O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A vida continua: volto com tudo, doa à quem doer! Chuva espanhola!

Alguns dias atrás, desgastado com a falta de tempo e com outros "enoproblemas", decidi abondonar as postagens do blog, mas recebi mensagens de motivação e carinho, o que me levou à tomar uma decisão: não vou parar! Pela satisfação pessoal, pelos fiéis seguidores e para desafiar os "politicamente corretos", vou continuar na ativa e volto com muito mais força, disposto à enfrentar comentários e opiniões de quem quer que seja. Firmo aqui a obrigação moral de sempre manter a ética nos comentários, mas jamais ficarei em cima do muro e doa à quem doer, o comentário vai ser ruím se assim for merecido. Volto à dizer que não sou profissional em enologia, mas experimento bastante vinho, tenho boa vivência no assunto, tenho a visão da maior parte do consumidor final e não tenho vínculo com nenhum produtor ou importadora, portanto, minhas opiniões são leigas, mas sinceras e de bom gosto! Daqui à pouco, vai ter gente me chamando de "o Cajuru do vinho", analogia feito com o comentarista esportivo. E volto chutando o pau da barraca: que tal falarmos um pouco destes muitos vinhos espanhóis altamente pontuados e com preços baixos que chegaram recentemente ao mercado brasileiro? Bebi recentemente 3 destes vinhos e como sempre, a garrafa toda:
1) Embocadero 2008: 100% Tempranillo, 91 RP, Ribera del Duero. Bom vinho, frutas maduras, madeira evidente, longo e persistente. Peca um pouco nos excessos. Preço: R$ 45,00. Nota: 89 pontos. Compra honesta.
2) Sabor Real Viñas Centenárias 2007: Tempranillo, 91 RP, Toro. Um pouco mais complexo e macio que seu irmão mais jovem (Sabor Real Jovem). Igualmente feio no rótulo, também privilegia a fruta madura e o peso da madeira. Um pouco aquém do Embocadero, mas também leva 89 pontos. Preço: R$ 49,00. Como se percebe, prefiram o Embocadero, um pouco melhor e mais barato.
3) Pieza el coll Aragon 2008: Aragon, Cariñena e Provechon, 90 RP, Calatayud. Robert Parker e Jay Miller não estavam muito bem "concentrados" quando avaliaram este vinho ou já deveriam ter bebido tanto vinho, que as papilas gustativas não respondiam mais. Dar 90 pontos para este vinho é piada de mau gosto!!! Excessivamente mergulhado em carvalho, excessivamente maduro, álcool aparente, enjoativo, meu Deus! Tem como ponto forte a boa concentração e o final longo e persistente, mas... Só quem gosta de chupar cana-de-açucar com mel vai gostar deste vinho. Uma mentira e uma descepção. Preço: R$ 39,00. Não vale R$ 25,00. Nota: 85 pontos.
Estes três vinhos somados à outros espanhóis que bebi me deixam à vontade para uma opinião: estes vinhos "bons e baratos" oriundos da Espanha têm uma característica em comum, são bastante maduros e bombásticos em madeira, características que vão agradar alguns. Fico com o Casajus Splendore (mais elegante) e o Real de Aragon (grau de complexidade maior). Vale a menção do Menut, um vinho do Priorato, que não está neste meio, mas vale tranquilamente a investida. Até a próxima!

3 comentários:

  1. Retornaste com tudo, Emílio!
    É isso aí.
    Não está morto quem peleia.
    Não podemos nos entregar.
    À luta!
    PS: "Chutando o pau da barraca" foi demais.

    ResponderExcluir
  2. Puxa, que legal que você se reanimou a postar. Saiba que estes blogs escondem uma multidão de leitores que você não vê e não sabe que existem, a menos que se manifestem. Não sei se o blogspot tem contador de acessos, mas, se tiver, dê uma conferida. Portanto, não subestime o potencial, sobretudo, de uma BOA IDÉIA como a sua, que preenche o vácuo entre os semi-deuses senhores do enoconhecimento (ou pseudo-) e a moçada que está partindo do "fino tinto de mesa seco" e ainda fala que tal vinho é "rascante". Com a moeda favorável e popularização de rótulos de fora em supermercados, tenho para mim que há uma explosão crescente de novos consumidores que querem experimentar, mas ficam literalmente à deriva, sem qualquer noção para nortear as escolhas, a não ser o preço (mais caro = melhor), o rótulo (que pouco ou nada entendem) e os RP da vida (pois contar de 0 a 100 todo mundo sabe!), ou de tantos outros que pontuam tendenciosamente ao sabor das relações diretas com as importadoras, sem compromisso com a verdade. Se o consumidor sem orientação "enologística" (se não existe o termo, aqui o invento) não encontrar uma referência mais digna de confiança, de gente como a gente, continuarão a entubar tudo no povão indiscriminadamente. Recebi esta semana o Menut 2006 e o Casajus Spendore que você havia recomendado há alguns dias, estão reservados para uma ocasião especial com amigos. Desde já, obrigado. Porém tenho uma outra sugestão, que é a de compartilhar as experiências positivas e negativas das importadoras. Eu comprei estes dois na Grand Cru, pela primeira vez, porém eles erraram e mandaram um segundo pedido que eu havia feito para presentear um amigo para o meu endereço, ao invés do dele. Entrei em contato pelo site e no dia seguinte me ligaram da Grand Cru, se desculpando e se dispondo a me extornar o valor do sedex que eu gastei para reencaminhar para o meu amigo. Fica a troca de experiências. Agradeço se você puder compartilhar as suas, bem como informar quais importadoras são estas, as mais bem cotadas, as fundo de quintal, as picaretas (lembro-me do seu post da enoteca Fasano), então é isto aí. Bem vindo de volta! Daniel

    ResponderExcluir
  3. Uhuuuu... Só descobri hoje que você voltou!!! Fiquei tão feliz! Eu nunca comento aqui no blog, mas sou leitora assídua! Também tenho um blog e me identifiquei com todo o seu discurso do último post...
    Precisamos enfrentar as dificuldades! Existem muitos blogueiros fiéis aos seus paladares e não ao mercado! Estou muito feliz que esteja de volta!!
    Um grande beijo
    Evelyn

    ResponderExcluir