O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mercs Krauthaker 2012. Vinho croata com qualidade ímpar!

 
Corte bordalês de merlot e cabernet sauvignon com 16 meses de barrica francesa. Garrafa bonita, vinho com belo visual rubi brilhante e muita limpidez. Aromático, bem aromatico! Remete à pequenos frutos escuros como o mirtilo, com toque exótico de ervas bem suave e um defumado discreto. Boca com bom volume, ataque um pouco selvagem, acidez calibrada e taninos bons de briga. Tudo muito correto e bem colocado, mas que instiga e faz pensar. Muito gastronômico. Bela descoberta! Se este liquido estivesse numa garrafa de Bordeaux escrito "Second Cru Classé", teria muito bobão da esfera enoblogs falando mil maravilhas e cravando que valeria 400 paus! Pelo amor de Deus, não seja um bobão desses! Este vinho está bom demais para trocá-lo por uma merda francesa do mesmo valor: 100 pirlas.



Dro Roes 2011. Tinto grego agradável

 
Um assemblage de uma uva grega e uma internacional (cabernet sauvignon). Essas misturebas até que são bem interessantes, geram vinhos diferentes e geralmente agradam os paladares mais ousados. Não foi diferente com este vinho. Bonito no visual, frutas vermelhas sedosas no pálato, final agradável. Bom corpo, madeira integrada (se é que existe), álcool comportado. Vinho correto com um leve toque exêntrico. Aprovado, mas um pouco caro pela proposta.



Rocio rosé 2015. Finalmente um rosé argentino de respeito!

 
Rosé argentino? Hummmm... Até ontem, eu torcia o nariz: enjoativo, adoçicado ao extremo, etc. Este rosé que trago hoje me fez mudar de opinião, pelo menos por enquanto. Bela coloração rosa brilhante! Aromas que saltam da taça: flores, cerejas, morangos, nada escondido, algo raro em rosés. Aí, vamos para boca: graaaaaaande corpo e ótima acidez, quase crocante. Muito bom mesmo. Indico para qualquer um. Grande coringa na cozinha, desde só, até pratos mais elaborados. Ah, não é caro! Compre de olhos fechados.



Hãhã sauvignon blanc 2013. Para acabar de vez com esse negócio que o vinho importado é bem melhor que o nosso!!!

 
Um bom sauvignon blanc, límpido no visual, aspargos e grama cortado, também cítrico no nariz e boa acidez em boca. Sim, de carteirinha! Mas, não entrega absolutamente NADA de novo e exuberante que o faça ser mais apreciável que um bom sauvignon blanc da Serra catarinense. Ah, sim! Já ia me esquecendo: este exemplar da Nova Zelândia custa 2,5 vezes mais que os nossos brazucas. Pessoal, sem enrrolação: vai de brazuca mesmo! Se quiser algo melhor, gaste um pouco mais mesmo e saboreie os grandes sauvignon blanc de San Antonio (Chile) ou mesmo os poderosos e salivantes da Nova Zelândia.


sexta-feira, 29 de julho de 2016

Greg Norman Pinot noir 2010. Mestre do golf faz vinhos distintos!

 

É a terceira vez que bebo este ótimo pinot! E não vou enjoar nunca! Basta encontrar um bom preço e comprarei. Pinot com boa tipicidade, revela os encantos de um vinho americano bem feito. Completo, do visual ao retrogosto e persistência. Boa pegada de madeira sem cansar o pálato. Se tivesse rótulo de Borgonha, custaria uns R$ 350,00. Norman foi um dos maiores jogadores de golf da história e faz vinhos que também podem entrar para a história. Experimentem, a compra é segura!



Chablis Premier Cru Vaillons Domaine Servin 1999. 17 anos de espera para conferir: está bom?

 
É disso que vive o enófilo! É por isso que experimentamos várias ecas e mulecas! Saia para viajar, visite lugares inóspitos e encontre uma garrafa desta. Quanto custa? Não sei, foi presente! Sim, PRESENTE! Mas, se mantém vivo? Abrir uma garrafa desta já é uma emoção, talvez maior que a qualidade do liquido que está dentro dela. Tudo pronto e a rolha se solta facilmente, bom sinal! Vai para a taça e... amarelo ouro, típico de branco com evolução. No nariz, não muito mais que frutas tropicais conflitadas, algo de avelã e o tradicional toque petrolífero de branco evoluído. Na boca, o melhor: textura sedosa com corpo de vinho tinto! Sim, poderoso mesmo. Acidez? Ainda se manifesta com timidez. Vinho vivo, mas em fase final de evolução. Tem corpo para acompanhar carnes vermelhas e comida mais pesada! O quê eu fiz? Harmonizei com uma linguiça na chapa de Pouso Alto - MG. Achou brega? Eu, também. Mas quer saber? Estava bom prá caramba! Não foi o melhor vinho branco que já bebi, talvez o mais caro (como se mensurar o preço desta relíquia?), mas foi o mais emocionante vinho branco da minha vida. Saúde à todos!

