O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






domingo, 10 de julho de 2011

Como é bom beber um vinho no seu apogeu!

É chover no molhado, mas tenho que comentar sobre isto: como é bom beber um vinho no seu apogeu! Nos dias atuais, somos invadidos e persuadidos por uma onda de imediatismo, a qual se mistura com a "necessidade" do consumismo, o qual vai rapidamente degradando a sociedade capitalista, até resultar em crises inevitáveis. Com o vinho, pode-se pensar da mesma maneira, pois cada vez mais chegam ao consumidor final, produtos prontos para o consumo, ou seja, acelerados em sua maturação para agradar mais rapidamente o cliente. Esta tendência do mundo moderno é de certa forma inevitável, mas se tivermos o mínimo de paciência, ou de esperteza, aguardamos um pouco, e ao melhor momento, desfrutamos algo profundamente superior. Esta semana, tive o prazer de confirmar isto na prática, bebendo dois vinhos em seu apogeu: Joffré e Hijas Gran Merlot 2004 e Il Grigio da San Felice Chianti Clássico Riserva 2004. O primeiro é um 100% Merlot, produzido no Vale do Uco (Argentina), passa 10 meses em contato com barricas de carvalho francês e é um verdadeiro "cala a boca" para quem diz que não tem Merlot bom em Mendoza. Vinho com grande estrutura e corpo, coloração vermelho escuro quase negro, com traços alaranjados. Aromas intensos de frutas negras maduras em compota, com notas de café, tostado e torrefação. Madeira perfeitamente integrada, taninos domesticados, acidez ainda presente e retrogosto intenso com final longo formam um conjunto agradabilíssimo, que gera prazer do início ao fim da garrafa. É o tipo de vinho que com certeza, não deveria estar tão agradável 3 anos atrás, mas a paciência permitiu uma evolução para um nível raramente visto em Merlot varietais na Argentina. Nota: 91 pontos. O segundo vinho é um Chianti Clássico reserva 100% Sangiovese e à partir daí, não se precisa dizer mais nada, basta ter paciência para bebê-lo na hora certa. E que hora! Potência e elegância se misturam neste belo vinho da Toscana, o qual aguardou 7 anos para ver a luz do dia, mas quando o fez, primou pela maestria. Incrível coloração vermelho-tijolo, com nítida distinção entre olho e borda, a qual se encontra num deslumbrante alaranjado brilhante. Aromas muito complexos de ameixas, cerejas e outros frutos vermelhos maduros com especiarias intensas de cravo e pimenta preta, associados à um cedro que cala a boca. Taninos presentes e maduros, acidez já dissipada, corpo voluptoso, textura sedosa, belo vinho! Nota: 92 pontos. Amigos, se vocês tiverem paciência, "escondam" algumas boas garrafas e abram daqui uns 3 ou 4 anos e entenderão o que estou dizendo. Até a próxima!

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