O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Enoteca Fasano: simplesmente la-men-tá-vel !!!

Prezados leitores, hoje escrevo por protesto! Pobre de nós, consumidores de um país de terceiro mundo, onde os vendedores, cada vez mais ricos, usam e abusam da falta de respeito no tratamento ao cliente. Não sei se é por falta de ética ou por pura incompetência, mas a venda de produtos feita pela Enoteca Fasano é um desastre total. Não vou citar nomes, em respeito à alguns bons profissionais que me atenderam e em respeito à vocês leitores, já que o intuito aqui não é a baixaria, mas devo alertar à todos que comprar vinhos na Enoteca Fasano é um exercício de paciência, em que o comprador é, por diversas vezes desrespeitado e ignorado. fiz uma compra de vinhos via telefone 10 (dez) dias antes do natal e a promessa foi de que os vinhos chegariam até o dia 21/12/10. No dia 23/12/10, não aguentando mais esperar, liguei para saber o que estava retardando a entrega e para minha surpresa, o que havia acontecido? Simplesmente não registraram meu pedido, mas o mistério só foi desvendado após inúmeras ligações e discussões. Pois bem, dei um voto de crédito à loja e refiz a compra; foi prometido que os vinhos chegariam até o dia 28/12/10 e o quê aconteceu? Estamos no dia 30/12/10 e os vinhos ainda não chegaram!!! Liguei novamente para a Enoteca Fasano e após lamentações fui descobrir que o pedido de entrega tinha sido efetuado no dia 29/12/10, um dia DEPOIS da promessa de entrega! E ainda fiquei esperando por uma ligação que não foi feita! Pura falta de respeito! Então senhores, aqui vai o meu recado:
Aos compradores: Cuidado na compra de produtos na Enoteca Fasano, porquê o risco de desgosto será grande;
Aos bons vendedores da Enoteca Fasano: Obrigado pelo atendimento e procurem outro lugar para trabalhar, porquê permanecendo aí, vocês correm o sério risco de "queimar o filme";
Aos maus vendedores da Enoteca Fasano: Procurem urgentemente outro serviço;
Aos proprietários da Enoteca Fasano: Identifiquem estes maus funcionários e tomem condutas firmes para preservação do nome desta ótima e prestigiada casa chamada FASANO.
É isto meus amigos; espero que eu não venha novamente utilizar meu blog para protestos e sim para o que ele realmente foi destinado: o prazeroso comentário de vinhos.

Best Buy na Vinci

O vinho à ser comentado é o Frei João Bairrada reserva tinto 2001, corte de baga (maior parte), camarate (nunca ouvi falar) e touriga nacional, à disposiçào de venda na Vinci Vinhos, por R$ 50,00. Realmente, esta casta Baga é muito interessante, resultando em vinhos aromáticos, potentes e com grande potencial de envelhecimento. Comprei este vinho da safra 2001 meio desconfiado, mas disposto à encarar uma nova experiência. A garrafa é simples com um rótulo muito bonito e bem trabalhado, digno de entrar na coleção. a coloração é de vermelho púrpura com bordas alaranjados. Lágrimas envolventes descem suavemente pela taça. Aromas complexos de cassis (pode crer), ameixas pretas secas, nítida pimenta preta e um cedro envolvente. Acidez incisiva e marcante surpreendem pela safra antiga. Bastante gastronômico, casa com vários pratos e queijos. Não é um clássico francês, nem um suculento Barrosa ou Mendoza, tão pouco um Pêra Manca ou Barca Velha, mas é de se admirar a longevidade deste vinho, um 2001 super-vivo que tem alguns saudáveis anos pela frente. É muito gostoso abrir uma garrafa de quase 10 anos de existência e saborear um produto que, além de qualidade, tem história. Devido à isto, vai classificado como Best Buy, porquê duvido que exista no mercado nacional, um vinho de 2001, vivo e muito vivo, com esta qualidade, por R$ 50,00. Repito, não é um néctar, nem um nirvana, mas é saboroso e tem história! Assino embaixo e fico à disposição para críticas. Nota: 91 pontos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Angheben Espulmante Brut

