O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






domingo, 31 de julho de 2011

Chateau Mas Neuf Rhône Paradox Rouge 2007

Interessante corte de 50 % Syrah, 15% Grenache, 20 % Mouvédre e 15% Carignan. A predominância da Syrah pode até sugerir o Rhône norte, mas está descrito no rótulo o Rhône sul e bem ao sul, próximo do mediterrâneo. Talvez isto explique a boa acidez e frescor deste vinho, que contrasta com outros simples exemplares do Rhône sul, sempre mais quentes e densos que os seus parentes do norte. Coloração vinhosa quase violeta, com reflexos rubi. Aromas bem complexos para sua faixa de preço, onde se destacam ameixas maduras, violetas, cedro e especiarias, tudo deitado numa ótima base mineral com a sempre boa contribuição de acidez da Carignan. Na boca, é corpulento sem perder elegância, tem taninos que ainda precisam de um tempinho e acidez correta. É bom de briga e bem versátil na gastronomia. Bom vinho à um preço honesto. Preço: R$ 53,00. Nota: 89 pontos.

La linda Malbec rosé 2009

Bastou esquentar um pouco, sábado de manhã, beira de piscina e então o inevitável: que venha um  rosé! E o vinho rosé, principalmente estes mais simples, é para isso mesmo! Assim como encontramos poucos Pinot noir bons fora da Borgonha, o mesmo ocorre com rosés, quase irreconhecíveis fora da Provence. Mas aqui, dá para se considerar, porquê o gasto acaba sendo sempre relativamente baixo e o objetivo principal em se beber rosé é refrescar o momento. Então, vamos ao óbvio: rosé de beira de piscina não precisa ser "chick", mas tem que ter frescor! Este rosé da Luigi Bosca, é produzido com 100% malbec, em Mendoza. A coloração vermelho claro próximo ao groselha é bonita, mas foge completamente da salmão típico dos Provence. Aromas muito tímidos de amoras bem frescas e só! Na boca, surpreende com acidez viva e um frescor bem interessante. Fácil de beber, não se percebe seus 14,3% de álcool e agrada a maioria. Passou no teste, mereçe ser conhecido, mas não se empolgue, pois é apenas um vinho mediano para ser bebido em momento de descontração. Preço: R$ 35,00. Nota: 85 pontos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Equus Cabernet sauvignon 2007

O bom de se comprar várias garrafas de um mesmo vinho é que pode-se acompanhar a evolução deste vinho ao longo do tempo. Já descrevi aqui sobre este Equus, o qual sempre comento positivamente. Acho que é uma ótima opção de cabernet sauvignon tipicamente chileno sem gastar muito. Encorpado, suculento, adstringente e com aquele mentol característico do Alto Maipo, berço dos grandes cabernet chilenos. Analisamos sempre o vinho no seu momento atual e a nota também é dada da mesma forma, portanto se encontrarmos diferenças de notas e análises sobre um mesmo vinho, isto é decorrente de avaliações em épocas distintas. Este Equus, como era de se esperar, mostrou-se mais equilibrado após um ou dois anos de evolução, seus taninos estão mais macios, seu corpo perdeu um pouco da truculência e respeita mais o pálato. Ou seja, está mais domesticado e menos selvagem! Mas, em contrapartida, perdeu parte dos aromas que o caracterizavam, justamente o mentol. Eu, particularmente, gosto mais da versão selvagem e com mentol, porquê é o que caracteriza o Alto Maipo. Evoluído, fica mais manso e elegante, mas menos interessante. Continua sendo um bom vinho, para alguns até melhor, mas regrediu um pouco na sua tipicidade. Acredito que não deva evoluir tanto mais e deva ter ainda uns 3 anos de vida pela frente. Preço: R$ 48,00. Nota: 88 pontos.