Côtes du Rhône La Gibecière 2013



Quem visita meu blog, deve pensar: "Esse cara só bebe vinho bacana?" Não, com certeza, não! O detalhe é que eu não perco muito tempo, o pouco que já tenho, para ficar falando de vinho ruím. Mas, tem casos e casos! Este vinho que comprei na e-vino, não sei porque insisto em fazer algumas compras por lá, é uma verdadeira catástrofe! Ô coisinha ruím! Tirando o aroma leve de frutas silvestres, que pode até ser agradável, essa porcaria não tem mais nada à oferecer. Corpo ruím, álcool desbalanceado, indefinido, sem final, etc. Nem para dia-a-dia serve. Talvez para fazer sagu.




sexta-feira, 15 de julho de 2016

Casa Valduga merlot 1997 ! E aí, merlot brasileiro sabe envelhecer?

 

Sim, mas o vinho está no limite extremo! Os aromas se esconderam um pouco, mas revela frutas vermelhas com balsâmico e pimenta preta. A boca já começa a colocar um certo toque avinagrado, que confunde com acidez. O melhor deste vinho? Sua coloração de vinho europeu de guarda envelhecido. Um show! Vale apostar nos brazucas, por 10 ou 15 anos!



Chateauneuf du pape Ano 1993 Nome? Produtor? Quer saber por quê?

 

É só olhar o rótulo indecifrável! Desgastado pelo tempo, foi-se sua roupa... Mas, o conteúdo estava im-pe-cá-vel! Observe a lindíssima coloração atijolada com um halo maravilhosamente alaranjado. Fusão de aromas que levam das frutas passificadas ao balsâmico. Boca com acidez ainda presente e taninos que parecem um veludo. Ahhhh, a evolução... Um delírio que só um vinho de 23 anos de idade pode ceder. Sem mais.



quinta-feira, 7 de julho de 2016

Morandé Terrarum carmenére 2004. Vinhos chilenos médios envelhecem bem? Sim!

 
Já postei este vinho anos atrás e agora bebi outra garrafa igual. Como está? Ótimo! Evoluiu muito bem. Coloração rubi-tijolo com belo halo alaranjado de evolução. Nariz de frutas em compotas e toque balsâmicos com especiarias de fundo. Boca sedosa com taninos macios e acidez algo presente. Como é bom apreciar vinhos evoluídos! É um mundo à parte, mas que precisa paciência.



Suhindol rosé 2013. Um rosé búlgaro para admirar!




Costumo dizer que os vinhos rosés se fazem no visual e na boca, sendo o nariz o menos importante. Mas, este rosé proveniente da Bulgária conseguiu aprovação nos três quesitos. Vejam que linda coloração, encanta no visual. Nariz nada tímido com pequenas frutas vermelhas frescas e floral. Boca sedosa e com bom corpo, nada enjoativo. Vinho perigoso, daqueles que se mata uma garrafa inteira com muita facilidade.



Vinho grego da uva moscato




Não adianta, não consegui traduzir o nome deste vinho grego! Mas, o quê interessa é o caldo e que belo caldo! Aromas vivos, muito vivos, de frutas cítricas, boca com acidez exuberante e com uma agulhada impressionante. Parece um Vinho Verde! Mas, com um toque de complexidade  visto apenas nos vinhos verdes melhores. Bela tacada, harmoniza com TUDO, devido à bela acidez. Prove, vale muito!







