O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quarta-feira, 25 de abril de 2012

Expovinis 2012: impressão geral.

Bom dia, colegas enófilos! É com prazer que escrevo breves comentários sobre o primeiro dia da expovinis. Em relação ao espaço físico e distribuição de estandes, acho que manteve o bom padrão de qualidade do ano passado. O acesso e a saída também estavam fáceis e o atendimento foi realizado com grande profissionalismo. Como todo ano, uma explosão de vinicultores clamando por importadores, o que mostra que o Brasil realmente é um destino muito visado dentro do mundo vitivinícola e continua sendo um mercado em franca expansão; pena que o salva-guardas do vinho nacional pode estragar tudo isso. Da mesma forma que entramos em êxtase com vinhos maravilhosamente degustados, caímos em plena frustração ao sabermos que estes mesmos vinhos custam cerca de três vezes menos nos seus mercados de origem, fato comprovado dentro da feira, onde os próprios produtores ficam indignados com as altas taxações do governo brasileiro. Prolongando um pouco este assunto, um representante de uma vinícola portuguesa disse que entrar  com seus espulmantes portugueses no Brasil não é difícil, mas sim impossível! Uma pena, porquê assim perdemos a oportunidade de desfrutar novas experiências, como um espulmante de alvarinho (vinho verde), bastante original! Como novidades, alguns bons vinhos brancos portugueses da região de Beiras, com uvas autócnes, ainda pouco difundidas no mercado nacional. Ainda em Portugal, ótimos espulmantes, mas com preços de Champagne. Vale o registro do ótimo azeite de oliva Quinta da Malhadinha 0,2%, ainda sem distribuição na Brasil e outras novidades chegando com bom custo-benefício. Da Itália, os sempre seguros Barolos e Barbarescos, além de um magnífico Amarone com vinhas de 50 anos e assombrosos 17% de graduação alcoólica, um vinho para se beber de joelhos (me desculpem, mas no meio da confusão, esqueci de anotar o produtor). Acreditem, este maravilhoso vinho custa 30 euros na Itália! Do Chile, vale o registro dos grandes vinhos produzidos pela Ribeira del lago, projeto pessoal do enólogo Rafael Tirado, o qual estava presente divulgando suas pérolas: um sauvignon blanc de tirar o chapéu e um pinot noir com uma tipicidade até então inimaginável no vale de Maule. Aliás, gente fina este Rafael Tirado, atendendo muito bem à todos e esbanjando    carisma. Este vinhos ganham o nome de Laberinto. Do Brasil, menciono a inesquecível degustação do já clássico Ice Wine da vinícola Pericó, não pela qualidade estupenda do vinho, o qual é bom, mas não se estende além disso, mas por estar se bebendo parte da história da vitivinicultura brasileira. Da França, Espanha e Argentina, não identifiquei nenhuma grande novidade, mas sim a comprovação de qualidade destes países e uma grata surpresa de que os vinhos da França estão chegando com qualidade e preços muito convidativos, como evidenciaram alguns exemplares de cabernet franc do Loire. Pra finalizar, relato a degustação de dois vinhos do Porto, com 30 e 40 anos de envelhecimento, verdadeiros néctares de coloração âmbar e sabores de damasco e compota de pêssegos, vinhos que podem ser definidos como a verdadeira bebida dos Deuses!

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