Senhor Angheben é um dos mais destacados homens do vinho em terras tupiniquins. É de se admirar seu esforço em produzir vinhos de qualidade em um terroir em que poucas condições oferece. Então, Angheben partiu para o cultivo de uvas não muito comuns por aqui, mas que se deram bem no ácido terreno gaúcho, como a teroltego e a touriga nacional. Hoje, venho comentar o seu espulmante brut feito pelo método tradicional à partir de uvas das variedades chardonnay e pinot noir. Sempre que vamos beber um espulmante nacional, temos a expectativa de algo bom e no caso de um artista do vinho, esperamos algo muito bom. Só que aqui, o Sr. Angheben ficou devendo um pouco. O vinho é bom, mas confesso que esperava mais. No início, até que agrada bastante com sua coloração amarelo palha, perlage razoavelmente boa e persistente, aromas de frutas cítricas adoçicadas, mel e manteiga. Mas a tão esperada acidez do terroir brasileiro, ideal para espulmantes, aqui se perde tornando o vinho cansativo e com final um pouco amargo. Também falta formação de espulma. Na minha opinião, deve ser tomado em pequenas porções e está numa faixa de preço um pouco acima de sua qualidade. Mas, aqui cabe meus cumprimentos à esta figura importantíssima para o vinho brasileiro: Sr. Angheben. Preço: R$40,00. Nota: 87 pontos.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Fabre Montmayou reserva Malbec 2008

Domingo e após uma manhã no Jardim zoológico com a família, fomos almoçar na churrascaria Novilho de Prata, que dispensa apresentações. Solicitei para acompanhar o churrascão, o seu irmão de sangue, nascidos um para o outro, um malbecão argentino. Opa! O que aconteceu? É Malbec sim, como revela sua cor violácea e seu corpo forte e estruturado, mas tem uma elegância pouco comum nos vinhos hermanos, ainda mais se tratando de um vinho de base da vinícola. É claro que tem fruta madura e carvalho presente (é argentino, né meu!), mas está longe de ser aquela bomba de malbec que estamos acostumados. Aromas de frutas vermelhas e baunilha, mas também de flores (violetas). Boca sedosa, corpo ligeiro e nada enjoativo. Experiência gratificante este malbec desta pequena vinícola de Vistalba, berço do melhor malbec argentino. Paguei R$ 78,00 na churrascaria, mas deve girar em torno dos R$ 50,00 na importadora. Se custar isto, vale a pena. Não é grande, mas é gostoso e um pouco diferente, devido à este toque de delicadeza. Nota: 89 pontos.

Ceia de Natal com Champagne LVMH Montaudon Reserve Premiere Brut e Chateau Jany Sauternes 2006


Devo dizer-lhes senhores: Champagne é Champagne, o resto é espulmante. Seja no seu maior brilho ou na mais modesta apresentação, o encanto que propicia nas pessoas é único. Não só é a bebida das comemorações e festas, como também algo capaz de evocar prazeres hibernados ou até então desconhecidos. Acompanha qualquer comida e jamais descepciona. Só havia um defeito nesta bebida mágica: é caro! Até a Wine trazer para o Brasil alguns exemplares por preço altamente convidativo: R$ 75,00. Coloração palha brilhante, perlage incrivelmente fino, abundante e persistente. Aromas complexos de maça, pêssegos brancos, castanha e mel. Boca que enche totalmente, macio, espulmante e acidez correta. Foi companheiro perfeito para o brandade de bacalhau, tender, chester e farofa de frutas cristalizadas, ufa! Isto que é versatilidade! Nota: 92 pontos. Para fechar a ceia, um pudim de claras com fio de ovos e cerejas que clamou por um vinho de sobremesa e o escolhido foi o Chateau Jany Sauternes. Assim como Champagne, Sauternes é Sauternes! Não sei se este vinho é botritizado, mas não interessa, é ótimo! Coloração amarelo dourado, com lágrimas grossas e lentas. Aromas de damasco e pêssegos amarelos com muita delicadeza, em nenhum momento lembrando vinho doce. Elegante e vivo, na boca revela sua doçura e encanta com sua maciez e acidez. Final longo, nada enjoativo. Bela opção de Sauternes sem gastar muito. À venda na Vinci por R$ 60,00. Nota: 92 pontos. Feliz Natal!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Almoço na Cantina Gagliotti em Quiririm

