O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






domingo, 31 de outubro de 2010

Dois almoços, duas estórias.

Comer peixe em um restaurante típico, em frente ao mar, em plena Ubatuba é o "must" em gastronomia marítima, correto? Errado!!! Este fim de semana tive duas experiências diferentes com pratos marítimos, uma em cada dia. Sábado, almoçamos no restaurante Perequim, em Ubatuba, frente mar. Domingo, me atrevi na cozinha da minha casa. Vamos ao Perequim: ambiente simples, atendimento razoável, comida meia-boca e preço nas alturas. É possível uma moqueca para duas pessoas custar R$ 100,00? Sim! E isto ocorre em uma cidade onde existe fartura de peixe! Meu Deus! Como peixe melhor e mais barato em minha cidade (Guaratinguetá). Solicitei um abadejo e o que comi era tudo, menos abadejo, a não ser que estivesse descaracterizado por tanta farinha, champignon, batata, etc., coisas assim para dar volume ao prato; aja batata neste mundo! Para acompanhar, bebi meia garrafa do Valduga Premium Chardonnay 2010, vinho de coloração dourada, aromas de maracujá com mel, boca untosa, textura oleosa, boa acidez, mas maduro demais. Um pouco mais doce e teríamos um vinho de sobremesa. Nota: 84 pontos. É isto pessoal, o almoço não foi um desastre, mas ficou longe de honrar a cidade e o preço! Domingão, eleição e... camarão! Rosa, do melhor, comprado por mim mesmo, no mercado do peixe, em Ubatuba e o melhor: preparado por mim! De que maneira? Da mais simples possível: marinado em alho picadinho e sal e grelhado no azeite com salsinha e pimenta do reino. Para acompanhar, um arroizinho simples, feito na hora e só! Show de bola! Ficou ótimo. O camarão preservou sua textura e seu sabor marítimo e o arroz fez o seu papel de acompanhante, não encobrindo o sabor da estrela do prato. Por que não fazem isto nos restaurantes? É tão simples! Parece que só querem estorquir o pobre do freguês e cada vez mais! Ah! Quanto custou? R$ 20,00 + o prazer de cozinhar. E o vinho? Harmonizei com o Planeta Alastro Bianco 2008, da Sicília. Feito com uvas da casta Grecanico, com pequena parcela de Chardonnay. Coloração amarelo-palha, com reflexos dourados, brilhante, bela cor. Aromas de pêssegos brancos, flores brancas (margarida?), discreto mel e algo de castanhas. Na boca, seu ponto forte: sedoso, extremamente macio, se move maravilhosamente entre lingua e pálato. Tem acidez um pouco acima do ideal, mas é muito elegante. Bela surpresa! Nota: 90 pontos. Preço: R$ 45,00 (vinho do mês no clube wine). Enfim, finalizo concretizando um fato: minha casa é beeeeeemmmm melhor que o restaurante Perequim. Recomendo o vinho Alastro Bianco e não recomendo o restaurante Perequim em Ubatuba.

Tarapacá Gran reserva Cabernet sauvignon 2007

Eu já disse aqui e afirmo novamente: está difícil encontrar bons Cabernet sauvignon chilenos por preços convidativos, então quando você se deparar com uma promoção igual à esta (paguei R$ 39,00 neste vinho), compre de caixa! O Gran reserva é um degrau acima do Gran Tarapacá, que já é bom. Esta vinícola tem o dom de fazer vinhos em um estilo que agrada muito o consumidor, mas sem cair em comercialismo exagerado. É Cabernet sauvignon típico, desde sua cor até sua pegada na boca. Coloração vinhosa tendendo ao violeta, sem traços de evolução, aromas puros de cassis com madeira bem integrada, boca tânica sem perder a sedosidade. Talvez falte um pouco de acidez, denunciando uma safra de ano quente (2007), mas não é enjoativo de maneira nenhuma. É cabernet mesmo e tem longa vida pela frente, arriscando dizer que este vinho chega vivo em 2015 e muito vivo! Não é complexo, mas é o companheiro perfeito para carnes com molhos fortes. Como critério de comparação, é menos aromático que o Equus Cabernet sauvignon, mas tem mais tipicidade. Nota: 90 pontos. Comprei numa promoção na Wine.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alto las Hormigas 2009

