O mundo em uma taças

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viajarei pelo mundo através de seus goles.






terça-feira, 28 de setembro de 2010

Maule, o vale esquecido.

Semana passada, depois de tanto renegar, comprei uma garrafa do Palo alto, um blend bem conhecido da região do Maule, no Chile. Vinho facilmente encontrado aqui no Brasil, seja na internet ou em supermercados, por um preço ótimo, em torno de R$30,00. Figurinha carimbada de cartas de restaurantes, confesso que nunca tinha me arriscado à comprar, porque não sou fã de vinhos de grande volume de produção, mas existem excessões à regra e está aí o Palo alto para provar. Vinho de buquê impressionante para sua faixa de preço, perde um pouco na boca devido ao álcool fora de controle, mas não dexa deser um bom vinho. Corte onde predomina a carmenere, é muito bem feito e deve agradar bastante aos amantes da maturidade. Bem, mas o que este vinho tem à ver com este post? Simples, além de ter inspirado este post, reascendeu uma chama que estava apagada na minha cabeça, a de que os vinhos do Maule não só existem, como são muito bons. Renegados à um segundo plano no Chile, o Maule viu a hegemonia do Maipo, a consagração do Colchagua, a rápida elevação de Casablanca e até um súbito despertar de, quem diria, Limarí. Homens como Francesco Marone Cinzano acreditaram no potencial deste vale, outrora marcado pela produção em larga escala de uvas de qualidade inferior. A norueguesa Odfjell é uma das vinícolas lá instaladas e Pablo Morandé também resolveu dar as cartas em Loncomilla, com suas velhas parreiras de Carignan, casta que começa a despontar como a nova estrela chilena, já tendo até clube privado: o clube do Carignan, cheio de regras e exigências, tudo em prol da qualidade. O vinho Erasmo de Caliboro está entre os melhores do Chile, o Edicion Limitada Carignan de Morandé é de salivar, o Orzada Carignan de Odfjell também está bem cotado e o Urban Blend da O. Fournier é campeão de custo-benefício. Todos estes vinhos são do Maule e agora me deparo com esta agradável surpresa, o Palo alto blend, um vinho bom e barato, do mesmo nível de similares de preço e campeões de bilheteria como Álamos e Casillero. qual seria a justificativa para este renascer do Maule? Não sei, mas como se trata da maior região vinícola do Chile, eles têm condições de produzir em larga escala e como não são os queridinhos da crítica, são obrigados à entrar na concorrência com preços mais baixos, tornando os vinhos desta região em verdadeiras pechinchas. O consumidor agradeçe. Viva o Maule!

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