O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Tres Palacios Sauvignon Blanc Reserve 2019

Um sauvignon blanc de Novo Mundo como manda o figurino. Grama cortada, aspargos e maçã verde! Não é extremamente doce ou enjoativo como outros. Tem finesse e bom gosto. Belo volume em boca. A garrafa acaba rapidinho. Paguei menos de 50 Bolsonaros neste exemplar e por este preço é uma pechincha! Vale 70 paus tranquilo. Harmonização: queijo de cabra.
 
 


Domaine de La Ragotière Cuvée Amélie Muscadet 2017

Um vinho muito delicado, com nariz bem discreto com base em flores e frutas brancas. Boca muito sutil, trazendo sensação de água mineral, corpo médio e final refrescante. Não sai muito do que já conhecemos, mas sem dúvidas é um vinho muito elegante. Impossível não pensar em ostras frescas como seu grande escudeiro gastronômico. Custa mais de 100 reais na Chez France, o que impossibilita seu consumo diário. Um vinho para ostras e para quem gosta de delicadeza.
 
 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Vivaldi Amarone Della Valpolicella 2016

Todo Amarone é bom? Não sei responder essa pergunta. Todo Amarone entrega o que promete? Provavelmente não. E este? Com certeza, NÃO! Longe de ser um vinho ruím, mas se você caro leitor, se dispuser à entregar 150 mangos de seu sofrido trabalho, não o faça por este vinho. Tem taninos, tem aquela uva passa característica (óbvio), tem estrutura, tem potência. O que está errado então? Tudo. Nada está equilibrado aqui! Deixa muito à desejar. Talvez, se fosse aberto daqui uns 4 anos, poderia ser diferente. Para hoje, compre duas boas garrafas de 75 reais e será mais feliz.
 
 




Giordano Barbaresco 2015

Se espera de um Barbaresco, um vinho Nebbiolo mais acessível financeiramente e mais fácil de beber à curto prazo. Se existe uma uva que encanta no universo vinícola é a Pinot noir e na sua cola vem a nebbiolo. Seus vinhos potentes e tânicos de cor clarinha, enganam os olhares e entregam na taça enorme potência e glamour. Esse vinho está com quatro anos de vida e esperava encontrar ainda um vinho jovem, mesmo se tratando de Barbaresco. Mas o que veio à taça foi um vinho incrivelmente evoluído, beirando à perfeição. Uma palavra apenas define organolepticamente este vinho: EMPIREUMÁTICO. Não sei se foi a evolução natural dele ou se algum defeito de rolha deu-lhe uma evolução acelerada, mas aqui Bacco me presenteou como há muito tempo não fazia. Um vinho no seu grau máximo de evolução, trazendo semelhanças com um belo Porto de 30 anos. Explêndido! Tenho outra garrafa e vou tirar a prova. Custou algo em torno de 90 tutus. De graça, pelo que oferece.
 







quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Panizzon Montepulciano 2017

Falei aqui do Ancellotta da Panizzon e hoje trago o Montepulciano, igualmente agradável, mas com uma proposta diferente. Enquanto o Ancellotta é um vinho mais sério com alguma complexidade, este Montepulciano é um vinho mais leve, solto e destinado à escoltar pizza e massas, mas também vai bem com charcutaria e queijos. Descompromissado, é muito divertido em final de tarde com amigos ou um encontro casual. Frutado e saboroso, vale seus 35 paus e não fica atrás de similares italianos com o dobro do preço. Vermelhinho, sedoso e macio em boca, álcool comportado, tudo bonitinho, bem bacaninha mesmo. Muito legal Dona Panizzon (ou Seu Panizzon...).
 