Santa Helena Reservado Sauvignon Blanc 2010

O nome do blog é Adega para todos, porquê aqui tem de tudo mesmo! Hoje, resolvi atacar com um vinho bem simples, facilmente encontrado em qualquer supermercado. Trata-se de um sauvignon blanc bem popular, produzido por uma mega-vinícola também muito popular, a Santa Helena. Sempre defendi que vinhos simples, mais utilizados com entradas ou aperitivos, deveriam ser veiculados em meia-garrafa. Porém, a escassez de meia-garrafas no mercado é tão grande, que somos obrigados à pegar o quê existe, mas este é o grande barato do vinho, porquê algumas vezes somos recompensados pela coragem. Foi o caso deste humilde sauvignon blanc, menosprezado por mim há tempos. Proveniente do Valle Central (não se especifica o lugar), da safra do ano do terremoto (2010), nos entrega muito mais do que custa. Coloração amarelo palha com boa limpidez e reflexos levemente verdeais. Aromas bem típicos da cepa: cítrico, algo de pêra e floral. Suave nos aromas e também no paladar, não agride o pálato e carrega uma acidez razoável. Não é amargo e tem um final sutil e harmônico. Ótima opção de vinho barato e agradável à disposição de qualquer um , em meia-garrafa. Não exibe aquele ataque incisivo e salivante dos incríveis sauvignon blanc de San Antonio, mas é justo no preço e bom para uma beira de piscina. Preço: R$ 10,00 (meia-garrafa). Nota: 87 pontos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A4 Anta Banderas 2008

Estavam com saudades dos comentários? Eu também! Retorno em bom estilo: A4 2008. Um vinho feito em Ribera del Duero (às vezes enganosa e maldosa), propriedade de Antonio Banderas e comercializado no Brasil pela Maison (haja propaganda!), é para desconfiar. Mas este corte de 85% Tempranillo com 15% Merlot, surpreendeu positivamente! É notória sua vocação comercial quando se percebe com clara nitidez a presença da madeira, mas raramente eu vi uma madeira tão bem integrada e harmonizada ao conjunto quanto neste vinho, principalmente se levarmos em consideração o preço acessível. Coloração violácea com reflexos rubi, lágrimas finas e lentas. Nariz sedutor com predominância de ameixas pretas maduras com cravo e canela. Sente-se a baunilha levemente tostada muita bem identificada com a fruta. Boca com sedosidade e taninos domesticados, combinando com uma acidez agradabilíssima, característica de Ribera. Retrogosto muito bom e média persistência. Vinho fácil de beber e que deixa saudades após o último gole. Acho que não vai evoluir mais e a madeira não vai se integrar mais ao conjunto, por um simples motivo: é um vinho feito para se baber em curto espaço de tempo, outra evidência da vocação comercial. Gostei muito e devo repetir a dose. Experimentem, não vão se arrepender! Preço: R$ 50,00. Nota: 90 pontos.

Costa do Sauípe e vinhos: passado à limpo!

