O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quarta-feira, 6 de abril de 2011

Kaiken Malbec 2009

Mais um Malbec argentino... Tudo bem, produzido por um chileno! Tá, e daí? Mudou algo? Com base nestas questões, é que hoje eu resolvi expor um pouco mais minha opinião sobre o  atual campeão de vendas em território nacional, a grande sensação do momento do mundo vinícola profissional, amador e ignorante. Vamos dividir os Malbecs argentinos em 3 grandes categorias: os simples, os de média complexidade e os de alta gama. Vamos começar por cima: os de alta gama são realmente muito bons, embora tenham um limite de complexidade quando na apresentação varietal. Mas, esbarram em um problema, a grande maioria custa muito caro, acima de R$ 120,00; dando alguns exemplos: Riglos Gran Malbec, Catena Malbec Argentino, Catena Nicasia, Catena Adrianna, Achaval Ferrer Finca Altamira, Achaval Ferrer Finca Mirador, Doña Paula Selecion de la bodega e por aí vai. Apenas algumas excessões (ainda não descobertas pelo público) fogem ao alto custo, como o Monte Cinco Oak Malbec, custando menos de R$ 100,00. Os Malbecs de média complexidade podem ser divididos em 2 categorias: os mais comportados (Luigi Bosca Reserva, Fabre Montimayou, etc.) e os mais atrevidos (Rutini Malbec, Luigi Bosca D.O.C., etc.), sendo que alguns podem ter preços de vinhos de alta gama. Os mais simples, aqueles que estão na base da pirâmide, podem ser divididos em 3 grupos. O primeiro grupo é o dos beeeem simples, que se parecem com suco de groselha e não têm nada à oferecer, a não ser iniciar o consumidor no universo vinícola, embora alguns até queiram colocar as manguinhas de fora, como o Alfredo Roca e o Benjamin Nieto. O segundo grupo dos Malbecs simples é o dos debutantes, ou como quiserem, dos "engana-trouxas", ou seja, são aqueles Malbecs do primeiro grupo, só que mergulhados em carvalho, ganhando em corpo e volume, mas se tornando extremamente rústicos e enjoativos. Agrada os bem iniciantes ou os teimosos, que insistem na idéia de que vinho é potência. O terceiro grupo é similar ao segundo, só que elaborados com mais cuidado, tendo um pouco mais de complexidade e principalmente elegância, não sendo grandes ou belos vinhos, mas se comportando bem no dia-a-dia e agradando numa média geral. Neste terceiro grupo se encaixam o Álamos Malbec e o Alto las Hormigas Malbec. Pois bem, após este testamento sobre Malbec, vamos ao vinho: Coloração violácea jovem sem novidades, aromas de geléia de amoras e ameixas pretas sem novidades, madeira bem aparente sem novidades, álcool bem nítido sem novidades e boca volumosa com taninos presentes sem novidades. É isso mesmo: é um vinho sem novidades! É exatamente igual aos outros malbecs do gênero (simples do grupo 2). Não estou dizendo que é ruím, apenas não traz nenhuma novidade! Vinho mediano, que agradará os amantes da madeira e das "bombas" de frutas. Nota: 86 pontos. Preço: em torno de R$ 32,00. Bem amigos (não sou o Galvão!), após experimentar infinitos Malbecs, me sinto à vontade para opinar:
1) Os Malbecs de alta gama são ótimos vinhos, mas procurem por exemplares de preço mais honesto;
2) Os Malbecs de média complexidade são ótimas opções para uma reunião com amigos ou um bom jantar, principalmente se acompanhados de carnes vermelhas com molhos encorpados;
3) Quanto aos Malbecs mais simples, sem firula! Vá direto ao Álamos ou se quiser algo um pouco mais elegante, escolha o Alto las Hormigas e ponto final.

Um comentário:

  1. Tb acho o ponto final muito bom.
    Tanto o etiqueta branca quanto o negra.

    Abs

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