Quando criei este blog, motivado por minha paixão pelos vinhos e pela escrita, sabia que não falaria apenas sobre vinhos bons e que teria que blogar também experiências não muito bem sucedidas e verdadeiras catástrofes. Então, como nem todo dia é dia santo chegou o momento de metralhar duas gafs que insisti em cometer. O primeiro vinho é o Tilia Malbec 2008, nem precisa dizer que é argentino, mas malbec ruím argentino? Sim. Logo ao colocar o vinho na taça, aquela dor no estômago, coloração violeta tipo suco de uva, aromas de suco de uva e gosto de suco de uva, pois é, o vinho parece suco de uva com álcool, não tem tique nenhum de vinho, lastimentável! Comprei duas meia-garrafas, me lamentei na primeira e sofri na segunda. Completamente perdido? Não. Imaginei duas alternativas para o uso deste vinho: a primeira é usá-lo para fazer sagú, já a segunda é mais interessante, pois elimina o risco da primeira, o de perder o bom sagú que você comprou. Sabe aquele amigo que sempre vai no churrasco da tua casa e só leva linguiça, carne de porco, maminha ou aquele espetinho pronto e já temperado comprado em alguns supermercados? Reconheceu alguma figura assim? Então meus amigos, aqui vai a solução. Quando nas raras vezes em que ele der um churrasco na casa dele (se é que isto vai acontecer...), leve o Tilia Malbec e fale que é um excelente malbecão argentino, doce, frutado e barricado como poucos. Sirva para todos e principalmente para ele e não deixe de servir também para você, claro! Detenha o comando das ações, cumprindo o papel de sempre servir à todos mantendo, aquela elegância única e mantenha a sua taça sempre cheia, até porquê o que você vai encontrar na casa desta figura são aquelas taças pequenas de vinho que são vendidas nas lojas de R$1,99. Resultado final: o seu amigo do peito vai tomar metade da garrafa e vai te elogiar muito no dia seguinte. Ah! Não se esqueça de levar o sagú de sobremesa! O preço do vinho: R$ 27,00.
O segundo vinho não merece ser crucificado, porque não se trata de um vinho ruím, porém é apenas mediano. Então, qual é o problema? O preço! Esta meia-garrafa não vale R$ 26,00 nem aqui, nem em Bangladesh, para ser mais original! Vamos ao vinho: coloração vermelho violáceo escuro, aromas de frutas quase negras, boca seca com acidez razoável e final mediano. Falta complexidade, talvez pelos limites da casta bonarda. Pode servir para o dia-a-dia, porém po este preço se torna caro para esta finalidade. Poderia enumerar aqui, inúmeros vinhos de qualidade maior nesta faixa de preço ou mais baratos, mas vou me conter. Aos amigos da vinícola produtora deste vinho, derrubem o preço dele pela metade ou então nossos coitados amigos da importadora, responsáveis por vender o vinho ao consumidor, terão que gastar muito tempo, dinheiro e saúde em propaganda, para desencalhar este razoável vinho.
Observação: As opiniões que dou aqui neste blog são inteiramente baseadas em meu gosto pessoal, não tendo nenhum vínculo comercial, portanto tirem vocês mesmo a prova final. Só não me responsabilizo pelo dinheiro investido ou pelos tons verdes de raiva.
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