontano cabernet sauvignon reserva 2005: um clássico brazuca!

Hoje, escrevo em defesa dos vinhos brasileiros. Que não me venham críticos de plantão lançando palavras pouco nobres sobre a produção vinícola tupiniquim. Estas pessoas que só criticam negativamente os vinhos brasileiros e que dizem que o Brasil não tem solo e clima para produção de bons vinhos, só podem ter desconhecimento do que dizem. Trago este cabernet sauvignon da magistral safra de 2005 elaborado pela Vallontano com tiragem de menos de 6000 garrafas. Pronto, bastou um grande ano e paciência para esperar o vinho evoluir e temos um senhor vinho! Aliás, quem teve um mínimo de cuidado com a safra de 2005, não teve como errar! Lógico, estamos ainda atrás de nossos vizinhos chilenos e argentinos e muito atrás dos países do Velho continente, mas já podemos dizer que produzimos vinhos bons, muito bons, ótimos! O problema é que ainda dependemos da generosidade da mãe-natureza para termos grandes vinhos, ao passo que os nossos rivais conseguem uma estabilidade de safra muito maior, em função de um terroir mais privilegiado. Mas, desafio qualquer enófilo à conduzir uma degustação às cegas com este vinho e outros similares de mesmo preço para ver o resultado final. Tenho certeza que vai ser surpreendente. Coloração vermelho rubi com bordas levemente alaranjadas e reflexos tijolo, lágrimas densas e textura visual algo licorosa, evolução notável em taça. Aromas misturando frutas e evolução, com cassis evidente, especiarias, violetas, tabaco, couro e leve balsâmico. Na boca, acidez presente, taninos redondos, belíssimo corpo, retrogosto pra lá de agradável e final médio. Um vinho praticamente sem defeitos, com complexidade média e muito bem evoluído. Sim, estes bons vinhos gaúchos da safra de 2005 estão ótimos para serem bebidos agora ou nos próximos 2 anos. Um digno representante da Serra gaúcha por R$ 54,00. É difícil encontrar um vinho com este grau de complexidade e evolução por este preço. Para quem gosta de bombas argentinas ou explosões mentoladas chilenas, não recomendo este vinho. Nota: 92 pontos. Avaliação custo-benefício ****.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mastroeni Notable Malbec 2008

Semprei enfatizei que este negócio de safra não é mera propaganda, mas realmente faz diferença! Já havia experimentado o Notable malbec 2006 e rasgado elogios, mas este 2008 não chega aos seus pés. Continua sendo um bom vinho, mas não traz a delicadeza e a complexidade, nem a boca sedosa do seu antecessor da magnífica safra mendozina de 2006. O representante de 2008 é um malbec gostoso, carnudo e cativante, mas não tem o brilhantísmo do 2006. É mais um bom Malbec argentino, que por R$ 54,00, extrapola o que vale. Vamos esperar a próxima safra. Nota: 88 pontos. Avaliação custo-benefício **.

Quinta da Figueira Garapuvu Chardonnay 2010

                                                          
Não se deixe enganar pelo nome: este vinho não é português e sim brasileiro! Elaborado em Florianópolis, isso mesmo, você não leu errado, é Florianópolis mesmo, com uvas provenientes de Monte Agudo (serra catarinense). É um blend de dois vinhos, sendo que o primeiro foi fermentado em baixa temperatura sem as cascas e o segundo foi fermentado em alta temperatura com as cascas. Após a mistura, o vinho estagiou em barricas novas de carvalho americano por 3 meses. Bem, como se vê, atrativos não faltam para comprar o vinho, mas será que o resultado final foi bom? O enólogo responsável pela produção é Rogério Gomes, que produz os vinhos na garagem de seu pai e como não poderia deixar de ser, em pequena escala. Este projeto vinícola é, até onde tenho conhecimento, o mais original e arrojado do Brasil. Quem mais se atreveria à fazer vinho em Florianópolis? Mas, o compromisso da Adega para todos é com a sinceridade e não posso deixar que admiração ou amizade interfiram na análise dos vinhos, mesmo sendo meramente uma opinião pessoal. Na coloração, o vinho começa bem, demonstrando um belo amarelo dourado muito brilhante, pouco comum aos chardonnays. O nariz é muito interessante, com notas de maracujá, damasco, pêssegos amarelos e um pouco de querosene. Na boca, o vinho descepciona: não consegue ter maciez e nem corpo, também carecendo de frescor e harmonia. Com um amargor que incomoda muito, peca pelo desequilíbrio, apesar de que melhora muito com a comida. Não sei qual foi a intenção do Rogério Gomes ao fazer este vinho, mas não me agradou. O ponto positivo é que este vinho é verdadeiramente um vinho de autor: pequena produção (apenas 260 garrafas) e materialização da idéia do seu enólogo criador, sem interferências de terceiros. Isto acarreta em divisão de mercado: uns irão gostar e outros não. Foi o primeiro vinho do Rogério que eu provei e ainda tenho mais cinco para experimentar. Pelo que andei lendo, os tintos são bastante elogiáveis. Só não entendo porquê os nossos amigos enoblogs evitam comentários negativos. Ora, críticas são extremamente construtivas, desde que não sejam ofensivas. Não gostei deste vinho e não compraria outra garrafa. Nota: 84 pontos. Preço: R$ 34,90. Avaliação custo-benefício **.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Gran Báculo Cabernet sauvignon 2005: um vinho para refletir!