Devo dizer que nós temos muito preconceito: à raças, preços, cores, cheiros e principalmente ao novo e desconhecido. Temos o costume de frequentarmos sempre os lugares mais badalados, bonitos e da moda, deixando de conhecer verdadeiras pérolas espalhadas por nosso país. Deveríamos abrir nossas cabeças e deixar que sejam menos influenciadas por opiniões de terceiros, partindo para novas experiências, as quais sempre vão acrescentar mais à todos nós, sejam boas ou más experiências. Acostumado à comer no consagrado restaurante Gadioli em Quiririm, sempre deixei de lado outras cantinas menores, na mesma cidade, com receio de não ter a mesma qualidade. Desta vez, abri o peito e entrei na Cantina Gagliotti. Boa aparência externa, mas espaço reduzido internamente. Acomodações apenas regulares e sem o charme italiano do Gadioli. Atendimento demorado, apesar da maior bos vontade dos garçons, todos muito jovens e simpáticos. Lugar meio bagunçado, mas "péra aí"!, isto é a mais pura cantina italiana!!! Não que eu goste de serviço meia-boca, mas por se tratar de italianíssimo, deu prá passar. A carta de vinhos é horrível, sendo que não tem climatização, mas o serviço foi bom, com o garçon trazendo balde de gelo e fazendo de tudo para agradar. Solicitei o prato e após quase uma hora de espera, quando já estava quase à ponto de desistir ou delicadamente xingar a mãe do dono da cantina, eis que chega o prato e tudo se redime. O cabrito assado no seu próprio molho, acompanhado de arroz e batatas gratinadas estava simplesmente o máximo!!!! Cor, textura, aroma, sabor, tudo em perfeita harmonia. Só encontrei um defeito no prato: o pedido para duas pessoas satisfaz três mestres-de-obras famintos após um dia de serviço no sol escaldante. Mas, devido a maravilha que estava o prato, comi como um dinossauro que estava há três dias clamando por comida. O vinho, um italianinho bem simples, harmonizou bem e deu até vontade de pedir mais, mas meu estômago dilatado pediu socorro e solicitei a conta. Quando forem à Campos do Jordão, ao passar por Quiririm, se tiver interesse em almoçar, experimentem a Cantina Gagliotti e aproveitem, sem stress, o cabritinho dos deuses. Até a próxima!

Barolo Beni di Batasiolo 2005

Assim como o dia, nada como um vinho após o outro e em mais uma experiência, eis que tenho algo para aprender. Como já disse aqui antes, aprendemos com todas as experiências, mas realmente ficamos marcados com os desastres. Algum tempo atrás, abri uma garrafa de Barolo, o Beni di Batasiolo 2005, adquirido no Free Shop de São Paulo e comentei sobre a improvável longevidade dos Barolos e da questionável qualidade desta marca, devido a não tão agradável experiência que tive ao bebê-lo. Mas agora, abrindo uma segunda garrafa deste mesmo vinho, tudo ficou cristalino e a lucidez pediu passagem permitindo que a razão superasse a emoção. O vinho é ÓTIMO! O problema foi que a primeira garrafa deve ter tido um armazenamento e manipulação inadequados, o que comprometeu a qualidade do vinho. Vamos à segunda garrafa, experiência bem sucedida: vinho de coloração rubi brilhante com leve toque alaranjado, lágrimas grossas e corpo perfeito. Aromas explodindo ameixas pretas, especiarias, alcatrão e tantos mais. Acidez impressionante, macio, incrivelmente gastronômico, podendo acompanhar vários tipos de pratos. Deixou um gostinho de queiro-mais ao final da garrafa. Como disse, aprendi muito com certas experiências e agora já sei que devo tomar muito cuidado com vinhos de Free Shop, principalmente de safras mais antigas. Preço: R$ 120,00 (Pão de Açucar), US$ 50,00 (Free Shop). Nota: 93 pontos. Vale cada centavo. Viva o Barolo!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Robert Mondavi Private Selection Chardonnay 2008

