O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






terça-feira, 28 de junho de 2016

Primiero 2011. O ex-top da Villaggio Bassetti

 
Um varietal 100% cabernet sauvignon feito com muito cuidado por essa vinícola que está virando a nova queridinha dos enófilos, a Villaggio Bassetti (São Joaquim). Muito bem feito, bonito no visual (olhem a coloração), bom nos aromas típicos de cabernet sauvignon, não é tímido no nariz e se mostra solto e suave na boca, com taninos bons de briga, mas domesticados. Pronto para beber agora, mas tem seguramente mais 10 anos pela frente. Beleza então? Tudo OK? Quase tudo. O único problema é que este vinho tem um concorrente à altura neste nível de vinhos superiores, o Vila Francioni Tinto, mais barato e melhor ainda. Os dois são perfeitos para um bom churrasco, um booommm churrasco! Não aquela história de picar carne de qualquer jeito e colocar na grelha também de qualquer jeito e deixar em ponto de carvão. Estou falando de algo superior, carne de qualidade e ponto certo, o que transforma esta harmonização eno-gastronômica numa alquimia de delirios sensitivos, pura iguaria! Em relação à ser um ex-top, explico: a Villaggio Bassetti acaba de lancer um vinho super premium, o Selvaggio, também 100% cabernet sauvignon. Preço: R$ 390,00 !!!! Fora da minha realidade financeira. Por enquanto, consigo me deliciar com este ótimo Primiero.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Domaine de la Solitude 2009

 
Para quem acompanha o blog, já deu para perceber que eu tenho uma caidinha pelos vinhos nacionais, seja pela qualidade crescente que estão tendo, seja pelo esforço que essa turma está exercendo, seja porquê simplesmente seja NOSSO! Mas, existem vinhos que ainda não conseguimos fazer. Nessa categoria estão os ícones como Almaviva, Sassicaia, Tignanello, Opus One, entre outros. Também, os grandes Borgonhas brancos e seus incríveis pinot. Aqui venho falar de brancos estruturados e aptos ao envelhecimento como este Bordeaux de 2009. Com aromas petrolíferos e corpo de vinho tinto, é um baita acompanhamento para qualquer prato de frutos do mar e pode colocar molho vermelho aí que ele segura a onda!



Capítulo IV Ouro Negro



Um ótimo vinho de Monte Belo do Sul, elaborado por Antoninho Calza, da Calza Júnior. Mescla de merlot, cabernet sauvignon, Alicante e tannat. Boa passagem por barricas. Vinho feito com muito cuidado, com tudo no lugar. Aromático, boa potência, macio, bom final. Cai muito bem com churrasco! 


Nunes Barata reserva 2010 by Grou

 
Não gosto de ficar enrolando em vinhos de estilo bem conhecidos do publico em geral. Este é um bom exemplar português com todos os bons predicados que os vinhos portugueses oferecem, mas com uma elegância um pouco superior à media, portanto é um vinho português de um nível um pouquinho acima. Se custasse uns R$ 50,00, seria uma belíssima investida, mas...



Laberinto sauvignon blanc 2014

 
Bom vinho chileno da minha uva branca preferida. Joga mais para o estilo francês do Loire que para os aspargos aromáticos neozelandeses. Qual estilo prefiro? Os dois! Creio que no estilo bomba de aromas, os chilenos de Leyda e San Antonio são mais acessíveis que os da Nova Zelândia. Já no estilo Loire, mais mineral e suave, tenho preferido... os brazucas de Santa Catarina! Sim, este exemplar do Maule é muito bom, mas está no mesmo nível que os nossos sauvignon blanc da Serra catarinense. É vero!!! Então, para que pagar o dobro? Invista seu capital corretamente e sem preconceito! É fato: além dos nossos espumantes, agora também nossos rosés e sauvignon blanc são imbatíveis no quesito custo-benefício, PARA NÓS, na terra brasilis, de altas taxas e impostos. Pode confiar!



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Chateauneuf du pape La fiole Pere Anselme 1991: 1/4 de século de história dentro dessa garrafa!

 
O quê dizer sobre um chateauneuf du pape? E se esse vinho estiver 25 anos esperando por você? Uma única palavra: obrigado! Obrigado por resistir ao tempo. Obrigado por nos encantar com seu lindo visual atijolado com uma in-crí-vel borda alaranjada. Obrigado por suas mutações aromáticas sucessívas na taça. Obrigado por lambuzar minha língua como uma seda chinesa. Obrigado por me fazer lembrar de você minutos após deglutido. Obrigado por me colocar em outro nível galáctico e me trazer uma experiência neuro-sensorial única. Obrigado por não querer acabar, mas ao seu término, só tenho que mais uma vez agradecer: obrigado!



Pode não ser um chateauneuf top de linha, mas está longe de ser basal. Não troco este velhinho por nenhum outro chateauneuf de fraudas. Se alguém não sabe o que é um halo alaranjado de evolução, olhe, aprenda e desfrute.




quinta-feira, 16 de junho de 2016

Château La Croix St. Estèphe 2007. Querem Bordeaux? Tá aqui!