Eis aqui um velho conhecido, campeão de bilheteria e elogiado pela maioria dos enófilos. Alto las Hormigas é um vinho produzido em grande escala, em Mendoza, Argentina. É 100% Malbec e não nega as origens: visual de coloração violeta, sem traços de evolução, aromas de framboesas maduras, ameixas e algo bem discreto de especiarias. Na boca, o seu ponto forte: harmonioso e sedoso, não queima o pálato em nenhum momento, tendo equilíbrio entre doçura e acidez, não sendo enjoativo como a maioria dos malbecs do mesmo preço. Tem alguma complexidade e encarou bem uma fraldinha na churrasqueira. É um pouco caro para ser utilizado no dia-a-dia, mas é ótima opção para almoços despretenciosos de fim de semana ou para jantares em restaurantes, caso não se queira correr risco de errar. Nota: 89 pontos. Preço: R$ 38,00.

sábado, 23 de outubro de 2010

Casa Marin Pinot Noir 2009

Antes de tudo, deixe-me fazer uma confissão: sou apaixonado por Pinot Noir! Não existe, ao meu ver, vinho mais elegante e gostoso que um bom pinot. Combina bem com pratos leves, sendo versátil, podendo encarar saladas, entradas, peixes e carnes brancas. E aquele aroma! Hummm... O problema é que temos poucas opções de bons vinhos de Pinot Noir no mercado brasileiro, além de que os bons exemplares são caros. Mas, me parece que este panorama está mudando. Semana passada, comentei aqui um bom pinot de preço acessível, da Cono Sur. Hoje, trago mais um bom achado, o Pinot Noir Casa Marin 2009. A vinícola Casa Marin é propriedade de Maria Luz Marin, primeira grande enóloga chilena, que contrariou tudo e todos e instalou seus vinhedos em uma região extrema, à apenas 4 Km do Pacífico, onde não havia nada e deu origem à maior novidade da enologia chilena: o Vale de San Antonio, mais precisamente, região de Lo Abarca. Devido à proximidade do mar, os seus vinhedos captam a brisa marítima e dão origem à vinhos frescos e frutados, com excelente acidez. Este Pinot Noir é o "pé de boi" da cepa desta vinícola, mas é muito bem feito. Coloração rubi roseado, brilhante, lindo na taça. Aromas predominantes de morango e framboesas frescas. É verdade que não tem complexidade, mas é muito agradável. Na boca é balanceado, com textura sedosa, poucos taninos e acidez deliciosa. Sente-se o cheiro do mar neste vinho. Tem graduação álcoólica de 14%, impercepitíveis na boca. Foi o primeiro vinho desta casa que eu experimento, mas à julgar por esta primeira experiência, as próximas serão bem interessantes. Paguei R$ 35,00, na Wine (preço promocional e para sócios do clube wine), o que o transforma num excelente custo-benefício. Bom pinot, melhor que o cono Sur, porque tem mais frescor e complexidade. Ótima compra. Nota: 90 pontos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

São Miguel dos descobridores tinto 2007

Os vinhos regionais alentejanos (Portugal), invadiram as prateleiras dos supermercados e importadoras devido sua boa qualidade média e preços competitivos. Este é mais um bom exemplar desta região campeã de vendas aqui no Brasil. Corte de Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet. A coloração violácea é típica dos vinhos regionais do Alentejo. Framboesa madura com uma explosão de espaeciarias resumem o aroma. Taninos redondos fazem dele um vinho fácil de beber. Agradável, mas tem o mesmo defeito dos outro vinhos regionais alentejanos: a falta de complexidade. Poderia ser utilizado para o dia-a-dia, porém é mais caro que outros irmãos lusitanos com a mesma qualidade. É mais um vinho alentejano... Nota: 86 pontos. Preço médio: R$ 35,00.