                                            
Senhores, peço que leiam com atenção este post. Quando estive em Flores da Cunha, no início de dezembro de 2012, conheci a vinícola Salvador e seus proprietários. Fiquei encantado com a estrutura física da vinícola e a enorme recepção dada pela família proprietária da empresa. Degustei alguns bons rótulos e levei para casa o conhecido e já cult Gran Báculo cabernet sauvignon 2005, um  vinho varietal que não passa por madeira. Utlizando um excelente IPT (índice de polifenóis totais), o Sr. Antonio Salvador compra (e paga caro) uvas quase perfeitas e com baixíssimo rendimento, para elaborar um vinho com extremo cuidado, desde sua vinificação até o seu armazenamento. O resultado é sensacional: posso dizer sem medo de cometer heresia, que é o melhor varietal de cabernet sauvignon, produzido em terras brasileiras, que já bebi. Um vinho potente, complexo e com estrutura ímpar, pronto para consumir agora ou para guardar por 10 anos. Engarrafado em garrafas importadas, com belo rótulo, já chama a atenção antes de ser aberto. Visual com coloração vermelho rubi escuro, chegando quase à negro, com bordas levemente alaranjadas. Aromas complexos de frutas negras, ameixas pretas, quase secas, licor de cassis, café, tabaco e um fundo de especiaria (pimenta preta). Na boca, mostra taninos ainda raivosos e uma acidez de rachar a língua, ítens que garantem longa guarda à este vinho. O álcool não atrapalha em nenhum momento. Tem um retrogosto sensacional e um final muito longo. Tem boa vocação gastronômica, devido sua forte acidez. Claro, tem alguns defeitos, por exemplo, poderia ser mais macio em boca e ter mais volume, mas isso não tira o brilho deste grande vinho de Flores da Cunha. Assim como considero o Valmarino cabernet franc X 2005 o melhor varietal de cabernet franc brasileiro, elejo hoje o Báculo 2005 como o melhor varietal cabernet sauvignon brasileiro. Parabéns Sr. Antonio Salvador. Aos críticos de plantão, que atirem a primeira pedra! Nota: 91 pontos+. Preço: em torno de R$ 50,00. Avaliação custo-benefício ****. Vale comprar umas 3 garrafas deste vinho e ver a evoluçãp nos próximos 10 anos. Quem fizer isso, garanto que não vai se arrepender.



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Lídio Carraro Elos Cabernet sauvignon/malbec 2009

                   
Vinho de uma linha um patamar acima do Dádivas. Sem passagem por madeira, como manda a filosofia da vinícola, este corte de cabernet sauvignon com malbec esbanja potência e elegância. Não confunda este vinho com os pesados e bombásticos malbec argentinos, pois este vinho é muito superior à média argentina. Coloração rubi com reflexos violáceos e sem traços evolutivos. Aromas complexos de pequenos frutos negros, tabaco, ervas e especiarias. Não encontrei a característica violeta do malbec argentino. Na boca, o vinho cresce: potência, elegância e estrutura convivem harmoniozamente e trazem um conjunto agradável com taninos ainda por domesticar e acidez acima da média, que trazem longevidade e potencial gastronômico. Tem capacidade para seguir vivo por muito tempo, mas já está em um bom ponto de consumo. Nota: 91 pontos. Preço: em torno de R$ 60,00. Avaliação custo-benefício ***.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Cordilheira de Santana Cabernet sauvignon 2004