Olá pessoal, após um longo período de ausência, retorno com muitas idéias e vinhos para expor. A minha ausência se justifica em minhas férias com a família em Costa do Sauípe e é justamente este o tema do post de retorno. Muito se fala do serviço de "All inclusive" à disposição em alguns resorts brasileiros, mas o "quanto" abrange este "All inclusive"? No caso da Costa do Sauípe, abrange toda parte de alimentação e bebida, mas somente o que há à disposição no resort, é óbvio. Em relação às bebidas, inclui água, refrigerantes, sucos, água de coco, batidas alcoólicas e não alcoólicas, wiskis (até 8 anos), coktais e vinhos. Quais vinhos? Esta foi minha pergunta sem resposta até chegar em Sauípe. A resposta é: Costa do Sauípe tem um contrato de exclusividade com a Miolo Wine Group e só pode veicular dentro do complexo hoteleiro, vinhos da Miolo Wine Group. Portanto, não imagine você bebendo algo fora do que abrange a Miolo, em Costa do Sauípe. Só dá Miolo! E tem mais: à disposição dentro do all inclusive, somente os vinhos da Terranova (Terranova espulmante Moscatel e Terranova shiraz e chenin blanc em box). Como novidade, entra no all inclusive um vinho exclusivo feito pela Miolo para a Costa do Sauípe: Sanctus espulmante brut. Bem, o quê falar dos vinhos? A linha Terranova é bem fraquinha, como todos nós sabemos. Este terroir de São Francisco ainda não pegou e a Miolo, em comparação com as demais, ainda engatinha por lá, pelo menos no que compete à qualidade. Então se o negócio já não é bom, imaginem algo que está engatinhando! É de doer e nem "de graça" deu para encarar. Quanto ao espulmante Sanctus, achei bem razoável e portanto extravasei minha vontade de beber vinho encima dele. Na Vila Nova da Praia, local onde ficam as lojas e restaurantes, tem uma wine store da Miolo. Entrei para conferir, não tinha ninguém atendendo, esperei 20 minutos e resolvi perguntar no restaurante ao lado. O garçon do restaurante chamou um rapaz do balcão e este foi me atender na loja. Foi muito simpático, mas o coitado não sabia responder à quase nada que eu perguntava. Gentilmente, anotou meu nome e e-mail e se prontificou à levar estas perguntas para a somelier local. Qual a composição do Sanctus? É o mesmo vinho que o Terranova espulmante brut blanc de blancs? Porquê numa loja da Miolo, os vinhos são o dobro do preço do que num supermercado comum? São perguntas sem resposta, pelo menos por enquanto. Vou finalizar falando da qualidade dos vinhos. Basta dizer que num dos restaurantes da Vila, bebi um Miolo reserva Chardonnay (pagando) e quase cheguei ao nirvana, depois de tanto beber vinho ruím. Quanto a comida servida no resort, não há o que questionar! É impecável! Nota para o complexo hoteleiro Costa do Sauípe: 8,5. Nota para os vinhos Terranova: 3,0. Nota para o Sanctus: 6,0.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Atrium Merlot Miguel Torres 2009

Não existe mais dúvidas à respeito da qualidade da Merlot em terras tupiniquins. Isto associado à um custo mais baixo, nos deixa mau acostumados. Então, toda vez que experimentamos um Merlot de outro país, inevitavelmente comparamos com os nossos similares brazucas e levando em conta o preço, a balança quase sempre pende para o lado brasileiro. Mas, este 100% Merlot de Penedés (Espanha), criação do competente Miguel Torres, é um vinho à se considerar, não por sua complexidade, mas pelo seu bom equilíbrio. Parece que está tudo certinho, no seu lugar; isto pode até dar um "ar" meio sem graça ou monótono, mas é uma aposta perfeitamente segura! Coloração violácea bem jovial, lágrimas comportadas, giro fácil na taça. Aromas bem característicos de cereja madura com leve baunilha. Na boca, tem seu ponto mais forte: vinho muito equilibrado, com bom frescor, acidez correta, taninos bem sedosos, álcool (14%) imperceptível,  final mediano e retrogosto moderadamente persistente e agradável. Bom para se beber num fim de tarde com os amigos, melhor ainda acompanhado de carnes suaves ou massas à bolonhesa. Está em promoção por cerca de R$ 47,00 na Wine. Está honesto neste preço, mas tem forte concorrência nacional. Nota: 89 pontos.

Bourgogne Chardonnay Comtesse de Lupé 2007

Um Borgonha menor, mas um Borgonha agradável. Do produtor Domaine Lupé-Cholet, sai este vinho 100% Chardonnay. Coloração amarelo-ouro com reflexos dourados, bom brilho e limpidez, lágrimas vigorosas e textura próximo do licoroso. Aromas bem definidos de avelã, castanha e leve manteiga. Na boca, cai um pouco: tem boa acidez e bom corpo, mas tem um amargor que "machuca" um pouco a língua e trás um retrogosto desconfortável. Por ter uma textura mais pesada, cresce com a comida e perde um pouco dos seus defeitos. Acho que já está no melhor de sua forma, como demonstra sua coloração bem dourada, portanto aproveite a promoção deste vinho na Maison du vin e desfrute no seu dia-a-dia. Preço: R$ 22,00 meia-garrafa (promoção). Nota: 87 pontos.

domingo, 10 de julho de 2011

Concha y Toro Série Riberas Gran Reserva Carmenere 2007: Vamos polemizar!