Cinelli Colombini Rosso de Montalcino DOC 2005 e Barolo Batasiolo 2005

Caros amigos, estamos aqui diante de dois vinhos italianos com bastante reputação. Um foi degustado no almoço de sábado e o outro foi degustado no almoço de domingo. Vamos ao primeiro: Barolo Beni di Batasiolo 2005, comprado no Free Shopping por US$ 50,00. Quando iniciei minhas leituras em enologia, sempre verifiquei grandes elogios à este vinho mítico, o barolo. Feito com a uva Nebiollo, proveniente de Piemonte na Itália, é um estilo de vinho que remete à altas concentrações de fruta e grande tempo de estágio em barricas de carvalho, desenvolvendo assim grande capacidade de envelhecimento em garrafa. Pois bem, é o terceiro Barolo que eu degusto e o que mais me criou expectativa, porém o resultado foi igual aos outros dois: descepcionante! É um vinho de razoável para bom, com grande vocação gastronômica, porém não justifica seu alto preço e nem a fama dos grandes Barolos. Será que os Barolos são realmente assim ou eu ainda não experimentei um digno representante da classe? Mas quanto eu vou ter quer pagar por isso? Desisto, Barolo agora, só em degustações! Talvez eu me encante com algum. Vinho de coloração vermelho rubi com tons de marrom, aromas de frutas vermelhas ácidas e especiarias, com toque defumado. Ué, o Barolo não é feito para durar 15 anos? Este vinho de 5 anos me pareceu estar quase paedindo arrego. Boca com acidez boa para comida e taninos valentes. O vinho é melhor na boca do que no nariz. Tenho outra garrafa e vou abrir apenas em três anos ou mais. Se tiver estragado, não perderei tanto. Nota: 88 pontos. Fuja desta; por este preço tem coisa bem melhor no mercado.

O segundo vinho é um Cinelli Colombini Rosso de Montacino DOC 2005, produzido 100% com mãos femininas, na maravilhosa Toscana, na Itália. Já havia provado o Brunello Colombini e gostei muito, então também tinha criado uma boa perspectiva neste vinho. Não chegou à ser descepcionante, porém também não correspondeu as expectativas. Bom vinho, com aromas de frutas vermelhas maduras e cravo, corpo médio e sedoso, enchendo a boca. Final médio. Não é tão gastronômico quanto o Barolo, mas encarou bem o filet mignon. Falta complexidade e mais uma vez eu digo: é caro para o que oferece. Custa R$ 98,00 na Grand Cru. Não compromete, mas não empolga. Já bebi vinhos de R$ 50,00 e até de R$ 38,00 que me animaram muito mais. Por isso, apesar da boa nota: 89 pontos, não vou recomendar. Peço desculpas por não ter fotos do vinho.

sábado, 16 de outubro de 2010

Matetic EQ coastal sauvignon blanc 2009

Tão prazeroso quanto beber este vinho é falar um pouco sobre ele. A América do Sul entrou para o cenário viti vinícola mundial devido aos potentes malbec da Argentina e aos grandes cabernet sauvignon do Chile, criando um estigma de produção de belos vinhos tintos e quase nada de vinhos brancos. Este cenário começou a mudar com a "descoberta" do Vale de Casablanca, por Pablo Morandé, na década de 90. Após o "boom" de Casablanca, iniciou-se a procura por novos terroirs que pudessem trazer frescor e acidez, fundamentais ao vinho branco. A grande novidade é o Vale de San Antonio, bem próximo ao mar, trazendo o frescor do Pacífico; são os chamados vinhos marítimos do Chile. Este vinho da ótima vinícola Matetic é um exemplo fantástico do que pode fazer uma sauvignon blanc. O que se espera de uma sauvignon blanc? Que seja aromática, vivaz, tenha frescor e acidez punjente e enfrente de cara aberta uma bela entrada de frutos do mar, ostras ou queijo de cabra. E tudo isto este vinho tem! Coloração amarelo palha, quase branca, com leves reflexos verdeais. Explosão de aromas: melão, limão, pêras, grama cortada, etc. Ataca a boca com maravilhosa acidez e refresca o corpo e a alma. Não dá vontade de parar de beber! Quanto ao custo, vou ser categórico: não existe à venda no Brasil, um vinho deste nível com este preço (R$ 50,90 para membros do clube wine). É muito próximo dos bons sauvignon blancs da Nova Zelândia, que são mais caros. Em relação aos similares do Chile, é do mesmo nível do Ventolera e superior a imensa maioria. Ainda não provei os sauvignon blanc da Casa Marin, os quais dizem, que são muito bons. Vou dar uma dica: ao invés de tomar cerveja na beira da piscina, experimente este sauvignon num balde de gelo, acompanhado de queijo de cabra e salada e depois me digam o resultado. Nota: 93 pontos.