Um bom cabernet sauvignon brasileiro da ótima safra de 2004. Sim, sempre elogiamos muito a safra brasileira de 2005, mas esquecemos que isto vale para o Vale dos Vinhedos e este vinho que trago hoje foi elaborado com uvas de Santana do Livramento, na divisa com o Uruguai, isto mesmo, URUGUAI! Para os não-viajantes, a safra de 2004 foi a melhor da década para o Uruguai, então podemos considerar que este vinho vem de uma ótima safra. E somente uma grande safra poderia manter vivo este vinho até hoje. O vinho está redondo e macio, apesar de não ter grande complexidade. É um típico caso de vinho relativamente simples, oriundo de uma grande safra, que evoluiu bem ao longo dos anos e hoje, goza de uma plenitude sadia. Visual bem característico de evolução, com um vermelho granada com leves reflexos alaranjados, porém sem ser magnífico na sua coloração. Aromas de frutas negras em evolução, com algo de compota e toques balsâmicos. Terra e café também são encontrados durante a evolução na taça. Na boca, está muito macio, com taninos redondos, acidez controlada e final médio. Não é um grande vinho, mas é um bom exemplo de como uma grande safra pode trazer grandes benefícios durante sua evolução. Nota: 88 pontos. Preço: em torno de R$ 50,00. Avaliação custo-benefício ***.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tradição Moscato Giallo

                               
Na viagem ao sul do país, experimentei este vinho em uma loja na beira da estrada, próxima ao Parque do Caracol, em Canela. Estava um dia muito quente e este vinho entrou refrescando tudo em minha garganta. Obviamente, comprei uma garrafa por R$ 20,00 e decidi abrir neste fim-de-semana, perante um calor escaldante. Novamente, o vinho surpreendeu! Coloração amarelo-palha com leves reflexos verdeais, muita limpidez e brilho. Aromas de maçãs verdes, pêras e cítrico. Levíssimo em boca, macio e muito refrescante. Sem aquele amargor final, o vinho acaba rapidinho! Tem apenas 11,5% de graduação alcoólica, o que faz dele um grande substituto da cerveja em dias quentes. Produzido pela Vinícola Tradição, de Caxias do Sul, este vinho é uma enorme revelação nacional e já faturou alguns prêmios. Tem o nariz de um sauvignon blanc e a boca de um Soave. Experimente, vale muito à pena. Por R$ 20,00 ou menos, é muito difícil achar algo melhor no mercado. Infelizmente, joguei a garrafa fora, antes de conferir a safra. Nota: 88 pontos. Preço: menos de R$ 20,00. Avaliação custo-benefício *****.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Caminhos de Pedra e Pinto Bandeira: muito interessante!

Quem for à Bento Gonçalves, não pode deixar de visitar Pinto Bandeira e o turístico Caminhos de Pedra. Reserve um dia para desfrutar esta curta viagem por uma pequena estradinha asfaltada e conhecer casarões antigos que contam um pouco da história dos imigrantes italianos que trazem atrações interessantes como a Casa das massas, a Casa do Tomate, a Casa das ovelhas (com demonstração de ovelhas treinadas), etc. Experimente diversos tipos de salame, queijos, vinhos e chimarrão. Visite a casa onde foi filmado "O Quatrilho". Aprenda como é a produção do chimarrão na Casa da erva-mate e guarde um tempinho para conhecer a vinícola Salvatti. Com vinhedos próprios e produção à moda antiga, guarda um tesouro nacional: vinhos elaborados com a uva Peverella. Como o nome diz, Peverella significa pimenta, porquê o vinho deixa uma sensação picante na língua. Com aromas pouco expressivos, o vinho se assemelha na boca à um Vinho Verde. Na Salvatti, ainda encontramos um vinho bastante interessante elaborado com a uva Barbera do Piemonte. Almoçe em im restaurante no local e volte para Bento Gonçalves, mas desvie à direita em direção à Pinto Bandeira. Visitei duas vinícolas:
Don Giovanni: propriedade familiar, com bom atendimento. Agregado à uma pousada, possue um varejo, onde podemos degustar alguns bons vinhos. Possui ótimos e premiados espulmantes, tintos razoáveis e um belo chardonnay. Vale a visitação.
Cave Geisse: Referência nacional, quando se fala em espulmantes de qualidade. Grande oportunidade para conhecer sem restrições todo o método de produção desta bebida borbulhante. Há degustação de bons rótulos. Me encantou o Nature terroir rosé. Há também um interessante Pinot noir. Sem dúvida, de visitação obrigatória.