A Concha y Toro está acima de qualquer questionamento, é uma vinícola de ponta e prima pela qualidade, mas também têm seus deslizes. A linha básica "reserva" ou "reservado" é temível, servido apenas para festas simples de multidões. Daí para a linha acima (Casillero del diablo), tem-se um grande salto de qualidade com um custo incrivelmente baixo. Subindo um pouco, chega-se à linha Marquês de Casa Concha, nitidamente de nível superior, também de preço bem superior. Logo acima, encontramos a linha Terrunyo, a qual representa o top da vinícola. Mas, não devemos nos esquecer dos seus ícones Don Melchor e Carmín de Peumo, os quais são jóias representativas do trabalho esmeraldo de seus artistas enólogos. Talvez, para preencher a enorme lacuna de preço entre a competente linha Casillero e a linha Marquês, foi criada uma nova linha: Série Ribeiras, com base em vinhos feitos em margens de diversos rios chilenos. Este Carmenere vem de Peumo, o berço dos grandes Carmenere chilenos, terra natal do grande Carmin. Coloração violácea sem traços de evolução, lágrimas grossas e pesadas, manchas densas na taça. Aromas bem típicos da cepa: pimentão e chocolate com fruta vermelha madura e madeira bem presente. Boca ampla, com taninos gostosos e acidez balanceada. Retrogosto e final persistentes. Vinho competente, mas não tão superior ao Casillero. Tem mais volume, intensidade e potência, mas não justifica custar o equivalente à "dois casilleros". Acertou a Concha y Toro, ao criar esta linha intermediária, mas errou no preço. Preço: R$ 60,00. Nota: 89 pontos. Minha opinião: deveria custar uns R$ 45,00.

Como é bom beber um vinho no seu apogeu!

É chover no molhado, mas tenho que comentar sobre isto: como é bom beber um vinho no seu apogeu! Nos dias atuais, somos invadidos e persuadidos por uma onda de imediatismo, a qual se mistura com a "necessidade" do consumismo, o qual vai rapidamente degradando a sociedade capitalista, até resultar em crises inevitáveis. Com o vinho, pode-se pensar da mesma maneira, pois cada vez mais chegam ao consumidor final, produtos prontos para o consumo, ou seja, acelerados em sua maturação para agradar mais rapidamente o cliente. Esta tendência do mundo moderno é de certa forma inevitável, mas se tivermos o mínimo de paciência, ou de esperteza, aguardamos um pouco, e ao melhor momento, desfrutamos algo profundamente superior. Esta semana, tive o prazer de confirmar isto na prática, bebendo dois vinhos em seu apogeu: Joffré e Hijas Gran Merlot 2004 e Il Grigio da San Felice Chianti Clássico Riserva 2004. O primeiro é um 100% Merlot, produzido no Vale do Uco (Argentina), passa 10 meses em contato com barricas de carvalho francês e é um verdadeiro "cala a boca" para quem diz que não tem Merlot bom em Mendoza. Vinho com grande estrutura e corpo, coloração vermelho escuro quase negro, com traços alaranjados. Aromas intensos de frutas negras maduras em compota, com notas de café, tostado e torrefação. Madeira perfeitamente integrada, taninos domesticados, acidez ainda presente e retrogosto intenso com final longo formam um conjunto agradabilíssimo, que gera prazer do início ao fim da garrafa. É o tipo de vinho que com certeza, não deveria estar tão agradável 3 anos atrás, mas a paciência permitiu uma evolução para um nível raramente visto em Merlot varietais na Argentina. Nota: 91 pontos. O segundo vinho é um Chianti Clássico reserva 100% Sangiovese e à partir daí, não se precisa dizer mais nada, basta ter paciência para bebê-lo na hora certa. E que hora! Potência e elegância se misturam neste belo vinho da Toscana, o qual aguardou 7 anos para ver a luz do dia, mas quando o fez, primou pela maestria. Incrível coloração vermelho-tijolo, com nítida distinção entre olho e borda, a qual se encontra num deslumbrante alaranjado brilhante. Aromas muito complexos de ameixas, cerejas e outros frutos vermelhos maduros com especiarias intensas de cravo e pimenta preta, associados à um cedro que cala a boca. Taninos presentes e maduros, acidez já dissipada, corpo voluptoso, textura sedosa, belo vinho! Nota: 92 pontos. Amigos, se vocês tiverem paciência, "escondam" algumas boas garrafas e abram daqui uns 3 ou 4 anos e entenderão o que estou dizendo. Até a próxima!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vinho do mês: Junho de 2011