Depois da surpresa agradável do Pinot Noir e da confirmação do esperado Cabernet sauvignon, agora chegou a vez do Chardonnay desta linha básica de Robert Mondavi, o papa do vinho no Novo Mundo. E este é um Chardonnay bem característico do Novo Mundo: madeira mais que evidente, manteiga, mel, etc. Coloração amarelo dourado, movimenta-se como óleo na taça. Aromas de abacaxi, maracujá e os já mencionados manteiga e mel, além de um toque de petróleo, meio que constante nos Chardonnays californianos. Enche a boca e tem boa textura. Voluptoso. É bem feito e não é enjoativo, tendo acidez razoável. Bom vinho, agradável, mas não empolga. Nota: 89 pontos. Preço: R$ 70,00 em média. Por este preço, não vale, pois encontramos bons chardonnays chilenos e até franceses melhores e pelo mesmo valor. Alguns brazucas também são melhores e mais baratos.

Cuvée Must 2007 Domaine de la Graveirette

La Cave Jado de novo no nosso blog, agora um vinho do Rhône produzido com 75% Grenache e 25% Syrah. É Rhône mesmo e é Grenache e Syrah de verdade. Digo isto porquê quando compramos um vinho, algo que esperamos é que ele tenha tipicidade, tanto de terroir, quanto de casta. Coloração violeta com lágrimas poderosas, aromas de ameixas pretas secas com cravo, encorpado na boca, acidez e peso poderosos. Belo exemplar do Rhône, que lembra bastante um vinho do Novo Mundo, devido aos seus "exageros" em corpo, força e madeira. Poderia custar um pouco menos que seus R$ 57,00, mas vale a experiência e a compra. Nota: 89 pontos. Não descepciona e levemente empolga em alguns momentos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Millésime 2004 Château Piron

Um vinho de Saint Émilion é sempre um vinho de Saint Émillion, por mais simples que seja. Este corte de 85% Merlot com 15% Cabernet Sauvignon traz algumas das boas características da região. Vinho de coloração vermelho rubi com bordas alaranjadas de certa evolução, aromas francos de frutas vermelhas silvestres com bastante especiaria e madeira de cedro muito bem integrada ao conjunto. Vinho evoluído (2004), o que contribui muito para sua qualidade final, traz o equilíbrio na boca como sua principal virtude. Para se beber já, mas ainda aguenta uns dois anos de garrafa. É o protótipo do vinho simples muito bem feito, sem arestas. Não chega à empolgar, mas cumpre sua missão. Nota: 89 pontos. Preço: R$ 61,00. Aí o defeito, poderia custar uns 50 mangos, mas vale a experiência.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Casillero del diablo Syrah 2008 x Robert Mondavi Private Selection Cabernet Sauvignon 2008


Mais um desafio em nosso blog, mas o leitor estará pensando: dois vinhos diferentes no desafio? Bem, é aí que eu digo: estes dois vinhos têm muitas semelhanças e praticamente só diferem em um quesito, o preço. Tanto um quanto outro, são vinhos do Novo Mundo, cheios de fruta madura e com boa contribuição da madeira, ou seja, são vinhos comerciais, mas muito bem feitos e representam ambos, linhas de produção para entrada em patamares maiores de gigantes da vitivinicultura mundial: Concha & Toro e Robert Mondavi. O Casillero Syrah é na minha opinião o melhor vinho desta linha e um dos maiores best buy do mercado mundial. Tem coloração violácea, aromas de frutas vermelhas maduras, mentol e baunilha, corpo forte, longo na boca. Nota 88 pontos. O Robert Mondavi Cabernet Sauvignon tem coloração violácea, aromas transbosdando ameixas pretas secas e baunilha, corpo pesado e final longo. Nota 88 pontos. Ambos são vinhos para se beber já. São tecnicamente rigorosamente iguais. Neste caso, vence o desafio o Casillero Syrah, por custar a metade do preço que seu oponente.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cuveé Graviers 2008 Cabernet Franc