Cono Sur Pinot Noir 2008

A uva Pinot noir é, na minha humilde opinião, a mais fascinante de todas as cepas. Capaz de gerar vinhos maravilhosos e também medíocres, dependendo da forma como é vinificada. Originária da França, encontrou seu habitat na Borgonha, onde dá origem à vinhos estrondorosos e únicos. O grande problema é que a Pinot Noir é "caseira" e dificilmente se adapta fora da França, então caros leitores, para se provar um grande Pinot Noir, tem que se pagar caro por um bom exemplar borgonhês ou garimpar preciosidades americanas ou neozelondesas, que também têm bons e pouco mais baratos pinot. Resumindo, quer beber um belo pinot? Então tire dinheiro do bolso, porquê a conta é pesada. Os pinot noir de custo médio disponíveis no mercado não convencem e não vale a investida, então a opção é se contentar com pinot de baixo custo e que não seja medíocre. Este Cono Sur Pinot Noir é exceção à regra: custa pouco e é bom. Para quem quer ter noção das características desta cepa e iniciar experiências com esta maravilhosa uva, este é o vinho ideal. Coloração rubi vivo, típico da Pinot, aromas de moramgo e framboesa, boca macia, poucos taninos, suavidade e frescor. É bem verdade que tem pouca complexidade, mas também tem poucas arestas e é agradável e fácil de beber. Vai agradar facilmente ao público feminino e é excelente acompanhamento para frangos grelhados, patos e salmão. Preço: R$ 24,00. Nota: 87 pontos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cono Sur Riesling 2009 e Álamos Malbec 2008

Feriadão de 12 de outubro, churrascão para distrair e... vinhos para acompanhar. Então vamos lá! O primeiro é o Cono Sur Riesling 2009, produzido pela competente vinícola Cono Sur, com uvas colhidas na distante região de Bío-Bío, bem ao sul do Chile. A região começou à ganhar notoriedade graças ao famoso vinho Sol de Sol, aclamado diversas vezes como o melhor branco chileno, produzido pela viña Aquitania, em Traiguen. Aos poucos, como aconteceu com vale do San Antonio e vale do Limari, a região de Bío-Bío vai caminhando para um lugar de destaque no cenário vtivinícola chileno, principalmente no que se refere à vinhos brancos. Este exemplar simples, de uma uva pouco difundida na América do Sul, impressiona pelo frescor e aromaticidade pouco frequentes nos "quentes" vinhos brancos chilenos, mais chegados ao mel e a manteiga. Bela cor amarelo palha, com reflexos dourados, aromas de frutas brancas frescas, boca macia e refrescante. É "vero" que falta complexidade, mas sobra frescor e elegância. Pelo preço, não tem concorrentes no mercado, sendo sem dúvida um "best buy". Preço: inacreditáveis R$ 24,00. Nota: 89 pontos.

O que falar deste aí? Álamos Malbec, o eterno campeão de billheterias da América do Sul, da prestigiada Catena Zapata. É só chover no molhado! Bom vinho, balanceado, fácil de beber, sedoso e barato. Agora, não exagere em só beber Álamos Malbec, porque você corre o sério risco de se cansar dele, porque complexidade não é o forte deste vinho. Vinho de dia-a-dia sim e também acompanha muito bem churrasco e jantares em restaurantes. Bastante constante, praticamente não se percebe diferenças entre as safras, é presença regular na minha adega, devido à sua boa qualidade, preço honesto e versatilidade para carnes vermelhas mais "pesadas". Preço: R$ 29,00. Nota: 88 pontos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vineyards Du Cape Champions Blend 2007

Multi-corte das uvas bordalesas (cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc e petit verdot) com participação da malbec, produzido pela vinícola Glen Carlou na África do Sul, com exclusividade de vendas no Brasil para a Grand Cru. Coloração vermelho rubi intenso, aromas fechados no seu início, mas que depois de 20 minutos se abrem para cassis, amoras pretas e aquele toque de terra, típico dos vinhos da África do Sul. Corpo médio, acidez que incomoda e álcool acima do ideal. Vinho de pouca complexidade que lembra em alguns pontos o terroir da Serra gaúcha. Tem alguns relampejos de superioridade, mas o conjunto é de razoável para fraco. Pode servir para o dia-a-dia, mas é inferior à outros vinhos de preço semelhante. De padrão igual, temos várias opções nacionais, com custo mais baixo. Não devo comprar mais. Preço: R$ 29,00, na Grand Cru. Nota: 85 pontos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Catena Malbec 2008

