O mundo em uma taças

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viajarei pelo mundo através de seus goles.






quinta-feira, 19 de julho de 2012

Las Moras Gran Syrah 2006

A Syrah vem ganhando admiradores em todo o mundo, devido à sua complexidade, estrutura e capacidade de se adaptar nos mais diferentes terroirs. Existe syrah de clima quente, syrah de clima frio, syrah de altitude, syrah marítimo, syrah varietal, syrah blend, syrah rosé e por aí vai... Os melhores vinhos de syrah do mundo estão no Rhône norte (França), mas encontramos ótimos syrah na Austrália, Chile, África do Sul, além de boas tentativas no Alentejo, Sicília e Argentina. Na Argentina, a syrah encontrou seu refúgio em San Juan, talvez mais devido à necessidade desta região em ter uma uva emblemática, visto sempre estar em segundo plano em relação à Mendoza, do que pela própria qualidade da uva neste terroir. Independente dos motivos que levaram San Juan à apostar na syrah, hoje falaremos de um dos três principais vinhos de syrah desta região. Trata-se dos Las Moras gran syrah, um blend de syrah, elaborado com uvas 100% syrah de três vinhedos distintos, com altitudes diferentes e que passa 18 meses em contato com barricas novas de carvalho francês. Sim, é um vinho nuito bem trabalhado e uma espécie de resposta de San Juan à Mendoza de Catena Zapata, com o seu Malbec argentino (blend de malbec). Como se vê, o processo de produção é bastante cuidadoso, o que ma causou espanto ao encontrar este vinho no Spani atacadista por R$ 29,40 !!! Como pode? Ainda mais, sendo de uma safra especial como a de 2006? Algo estranho soou no ar e comprei para tirar a prova. Pesquisei na internet e descobri este vinho com preço variando entre R$ 72,00 e R$ 110,00! Coloquei na taça e o aspecto inicial não me empolgou: vermelho granada com reflexos algo violáceos, pouca transparência e brilho discreto. Lágrimas vigorosas, mas mnchas sutis e com pouca potência. Fui para o nariz, o qual se mostrou discreto em tudo: álcool, aromas, etc. Necessitou de um pouco de tempo para que o vinho começasse à abrir, onde enfim demonstrou frutas negras em compota, cedro, especiarias delicadas, toques balsâmicos, folhas secas, defumado e toque de resina, alta complexidade para um varietal de syrah e que só narizes com um certo tempo de treino captam com um pouco de paciência. Na boca, mostrou-se com médio corpo, taninos polidos, acidez preservada e mais intensa que os habituais vinhos de Mendoza, final médio e uma evolução taça à taça, que torna o vinho bastante divertido. Não é um vinho popular! Eu ousaria dizer que é um vinho elitizado, que tem uma clientela definida, por isso corre o risco de desagradar muita gente, porquê foge completamente do óbvio. Quem não está acostumado à beber um vinho um pouco mais envelhecido e com notas claras de evolução, talvez não vai gostar. Está no auge e talvez por isso, esteja com um preço mais acessível. Aconselho à beber este vinho até o final deste ano. Preço: R$ 29,40 (irreal). Nota: 90 pontos. Avaliação custo-benefício: se alguém encontrar neste valor que eu paguei: ****.

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