Mais um belo vinho da importadora La Cave Jado. Desta vez, um vinho do Vale do Loire, região famosa por ser berço dos grandes Sauvignon Blanc e Muscadets, mas também há outras cepas por lá, como vem provar este 100% Cabernet Franc. Quando comprei este vinho, imaginei um Cabernet Franc com grande frescor e sutileza, diferente dos nossos potentes e às vezes adoçicados similares da América do Sul. Não sei especificamente de que região do Loire vem este vinho, mas correspondeu perfeitamente às minhas expectativas. Coloração vermelho rubi tendendo ao roseado, lágrimas surpreendetemente grossas e corpo ágil na taça. Aromas de frutas vermelhas frescas, com destaque para cerejas, mineralidade à toda, salinidade presente e toque floral. Na boca, sedosidade e agilidade, acidez balanceada e álcool inocente, final curto. Numa degustação às cegas, se passaria perfeitamente por Pinot Noir, bem parecido com os da Patagônia Argentina. Mostra muita noção de lugar (Loire) e não descepciona. É o segundo vinho francês que bebo da Cave Jado e pelo que vi até agora, vou mudando meus conceitos sobre vinhos franceses de custo acessível. Mais um vinho honesto da La Cave Jado. Preço: R$ 62,00. Nota: 90 pontos.


Château Lamblin Thomas 2005


Navegando pela internet, visitando enoblogs, encontrei uma pequena importadora, digo pequena em comparação com as gigantes Mistral, Grand Cru, Vinci, Wine e outras. O nome é La Cave Jado, com um pequeno portifólio de vinhos, todos franceses. A princípio, todo mundo torce o nariz: huummm,vinhos franceses, importadora nova.... Não é desconhecimento de ninguém que vinho francês para ser bom, geralmente é caro! Então, que milagre faria uma pequena importadora, de cumprir a essência de sua existência que é de trazer bons vinhos franceses à preços honestos e competitivos? Simples! As proprietárias são francesas, conhecem de vinhos, sabem quem os produzem e negociam direto com os produtores. Assim, além de saberem onde comprar bons vinhos sem pagar uma fortuna, também encurtam o caminho dos vinhos até o consumidor final. É óbvio: sem intermediários, o preço é mais em conta e se conhecendo o território, sabe-se o que é bom. É igual ao cahaçeiro de Minas, que sempre sabe onde tem uma pinga baratinha e maravilhosa. Me interessei pela novidade e comprei algumas garrafas e começo hoje à degustá-las e comentá-las. O vinho de hoje é um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Malbec, vindo de Bourdeax. Cultivo orgânico, rótulo bonito, rolha longa, o premiere foi bonito, mas vamos ao vinho: linda coloração rubi com borda e reflexos alaranjados, indo para o vermelho tijolo, lágrimas médias. No nariz, uma explosão de frutas vermelhas com muita especiaria e muito mineral. Na boca, a grande surpresa, para quem esperava aquilo que é a grande virtude dos vinhos franceses: o equilíbrio, se enganou. Uma bomba de acidez e frescor definem o paladar deste vinho, contrariando tudo o que eu imaginava. Mas isto não é defeito e sim qualidade. Este vinho deve vir da pedra e quem o faz entende de harmonização enogastronômica, porque este vinho clama por comida, embora também seja muito gostoso sozinho. Ainda tem longa vida pela frente e daqui uns 3 ou 5 anos vai estar mais balanceado e melhor. Por ora, é um bom vinho e justo no preço (R$ 76,00). O álcool está um pouco exagerado, o que diminui um pouco a nota, mas não tira o brilho deste vinho. Nota: 91+ pontos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nimbus Sauvignon Blanc 2009

Vinho de classe e de peso da competente Viña Casablanca, irmã da gigante Santa Carolina, só que mais focada na qualidade, por isso, produções em menor escala. A linha Nimbus é o carro-chefe desta vinícola e o sauvignon blanc é o seu melhor produto. Produzido com uvas cuidadosamente selecionadas no Vale de Casablanca, no Chile, dá origem à um classudo sauvignon blanc. Colração amarelo palha com reflexos verdeais, aromas de aspargos, toranja, pêra e grama cortada. Mineral, acidez correta, não é tão incisivo quanto os sauvignons de San Antonio, mas tem mais elegância. Bom volume, enche a boca e não é enjoativo. Acompanha bem o tradicional queijo de cabra, camarões grelhados e peixes leves na chapa, como o linguado, ao molho de limão siciliano. Opção fresca e mais amena aos poderosos San Antonio e Leyda, os quais estariam mais indicados para entradas e ostras, com limão conflit. Belo vinho e honesto no preço. Nota: 92 pontos. Preço: R$ 65,00.