 
Olha, não quero ser maldoso, então vamos com calma. Um Bordeaux é sempre um Bordeaux e assim sempre será, mas vale a pena o investimento? Violáceo, quase negro, sem sinal nenhum de evolução, apesar dos 9 anos de vida. Aromas potentes de frutas negras, café, tabaco, especiarias fortes, defumado, bastante complexo no nariz! Até aí, tudo bem, mas quando vai para a boca... Vinho meio ralo, lembrando alguns brazucas de duas décadas atrás. Não gosto de vinhos pesadões, mas acho que o vinho tem que ser balanceado e neste caso, o nariz fez propaganda de Tyson e a boca entregou o Maguila. Potente no nariz e corpo de modelo de pijama de uma listra só. Poxa, será que a turma lá da vinícola não percebeu isso ou apostaram numa tremenda evolução do vinho em anos. Se for o segundo caso, sugiro aguardar mais 15 anos, então o erro foi meu. Resumindo, vinho ainda sem condições de ser bem avaliado, pois seus 9 anos ainda não mostraram para que veio. Se alguém tiver uma garrafa dessas, aguarde 15 anos e então beba. Lembre-se de mim e me mande um comentário. Se eu ainda estiver vivo, agradecerei a iniciativa.




Neethlingshof chenin blanc 2014. Sul-africano bacana!



Estou sempre dizendo aqui no blog para saírmos da mesmiçe, daquele conservadorismo extremo, uma sonolência que não nos permite evoluir. Serve para este vinho também, não pelos seus aromas de frutas tropicais ou boca sedosa sem amorgor final, tudo muito conhecido nosso. Mas sim, por se tratar de uma uva pouco usual mesmo em sua terra natal. Taí um vinho gostoso, muito correto, com pegada de boca para segurar carnes brancas e peixes mais gordos e elaborado na África do Sul, país que cada vez me encanta mais com ótimos vinhos. Experimente, você não se arrependerá!


Crvene cuvèe 2012. Vinho croata no blog!

 

A Croácia faz vinho e dos bons! Este aqui talvez seja um meio termo de lá, nem entrada, nem top, mas faz um bom barulho. Límpido, rubi brilhante, frutas vermelhas e madeira pouco perceptível, corpo médio, acidez legal e bom retrogosto, fazem a alegria de um bom enófilo. Sem ser magistral, este vinho traz uma clara vocação gastronômica. Não chega à empolgar, mas é correto e sai da mesmiçe. Vale a investida.




Bogle Vineyards Zinfandel 2008

 

O quê 8 anos de guarda não fazem para um vinho bom, mas à princípio, um pouco exagerado e algo desbalanceado, meio bomba, como os americanos adoram. Respeitando sua origem no sul da Itália, a zinfandel (ou primitivo, como queiram), faz juz à uma potência aromática e bom volume em boca, mas com certos exageros de fruta madura. Bem, bastou um exemplar de mediano para bom e alguns anos de guarda e eis que temos um belo vinho. Lindo na taça, aromático, acidez preservada, bom volume e... balanceado! Bingo, viva a melhor idade!




terça-feira, 14 de junho de 2016

Goedverwacht Private cellar Shiraz 2012




Quem conseguir pronunciar corretamente o nome deste vinho em apenas uma tentativa pode se considerer um gênio! Vinho BÃO! Shiraz da África do Sul que não nega a origem. Além dos aromas típicos da shiraz, traz aquele toque terroso da África e um gostoso café final. Sem ser exagerado, é bonito e gostoso. Bacana mesmo, não chegando à ser um best of best, mas traz sensações diferentes e é bastante honesto.





Altivo Vineyard selection malbec 2014

Não dá para ficar com firula, escrevendo abobrinha e tentando descrever aromas e sensações sobre um vinho tão comum e previsível. Ruím? NÃO! Mas irrita qualquer enófilo esta chatíce do óbvio, mesmo que sendo um vinho de custo mais acessível. Que brega esse negócio de ser "politicamente correto". Sem mais.




terça-feira, 7 de junho de 2016

Wals Quadruppel



Uma mega cerveja daquela, que é para mim, uma das melhores cervejarias do Brasil. Um torpedo que invade sua boca e turbina seus sentidos. Uma quadruppel de respeito, envelhecida em barricas de cachaça com poderosos 13% de álcool, para fazer inveja à muito vinho por aí! Prefiro uma baita cerveja desta à um vinho meia-boca. Por enquanto, fiquem com sua coloração magnífica.




Valle las Acequias malbec 2010




Malbec comum com aqueles mesmos aromas e sabores de qualquer outro malbec argentino. Ruím? Não, apenas preserva a mesmiçe rotineira de quem não quer se arriscar. Saia fora dessa, busque por algo um pouco diferente, procure aventuras! Basicão que não vale seu preço. Sem mais.