O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quinta-feira, 10 de maio de 2012

Salton Volpi Cabernet sauvignon 2009

Comum demias? Óbvio demais? Talvez seja, mas também é certo que esta talvez seja a linha de vinhos brasileiros com melhor custo-benefício do mercado. E é por esta razão que eu inauguro hoje um novo sistema de avaliação para o blog Adega para todos. À partir de hoje, vocês irão encontrar aqui nas postagens, além da já conhecida avaliação centesimal (0 à 100) dos vinhos, também uma avaliação do custo-benefício (* à *****). Sim, o vinho pode ser bom, mas será que vale o preço pago? E os vinhos medianos? Dependendo do preço, talvez sejam uma bela compra. Os ícones valem o que custam? É para responder estas perguntas e facilitar a compra dos vinhos que irei colocar minha opinião pessoal, de um simples enófilo, como vocês. Ou seja, é de enófilo para enófilo, ou de leigo para leigo, como queiram os enochatos que se dizem entendidos em vinho. Aliás, tenho uma franca opinião de que tem gente demais metido à sabichão e que recebe propina de certas importadoras para comentar bem certos vinhos. Também sou da mesma opinião que estes enochatos também entendem de vinhos mais do que a imensa maioria, mas não são formadores de opinião. Os formadores de opinião são os editores de vinho de conceituadas revistas e os comentaristas mais famosos, como Jorge Lucki, José Inglês e tantos outros. Em uma outra estratosfera, estão Robert Parker, Jancis Robinson, Patrício Tapia, etc. O que pretendo em meu blog é simplesmente expor ao público minhas opiniões sobre minhas aventuras enológicas, sempre sinceras e sem vínculo comercial, despretenciosas e honestas. Posso, em muitas vezes, caracterizar erroneamente as caracetrísticas organolépticas de determinado vinho, mas o quê está certo ou errado? Se tal comentarista renomado diz que determinado vinho tem aromas de isqueiro ou xixi de gato, ele está coberto de razão e isto se torna uma verdade absoluta? Ora, sabemos que cada pessoa tem sensibilidade olfativa e gustativa diferente de outra pessoa. Então, não me atrevo à definir um vinho, mas me atrevo à dizer se o vinho é bom, através de uma nota e se vale a compra! Vamos ao vinho: elaborado na na Serra gaúcha com 85 % de cabernet sauvignon e 15% de outras coisinhas mais, este vinho de curto estágio em barricas de carvalho e custa cerca de R$ 22,00, ou seja, é feito com intenção de ser utilizado de forma despretenciosa e no dia-a-dia. O visual é bonito, com um rubi-violáceo com reflexos rubi, boa transparência e limpidez, lágrimas médias (13% de álcool) e sem manchas na taça. Passou no teste visual e agradou também no nariz, seu ponto forte: aromas nítidos de cassis (típico de cabernet sauvignon), amoras pretas, pimenta preta e leve madeira. Na boca, o vinho cai, revelando falta de corpo, acidez acima do ideal, álcool que incomoda em alguns momentos e taninos ainda por se desenvolver. Mas tem o lado bom, porquê a alta acidez o transforma numa boa opção gastronômica, principalmente para pizzas e massas com molho bolonhesa. Apesar de ser um vinho feito em larga escala e com objetivo de ser consumido logo, acho que tem boas chances de evoluir com alguns anos em garrafa, quando poderá estar mais macio, com taninos domados e álcool menos perceptível. Vale relatar o cuidado comercial da em balagem: garrafa pesada com rótulo bonito e bem trabalhado. Acho, que por este preço, é a linha de vinhos mais honesta do mercado de vinhos nacionais. Nota 86 pontos. Custo-benefício ***.

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