O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






domingo, 13 de março de 2011

Desierto Pampa Blend 2006

O vinho que comento hoje, é um ilustre desconhecido da maioria dos brasileiros e acredito que também dos argentinos. Produzido no desconhecido (por nós) Alto Vale do Rio Colorado, foi comprado na Lo de Joaquin Alberdi, em Buenos Aires e a vendedora me garantiu que não era Terroir patagônico. Fui pesquisar nos livros, mapas e internet e descobri que este vinho é sim pertencente à Patagônia, mas foge um pouco das características do Vale do Rio Negro, por estar situado um pouco mais ao norte, ou seja, com temperaturas mais altas, favorecendo a maturação da uva e o cultivo de cepas de maturação longa, como a cabernet sauvignon. Este vinho é um corte tipicamente bordalês e leva na sua constituição 47% cabernet sauvignon, 37% merlot e 16% cabernet franc, estagia por notáveis 20 meses em barricas de carvalho americano e francês e tem a consultoria de ninguém mais, ninguém menos que Paul Hobbs. Os argentinos estão tentando descobrir o Terroir para a cabernet sauvignon, visto que Mendoza é um enorme deserto quente e a cabernet ainda não atingiu resultados incríveis como a malbec. Pois bem, à se considerar por este vinho, acho que eles estão chegando lá! Coloração rubi com reflexos violáceos, lágrimas grossas, revelando seus estupendos 14,6% de álcool. É o vinho com maior graduação alcoólica que bebi até hoje, tirando os Amarones e os vinhos fortificados (Porto,etc.); só os hermanos conseguem isto. Aromas de geléia de amoras com nítida presença da madeira (também pudera, né!). Boca forte, muita potência, bem no estilo americano de Hobbs. Sente-se a fruta madura, típico de vinhos argentinos. É impressionante como este vinho invade a boca e cria uma sensação de potência, raramente sentida por mim, porém o pecado é o exagero da madeira, o que o deixa um pouca pesado e enjoativo no final. Acho que não vai evoluir e aquela história de que a madeira vai se fundir ao vinho não cabe aqui. É um vinho moderno e portanto, feito para se consumir logo. Vinho de raça, marcante e que vale ser conhecido porquê mostra o potencial deste corte bordalês neste novo terroir argentino. Nota: 90 pontos. Preço: Infelizmente não tem a venda no Brasil.

3 comentários:

  1. Ontem tomei este vinho no jantar, o que notei foi que potencializou a pica cia de uma pasta Thai que utilizei no preparo de uma ave...mas amei o vinho.
    Um prazer ler sobre ele aqui.
    Um abraço
    Paula Labaki

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  2. Emilio, sou fanatico desse vinho, que descobri por acaso numa loja de vinhos en Palermo Soho, e fiquei apaixonado, mas eles nao somente fazem esse blend como tambem um Shiraz espectacular!!! eu como bom apaixonado de vinhos daria muitos mais pontos pra eles pois, ja tomei vinhos franceses e italianos muito mais caros, e muito piores, em todos os sentidos, daria pra ele 95 pontos. Alias tem um vinho com maior teor alcoolico que ele que é o Yacochuya, do Rolland feito no vale de Cafayate, noroeste da argentina, tambem um Icone dos Malbec's e que ja obteve acima dos 96 pontos do Parker, mas é pra quem gosta de mastigar o vinho, Gostei de ver que voce postou os comentarios sobre ele aqui. Tenta o Shiraz e voce vai sentir toda a potencia dessa uva maravilhosamente vinificada pelo Hobbs. O que sei dessa nova regiao é que a terra esta sendo regada atraves de um sistema especial e que eles tiveram que fazer tanques de agua imensos, trazida dos lagos, foi um grande investimento mas parece ser que em breve estarao por aqui, espero....

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  3. Ese vino ja esta disponivel no Vinhos web, R$ 78,00 ( na argentina custa 120 pesos aprox 25 dolares) ou seja, um custo beneficio aqui no brasil bastante bom se levarmos em conta custo-beneficio. Abz

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