Eis aqui, finalmente, o badalado e superhipermega prestigiado vinho da megaultrapower vinícola Catena Zapata. O vinho de apenas 50 mangos que não se cansa de receber 90 pontos ou mais de Robert Parker. Estamos aqui e agora para testar o figurão, acompanhado de um belo vitelo ao seu próprio molho e arroz piemontês. Vinho de coloração violeta, bem demonstrativo da cepa Malbec, com belo brilho e sem traços de evolução. Aromas facilmente identificados de ameixas pretas secas e leve baunilha. Boca sedosa, corpo médio, final médio/longo. Percebe-se que existe muito cuidado na produção e que se trata de um vinho com algumas ambições, porém tem defeitos claros de se perceber, como o álcool acima do ideal, a maturidade um pouco excessiva e a falta de complexidade para o que se propõe. É um bom vinho, mas não justifica a sua fama e suas altas notas (exageradas e muuuuuito esquizitas). É melhor que seu degrau inferior Álamos Malbec, mas a diferença grande de preço (custa quase o dobro) não é justificável. A diferença é que o Catena é um vinho mais afinado e pouco mais elegante que o Álamos, mas não chega à empolgar, não justificando o seu preço bem superior. É um vinho honesto, que vale o que custa, porém o problema é que o Álamos é muito barato pela qualidade que tem. Resumindo, para o dia-a-dia ou para acompanhar um bom prato de vitelo ou filet, prefira o Álamos; agora, se desejar um vinho para pensar, temos que subir mais degraus e encarar um Angelica Zapata ou Catena Alta. Em breve, vou experimentar a linha DV Catena, superior imediato do Catena, para ter uma opinião melhor. Em relação à outros vinhos, acho igual ao Alto las Hormigas Malbec e inferior ao Flor d'Englora e Urban Blend chileno, todos mais baratos. Nota: 89 pontos.

sábado, 9 de outubro de 2010

Corralillo Blend 2007

Corte bastante original de 44% Cabernet Franc, 30% Merlot e 26% Malbec da ótima vinícola Matetic, do Vale de San Antonio, no Chile. Região fria, bem próxima do Pacífico, do qual recebe influência direta. Coloração vermelho-violáceo, com lágrimas médias, aromas tímidos no início, mas depois de 10 minutos na taça se abriram para ameixas maduras e cravo, com toque herbáceo. Na boca, ainda duro, com taninos presentes e álcool moderado, apesar de seus 14,5%. Precisa de dois anos na garrafa, para ser amaciado, porém acredito que não ganhará em complexidade, porquê talvez, não tenha sido feito para isto. Bom vinho, porém não excelente. Poderia custar mais barato que os R$ 85,00 que cobra a Grand Cru, porém vale lembrar que este vinho já foi mais caro quando era exclusividade de outra importadora. Nota: 90+ pontos.

Clos de Torribas reserva 2003 - Tempranillo

Dias atrás, provei o tão elogiado custo-benefício Clos de Torribas Crianza e aprovei a experiência. Agora chegou a vez do seu "chefe imediato", o Clos de Torribas reserva, um grau acima na escala hierárquica desta boa adega de Penedes, na Espanha. A diferença técnica entre os dois vinhos é que este reserva estagia em barricas de carvalho por um período maior e também fica mais tempo em processo de afinagem na adega antes de chegar ao comércio. Vinho de coloração vermelho granada com lindo halo de evolução vemelho-tijolo, corpo médio, macio, sedoso, com aromas de frutas vermelhas amadurecidas e toque animal de envelhecimento. Vinho gostoso que vale o quanto custa: R$ 38,00. Melhor que o crianza, porém com menos aptidão gastronômica devido à maior presença da madeira, a qual está mais para cedro que para baunilha. Recomendo e acho difícil alguém não gostar. A dica: beba logo, não sei se aguenta mias 2 anos. Nota 89 pontos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nemea reserve Tsantali 2004

Encontrei este vinho no Carrefour e empolgado com a boa experiência que tive com outro vinho grego que bebi dias atrás, resolvi comprá-lo. Tacada errada! Apesar de ser da mesma uva (Agiorgítiko), não mostrou a mesma qualidade, sendo um vinho simples, sem maiores pretensões. Pelo preço (R$ 25,00), não se podia esperar muito mesmo, mas bato na mesma tecla novamente: en contramos vinhos iguais à este com preço melhor. Quer um exemplo? Miolo seleção por R$ 15,00. Não é mico, valendo pela curiosidade de ser vinho grego. Podem experimentar se quiserem, pelo menos o prejuízo não será grande, se não gostarem.