 



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Don Guerino Terroir Selection Chardonnay

Linha top da Don Guerino. Já escrevi aqui sobre um duelo Malbec x Teroldego dessa mesma linha, vencido pelo malbec. O vinho de hoje é o terceiro e último representante dessa linha: chardonnay. E, o melhor ficou para o final; que belo vinho!
Aqui no Brasil, lembro-me de ter bebido alguns bons chardonnay, destacando como melhor custo-benefício o Dádivas da Lídio Carraro e como mais impressionante o Vila Francioni, da Serra catarinense. Esse Don Guerino se encontra no nível superior junto com o Vila Francioni. Com um estilo diferente do exemplar da Serra catarinense, esse vinho tem mais corpo, mais presença de madeira, mais estrutura e é mais guloso. Macio, denso, fácil de gostar. É harmonização perfeita para um lombo de bacalhau na brasa. Não é barato, paguei 95 Bolssonaros nele, mas vale sim! Não é fácil encontrar chardonnay neste nível mais barato. Valeu!
 
 


Panizzon Ancellotta 2015

Na primeira vez que estive na Serra gaúcha, visitei Flores da Cunha e foi a única vez. Nessa visita de apenas 1 dia, muitos anos atrás, estive em 5 vinícolas e fiquei surpreso com o que encontrei. Lembro-me de ter ido à Panizzon em virtude de uma avaliação positiva da revista Adega do seu Merlot, como espetacular custo-benefício. Saí de lá com uma garrafa de um blend denominado Maximus (creio que seja isso). Anos após, tenho percebido uma maior aceitação do público geral pelos vinhos da Panizzon, já que essa enorme produtora ainda carregava um rastro de vinhos muito simples e de mesa. Posso dizer que a aceitação não é em vão e à julgar por esse Ancellotta, muito pode-se contribuir para a mudança de pensamento do viticultor brasileiro: "vinho bom não precisa ser caro!"
Pois é isso, o vinho é bom sim! A uva Ancellotta se deu muito bem na Serra gaúcha e muitas outras vinícolas também produzem um bom Ancellotta, mas a Panizzon o faz por um preço muito bom. Paguei 35 pirlas, mas pode ser encontrado até abaixo de 30 reais. Está muito além de um vinho simples para o dia-a-dia. É intenso, guloso e não é enjoativo. Tem grande vocação gastronômica. Não apenas cumpre a missão de escoltar uma refeição, também entrega prazer. Longe de ser um grande vinho, esse Ancellotta pode ser oferecido à um amigo ou parente gringo habituado com vinhos e não fará feio. Dentro de uma garrafa de Mendoza, arrancaria elogios dos "entendidos".
 
 


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Don Guerino Terroir selection Malbec x Teroldego

Olá! Voltei!
Após um bom período parado devido problemas particulares que levaram meu prazer por postar à zero, retorno revigorado, mais experiente (já são 14 anos experimentando vinhos) e mais lúcido sobre o que escrever. Espero continuar agradando os que me seguiam e alavancar mais seguidores neste divertido blog, cuja essência é a honestidade e o bom humor.
 
Para retornar, vou comentar (sempre com palavras simples, para que todos entendam) sobre dois vinhos da linha Terroir selection da Don Guerino.
Visitei a Don Guerino anos atrás, em minha terceira viagem ao Vale dos Vinhedos, após ignorá-la totalmente nas duas primeiras viagens. A primeira impressão foi ótima: lugar bonito, estruturado, bom atendimento e BONS PREÇOS! Mas, na época, senti falta de vinhos mais elaborados. Pois bem, anos depois posso dizer: seus vinhos básicos melhoraram muito e bingoooo, temos vinhos top. Neste contexto, entra a linha Terroir selection.
 
Malbec: Ótimo vinho, austero, sério e complexo. Nada deve à muitos malbec argentinos da mesma faixa de preço. Surpreendentemente bom!
 
Teroldego: Bom vinho, mas perde em complexidade para seu irmão malbec. Guloso e frutado, aromático!
 
Dois bons vinhos, mas o malbec é melhor! A Don Guerino também faz um  teroldego da linha reserva, mais simples e que custa metade do preço, mas que agrada muito.
Essa linha foi me oferecida ao custo de 95 pirlas cada vinho. O malbec vale cada centavo. Quanto ao teroldego, prefiro comprar duas garrafas da linha reserva. A impressão que me deu é de que a uva teroldego não tem muito o que entregar à mais, tendo limite em sua complexidade. Outra explicação plausível é de que, ao que sei, o enólogo tem formação na Argentina com larga experiência em malbec.
 
É isso, saúde à todos