Vinho do mês: Don Melchor 2004. Outro nível de vinho! Sem dúvida, um dos 100 melhores vinhos do mundo. Cativante, emocionante, severo!
Surpresa do mês: Pionero Maccerato Albariño Rias Baixas 2009. Ótimo branco refrescante e complexo. Versátil. Muito bom.
Mico do mês: Los Boldos Momentos Cabernet Sauvignon 2009. Uma bomba de álcool. Prefira cachaça, que é mais refrescante!

Gaião 2007

Há situações em que compramos um vinho pelo rótulo e há situações em que não compramos o vinho pelo rótulo. Geralmente acertamos na intuição, mas algumas vezes somos teimosos e nos deixamos levar pela curiosidade. Neste caso, temos provavelmente um dos rótulos mais feios do universo vinícola, o que afasta o consumidor da compra, mas eu fui corajoso e decidi encarar esta! Vinho regional alentejano, composto de Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet. Simples e agradável, muito parecido com o Periquita, tanto em qualidade quanto em preço (R$ 21,00). Aromas simples de amoras condimentadas, acidez presente e bastante viva. Não há muito à dizer. Pode enfrentar este vinho, pois o custo é baixo e ele não descepciona. Indicado apenas para acompanhar refeições no dia-a-dia. Nota 85 pontos.

Moulin de Gassac Aniane Syrah 2009

Vinho 100% Syrah da região de Languedoc-Roussilon, sul da França. Vinho simples, mas saboroso e equilibrado . É um Syrah diferente do que estamos acostumados: mais frutado, mais mineral e mais gastronômico. Coloração rubi com reflexos violáceos, sem traços de evolução. Aromas simples de frutas vermelhas frescas com toque de especiarias suaves. Taninos suaves, pouca acidez e corpo médio em boca. Agradável para acompanhamento de refeições, mas falta complexidade. Não lembro o quanto paguei, mas não foi caro. Nota: 86 pontos. Recomendável para quem quiser conhecer um syrah mais leve e diferente, desfrutando-o em um fim de tarde, num bate-papo com um amigo.

domingo, 3 de julho de 2011

Jouraine Gamay 2008 Domaine Rin Du Bois

Vinho 100% Gamay, uva que ficou famosa devido à popularidade dos Beaujolais, vinhos simples produzidos próximos à Borgonha. Grande parte dos consumidores enxergam os Beaujolais como vinhos jovens e frescos, para serem bebidos logo. Porém, apenas uma parcela destes Beaujolais, denominados Noveau, são produzidos para o consumo imediato. Alguns Beaujolais são até amadurecidos em carvalho e ganham em complexidade, chegando à ter uma vida mais longa, sendo denominados Village. Pois bem, o vinho que comento é um Gamay produzido no Loire, ou seja, fora da Borgonha. Isto mostra que não existe um único ou exclusivo terroir para determinada uva e novas experiências são válidas. Este Gamay é muito competente para a proposta que tem: frutado, fresco e com alguma complexidade. Apesar de ser da safra 2008, ainda apresenta mineralidade e acidez que cativam do primeiro ao último gole. Vinho fácil de beber e de harmonizar com pratos leves. Coloração vermelho claro tendendo ao róseo, aromas floral e mineral com cerejas frescas e morangos silvestres. Boca com taninos discretos e acidez presente. O álcool é imperceptível (12%). Honesto no preço, é muito recomendável para quem quer um bom vinho para final de tarde, papo informal, almoço ou jantar leve ou à beira da piscina. Preço: R$ 43,00. Nota: 88 pontos.