Villa Montes Cabernet sauvignon 2008

Almoço de domingo no Gadiolli, lasanha, queijos e a mesma carta de vinhos. Optei pelo Villa Montes Cabernet sauvignon, o "pé de boi" da prestigiada vinícola Montes do Chile, responsável pela modenização dos vinhos chilenos e pela produção de grandes vinhos como o Monthes Alpha. Só que aqui, o nível é outro! Vinho fraco em aromas, textura e sensações. Nem de longe lembra a tipicidade do cabernet sauvignon. Não serve nem para o dia-a-dia, porque a sua qualidadenão justifica seu preço (R$ 30,00). Por este valor encontra-se vinhos bem melhores no mercado. Não passa de um vinho regular. Algum aproveitamento para ele? Imagino talvez, como bebida em grande quantidade para grandes festas, mas como eu disse, têm vinhos melhores nesta faixa de preço. Então, fica difícil... Fuja do mico!

sábado, 2 de outubro de 2010

Gran Leblon Premium 1997


Essa é para qualquer enófilo ficar com inveja. Sábado à tarde, fui com minha esposa e filhas, levar uma amiga da minha caçulinha ao sítio dos pais, também nossos amigos; brincadeira com os bichos, pegar amoras no pé, jogar bola no campinho com a garotada e quase quatro da tarde, chamo a turma para ir embora, com o objetivo de assistir ao jogo do Palmeiras. Nos segundos finais, fui convencido à ficar para comer um delicioso bolo de mandioca que estava saindo do forno. Enquanto aguardávamos o bolo ficar pronto, rolou um papo de vinho e vejam só, uma relíquia estava guardada no sítio: um vinho de Mendoza, do ano de 1997. Gran Leblon Premium 1997, corte de malbec, merlot e cabernet sauvignon. Para a minha surpresa, abriram o vinho!!! Aliás, deram à mim a honra de abrir a garrafa e o que fiz? Quebrei a rolha! Que desastre, que vergonha! Mas papai do céu é bom e eu consegui terminar o serviço. Confesso que fiquei meio intrigado e desconfiado, será que o vinho ainda estava bom? Não, o vinho estava óóótimo! Não vou descrever detalhadamente este vinho, porque o momento não era para pensar e sim para curtir o fato de estarmos juntos, celebrando a dádiva de viver, em cada gole daquele quase desconhecido rótulo, fixado em uma garrafa que guardava dentro 13 anos de história e um néctar que acendia intensos prazeres neurosensoriais. Ah! O bolo? Estava ótimo! E também rolou mandioca frita, linguiça, etc. O jogo do Palmeiras? Nem sei quanto foi! Ainda bem...

Estrémuas Dão 2005

Muito se tem falado do Dão, região portuguesa entre o Douro e a Bairrada, que teve um belo aumento na qualidade média dos seus vinhos, nos últimos anos. Encontrei este exemplar, na Grand Cru, por um preço razoável (R$ 39,00), gostei da garrafa e comprei. É um corte que leva quatro uvas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen, ou seja, português sem querer inventar e fazendo o que sabe de melhor, vinho tinto de mistura de uvas portuguesas. Clássico tinto português de pequeno-médio custo, com aromas de frutas vermelhas e especiarias, com boa acidez e vocação gastronômica. Vinho de 2005, portanto não tão novo, mas que preserva muita vivacidade, comprovando o bom potencial de longevidade para uvas portuguesas. Bom vinho, mas poderia custar mais barato, porque não tem muita complexidade. Não é  tão superior ao Periquita, o qual encontramos por cerca de R$ 22,00. É do mesmo nível do Quinta de Cabriz, também do Dão, que custa cerca de R$ 25,00. Então, vamos ao veredito final: bom vinho, com boa tipicidade e boa companhia para um bacalhau, porém perde no quesito preço para outros similares no mercado. Nota: 86 pontos.

Cava Castellroig

Antes de tudo, devo esclarecer que a Cava é um vinho espulmante oriundo da Espanha, assim como os Prossecos são vinhos espulmantes da região do Veneto, na Itália. Provei este vinho na degustação cedida pela Grand Cru, em Moema, gostei e comprei. Por ele, paguei R$ 50,00, bom preço em se tratando de espulmante espanhol. Vinho que tem como ponto forte, o frescor! Acidez gostosa, aromas de pêras ácidas e frescas com flores brancas e um toque de macadâmias. Coloração amarelo palha com pequenos reflexos dourados. O ponto fraco é o perlage, de bolhas médias e com curtíssima duração. Bom vinho, refrescante e alegre, mas tem a árdua missão de competir em terras tupiniquins com justamente o que nós temos de melhor, os vinhos espulmantes, igualmente bons e mais baratos. Recomendo como forma de conhecer um bom produto espanhol à um preço acessível, mas como disse, temos exemplares nacionais mais vantajosos no quesito custo-benefício.