terça-feira, 28 de junho de 2016

Primiero 2011. O ex-top da Villaggio Bassetti

 
Um varietal 100% cabernet sauvignon feito com muito cuidado por essa vinícola que está virando a nova queridinha dos enófilos, a Villaggio Bassetti (São Joaquim). Muito bem feito, bonito no visual (olhem a coloração), bom nos aromas típicos de cabernet sauvignon, não é tímido no nariz e se mostra solto e suave na boca, com taninos bons de briga, mas domesticados. Pronto para beber agora, mas tem seguramente mais 10 anos pela frente. Beleza então? Tudo OK? Quase tudo. O único problema é que este vinho tem um concorrente à altura neste nível de vinhos superiores, o Vila Francioni Tinto, mais barato e melhor ainda. Os dois são perfeitos para um bom churrasco, um booommm churrasco! Não aquela história de picar carne de qualquer jeito e colocar na grelha também de qualquer jeito e deixar em ponto de carvão. Estou falando de algo superior, carne de qualidade e ponto certo, o que transforma esta harmonização eno-gastronômica numa alquimia de delirios sensitivos, pura iguaria! Em relação à ser um ex-top, explico: a Villaggio Bassetti acaba de lancer um vinho super premium, o Selvaggio, também 100% cabernet sauvignon. Preço: R$ 390,00 !!!! Fora da minha realidade financeira. Por enquanto, consigo me deliciar com este ótimo Primiero.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Domaine de la Solitude 2009

 
Para quem acompanha o blog, já deu para perceber que eu tenho uma caidinha pelos vinhos nacionais, seja pela qualidade crescente que estão tendo, seja pelo esforço que essa turma está exercendo, seja porquê simplesmente seja NOSSO! Mas, existem vinhos que ainda não conseguimos fazer. Nessa categoria estão os ícones como Almaviva, Sassicaia, Tignanello, Opus One, entre outros. Também, os grandes Borgonhas brancos e seus incríveis pinot. Aqui venho falar de brancos estruturados e aptos ao envelhecimento como este Bordeaux de 2009. Com aromas petrolíferos e corpo de vinho tinto, é um baita acompanhamento para qualquer prato de frutos do mar e pode colocar molho vermelho aí que ele segura a onda!



Capítulo IV Ouro Negro



Um ótimo vinho de Monte Belo do Sul, elaborado por Antoninho Calza, da Calza Júnior. Mescla de merlot, cabernet sauvignon, Alicante e tannat. Boa passagem por barricas. Vinho feito com muito cuidado, com tudo no lugar. Aromático, boa potência, macio, bom final. Cai muito bem com churrasco! 


Nunes Barata reserva 2010 by Grou

 
Não gosto de ficar enrolando em vinhos de estilo bem conhecidos do publico em geral. Este é um bom exemplar português com todos os bons predicados que os vinhos portugueses oferecem, mas com uma elegância um pouco superior à media, portanto é um vinho português de um nível um pouquinho acima. Se custasse uns R$ 50,00, seria uma belíssima investida, mas...



Laberinto sauvignon blanc 2014

 
Bom vinho chileno da minha uva branca preferida. Joga mais para o estilo francês do Loire que para os aspargos aromáticos neozelandeses. Qual estilo prefiro? Os dois! Creio que no estilo bomba de aromas, os chilenos de Leyda e San Antonio são mais acessíveis que os da Nova Zelândia. Já no estilo Loire, mais mineral e suave, tenho preferido... os brazucas de Santa Catarina! Sim, este exemplar do Maule é muito bom, mas está no mesmo nível que os nossos sauvignon blanc da Serra catarinense. É vero!!! Então, para que pagar o dobro? Invista seu capital corretamente e sem preconceito! É fato: além dos nossos espumantes, agora também nossos rosés e sauvignon blanc são imbatíveis no quesito custo-benefício, PARA NÓS, na terra brasilis, de altas taxas e impostos. Pode confiar!



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Chateauneuf du pape La fiole Pere Anselme 1991: 1/4 de século de história dentro dessa garrafa!

 
O quê dizer sobre um chateauneuf du pape? E se esse vinho estiver 25 anos esperando por você? Uma única palavra: obrigado! Obrigado por resistir ao tempo. Obrigado por nos encantar com seu lindo visual atijolado com uma in-crí-vel borda alaranjada. Obrigado por suas mutações aromáticas sucessívas na taça. Obrigado por lambuzar minha língua como uma seda chinesa. Obrigado por me fazer lembrar de você minutos após deglutido. Obrigado por me colocar em outro nível galáctico e me trazer uma experiência neuro-sensorial única. Obrigado por não querer acabar, mas ao seu término, só tenho que mais uma vez agradecer: obrigado!



Pode não ser um chateauneuf top de linha, mas está longe de ser basal. Não troco este velhinho por nenhum outro chateauneuf de fraudas. Se alguém não sabe o que é um halo alaranjado de evolução, olhe, aprenda e desfrute.




quinta-feira, 16 de junho de 2016

Château La Croix St. Estèphe 2007. Querem Bordeaux? Tá aqui!

