Antes de falar sobre este vinho, vamos enumerar algumas constatações sobre vinhos portugueses:
1) Estão entre os melhores bons e baratos do mundo, se não forem os melhores.
2) Também têm alguns ícones que estão entre os melhores vinhos do mundo e custando mais barato que seus concorrentes.
3) É incrível a estabilidade das safras, sem grandes variações.
4) São únicos no mundo, porque são elaborados à partir de castas regionais.
5) Possuem dois tipos de vinhos exclusivos: o Porto e o Vinho Verde.
6) Dificilmente se encontram vinhos portugueses sem a tradição da rolha de cortiça.
7) E não é que agora, estão dando de fazer vinhos também com castas mundiais!
É o caso deste Arco do Esporão 2010, um vinho alentejano elaborado com a aromática Aragonês (para mim, a melhor uva alentejana), a potente Touriga Nacional (a resposta lusitana à Cabernet sauvignon) e a musculosa e quente Syrah (que se deu muito bem em solos alentejanos). Com passagem em barricas de carvalho americano, este vinho expressa muito bem o terroir alentejano, tem a característica das 3 castas que o compõe e a potência amadeirada do carvalho americano. Visual com coloração rubi com reflexos violáceos, bastante jovial, sem traços de evolução. Aromas com claro predomínio de especiarias, mas também fruta vermelha madura e um bom toque da madeira. Não tem explosão aromática, mas também não se esconde. Na boca, tem boa acidez, taninos bem trabalhados, bom corpo, final médio e agradável. Não tem madeira em excesso, não falta acidez e os taninos estão no ponto. É um vinho feito e engarrafado pronto para beber, com pouquíssimas arestas, talvez um álcool um pouco aparente, que se resolve servindo o vinho um pouco mais gelado (16 graus). Corretíssimo, como são os vinhos da Herdade do Esporão, é garantia de satisfação, apesar de não apresentar nada de novo. Resumindo, faz o feijão com arroz bem próximo da perfeição. Nota: 89 pontos. Preço: R$ 40,00. Avaliação custo-benefício ***.
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