Auguste Bessac Côtes du Rhône 2010

Foi um dos vinhos da seleção clube wine do mês de junho de 2012. A minha descepção com o Lirac do mesmo produtor foi tamanha, que até me esqueci deste vinho na minha adega. Como não estava muito empolgado com o vinho, abri para o consumo do dia-a-dia. Beleza, funcionou muito bem para um prato simples do almoço, mas só! É um vinho gostozinho e fácil, muito fácil de beber, lembrando muito alguns chilenos, argentinos e portugueses mais simples. E é isso que este vinho consegue ser: simples e gostozinho. Então, deveria ter um preço muito melhor que os seus R$ 50,00! Corte de Syrah, Grenache e Mourvèdre, com 8 meses de passagem em barricas de carvalho francês e americano. Visual violáceo sem traços evolutivos, bastante brilhante e límpido. Aromas de frutas vermelhas maduras, ora em compotas, com leve toque floral. Não dá para filosofar muito neste vinho, porquê ele não é feito para isso, mas o preço... Na boca, é sedoso, tem taninos redondos, bom volume e final médio. É um vinho muito correto, que carrega fruta madura sem excessos. Tem o álcool um pouco aparente, mas que não atrapalha o conjunto. É um vinho ao estilo Novo Mundo e fácil de agradar, mas tem pouquíssima complexidade e não vale o valor investido. Nota: 86 pontos. Avaliação custo-benefício **.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Lídio Carraro Dádivas Chardonnay 2012

O ano de 2012 parece mesmo que vai ficar marcado dentro da enologia brasileira. Experimentei alguns vinhos desta safra, todos jovens e com pouca complexidade, mas com grande concentração de fruta, devido ao ideal ponto de maturação em que as uvas conseguiram chegar. Este chardonnay elaborado pela Lídio Carraro não passa por madeira, mas numa degustação às cegas enganaria 50% dos participantes, tamanho é sua doçura e concentração. Não, não é um vinho cremoso e leitoso! Muito pelo contrário, tem corpo leve e bastante frescor, mas tem uma sedosidade que agrada todos os paladares. Com média complexidade, este vinho tem aromas que até podem remeter à uma leve barrica de carvalho, mas na boca mostra seu frescor e sutileza. Mais um belo trabalho da Lídio Carraro. Um ótimo vinho à preço honesto! Nota: 90 pontos. Preço: em torno de R$ 39,00. Avaliação custo benefício ***.

Don Giovanni espulmante nature champenoise

Um belíssimo espulmante nacional elaborado pelo método champenoise com uvas chardonnay e pinot noir de Pinto Bandeira, sem adição de açucar no chamado licor de expedição. O resultado é um vinho leve e com grande frescor, ideal para entradas e pratos leves de carne branca. O visual é bonito, amarelo bem claro com um perlage fino e intenso, apresentando boa formação de espulma. Aromas de frutas brancas, bastante mineral com toques tostados e de brioche. Na boca, é bastante seco, tem bom volume e não é enjoativo. Os 24 meses meses de maturação associados com o nature deixaram o vinho leve, mas com boa complexidade. Bola dentro da Don Giovanni. Um espulmante dentro de um estilo que eu gosto muito. Nota: 91 pontos. Preço: em torno de R$ 54,00. Avaliação custo-benefício ***.

Lídio Carraro Dádivas Pinot noir 2012

Há 10 anos, se falássemos em Pinot noir de boa qualidade elaborado no Brasil, provavelmente seríamos motivo de risos, mas atualmente a realidade é outra. Sim, podemos dizer sem medo de errar que produzimos bons pinot noir e com preço competitivo. Um dos melhores exemplos é este pinot noir da ótima Lídio Carraro, uma vinícola que parece não produzir vinhos ruíns. Como todo vinho da Lídio, este pinot noir também não passa por barricas de carvalho. Com uvas de Encruzilhada do Sul, Lído conseguiu fazer um pinot noir bem típico e fácil de beber. Coloração rubi com bastante brilho e limpidez, sem traços evolutivos. Aromas de frutas vermelhas frescas, como o morango, framboesa e cereja. Boca com bom volume, acidez correta, taninos bem suaves e álcool imperceptível, apesar dos 14%. É um vinho muito gostoso e fácil de beber, apesar de ter pouca complexidade. Muito correto e sem arestas, é um verdadeiro coringa na gastronomia, aceitando desde pratos à base de carnes brancas até cortes mais suaves de carne vermelha. Peixes gordos são uma boa pedida para o acompanhamento. Nota: 89 pontos. Preço: em torno de R$ 39,00. Avaliação custo-benefício ***.