 
Olha, não quero ser maldoso, então vamos com calma. Um Bordeaux é sempre um Bordeaux e assim sempre será, mas vale a pena o investimento? Violáceo, quase negro, sem sinal nenhum de evolução, apesar dos 9 anos de vida. Aromas potentes de frutas negras, café, tabaco, especiarias fortes, defumado, bastante complexo no nariz! Até aí, tudo bem, mas quando vai para a boca... Vinho meio ralo, lembrando alguns brazucas de duas décadas atrás. Não gosto de vinhos pesadões, mas acho que o vinho tem que ser balanceado e neste caso, o nariz fez propaganda de Tyson e a boca entregou o Maguila. Potente no nariz e corpo de modelo de pijama de uma listra só. Poxa, será que a turma lá da vinícola não percebeu isso ou apostaram numa tremenda evolução do vinho em anos. Se for o segundo caso, sugiro aguardar mais 15 anos, então o erro foi meu. Resumindo, vinho ainda sem condições de ser bem avaliado, pois seus 9 anos ainda não mostraram para que veio. Se alguém tiver uma garrafa dessas, aguarde 15 anos e então beba. Lembre-se de mim e me mande um comentário. Se eu ainda estiver vivo, agradecerei a iniciativa.




Neethlingshof chenin blanc 2014. Sul-africano bacana!



Estou sempre dizendo aqui no blog para saírmos da mesmiçe, daquele conservadorismo extremo, uma sonolência que não nos permite evoluir. Serve para este vinho também, não pelos seus aromas de frutas tropicais ou boca sedosa sem amorgor final, tudo muito conhecido nosso. Mas sim, por se tratar de uma uva pouco usual mesmo em sua terra natal. Taí um vinho gostoso, muito correto, com pegada de boca para segurar carnes brancas e peixes mais gordos e elaborado na África do Sul, país que cada vez me encanta mais com ótimos vinhos. Experimente, você não se arrependerá!


Crvene cuvèe 2012. Vinho croata no blog!

 

A Croácia faz vinho e dos bons! Este aqui talvez seja um meio termo de lá, nem entrada, nem top, mas faz um bom barulho. Límpido, rubi brilhante, frutas vermelhas e madeira pouco perceptível, corpo médio, acidez legal e bom retrogosto, fazem a alegria de um bom enófilo. Sem ser magistral, este vinho traz uma clara vocação gastronômica. Não chega à empolgar, mas é correto e sai da mesmiçe. Vale a investida.




Bogle Vineyards Zinfandel 2008

 

O quê 8 anos de guarda não fazem para um vinho bom, mas à princípio, um pouco exagerado e algo desbalanceado, meio bomba, como os americanos adoram. Respeitando sua origem no sul da Itália, a zinfandel (ou primitivo, como queiram), faz juz à uma potência aromática e bom volume em boca, mas com certos exageros de fruta madura. Bem, bastou um exemplar de mediano para bom e alguns anos de guarda e eis que temos um belo vinho. Lindo na taça, aromático, acidez preservada, bom volume e... balanceado! Bingo, viva a melhor idade!




terça-feira, 14 de junho de 2016

Goedverwacht Private cellar Shiraz 2012




Quem conseguir pronunciar corretamente o nome deste vinho em apenas uma tentativa pode se considerer um gênio! Vinho BÃO! Shiraz da África do Sul que não nega a origem. Além dos aromas típicos da shiraz, traz aquele toque terroso da África e um gostoso café final. Sem ser exagerado, é bonito e gostoso. Bacana mesmo, não chegando à ser um best of best, mas traz sensações diferentes e é bastante honesto.





Altivo Vineyard selection malbec 2014

Não dá para ficar com firula, escrevendo abobrinha e tentando descrever aromas e sensações sobre um vinho tão comum e previsível. Ruím? NÃO! Mas irrita qualquer enófilo esta chatíce do óbvio, mesmo que sendo um vinho de custo mais acessível. Que brega esse negócio de ser "politicamente correto". Sem mais.




terça-feira, 7 de junho de 2016

Wals Quadruppel



Uma mega cerveja daquela, que é para mim, uma das melhores cervejarias do Brasil. Um torpedo que invade sua boca e turbina seus sentidos. Uma quadruppel de respeito, envelhecida em barricas de cachaça com poderosos 13% de álcool, para fazer inveja à muito vinho por aí! Prefiro uma baita cerveja desta à um vinho meia-boca. Por enquanto, fiquem com sua coloração magnífica.




Valle las Acequias malbec 2010




Malbec comum com aqueles mesmos aromas e sabores de qualquer outro malbec argentino. Ruím? Não, apenas preserva a mesmiçe rotineira de quem não quer se arriscar. Saia fora dessa, busque por algo um pouco diferente, procure aventuras! Basicão que não vale seu preço. Sem mais.