A vinícola Las Moras é uma das que melhor representam a província de San Juan, na Argentina. Especializou-se em Syrah e à partir desta uva, produz vinhos de todos os níveis, desde o mais simples até o mais complexo. Este Black Label é uma linha intermediária. Elaborado com 100% syrah, passa 14 meses em contato com barricas de carvalho americano e francês. Coloração violácea escura quase negra, com pouca transparência e lágrimas vigorosas e lentas. Aromas predominantes de frutos negros em compota com forte presença da madeira e bastante torrefação. Na boca, corpo denso, volumoso, boa acidez, taninos bons de briga e final médio. Tem como qualidades a boa concentração e o belo corpo. Tem como defeitos a madeira um pouco exagerada e a falta de tipicidade da cepa. O álcool e a complexidade estão na média. Razoável, é interessante para o dia-a-dia, se alguém o encontrar pelo preço que eu paguei: R$ 18,00!!!! Nota: 86 pontos. Avaliação custo-benefício ***.
Um blog de um enófilo apaixonado pelo vinho, onde não existe relacionamento comercial com NENHUMA importadora, distribuidora ou qualquer empresa que comercializa vinhos, portanto totalmente livre para opinar, criticar positiva ou negativamente. Não tenho curso ou qualquer documento que demonstre minha técnica, apenas meus sentidos e minha honestidade. "Sigam-me os bons!"
O mundo em uma taças
Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que
viajarei pelo mundo através de seus goles.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Opéra de Château Villerambert-Julien 2008
Após beber este vinho, pude tranquilamente tirar duas conclusões: a primeira é da boa qualidade dos vinhos comercializados pela Chez France, pois até agora experimentei 5 vinhos e todos agradaram (um típico Muscadet, um muito bom pinot blanc da Alsácia, um equilibrado Bordeaux, um ótimo Rhône e este bom Languedoc); a segunda de que é possível sim encontrar bons vinhos franceses por um custo acessível. Este vinho é um corte de 65% syrah e 35% grenache, com uvas de Minervois, sub-região do Langhedoc ocidental, sem contato com influências mediterrâneas. O clima continental se faz sentir no ótimo corpo e concentração deste vinho, o qual foi convenientemente engarrafado sem passagem por madeira, a qual iria "pesar" demasiadamente este bom vinho para o dia-a-dia. Com coloração violácea escura, sem traços de evolução, mostra que tem boa vida pela frente. Muito aromático, explode framboesas maduras e groselha no nariz, além de trazer especiarias doces e boa mineralidade. Em boca, tem bons taninos, acidez correta, bom corpo e doçura na medida certa. Tem boa concentração, mas não é exagerado, pois sua acidez segura o conjunto. Incomoda um pouco o leve amargor final. É um vinho gostoso e fácil de beber, do nível de best-buys como o Álamos. É melhor que muitas bombas aromáticas espanholas que ganharam 90 pontos de Parker e é muito superior ao apenas mediano Auguste Bessac Lirac (clube wine) já comentado aqui. Nota: 88 pontos. Preço: R$ 39,00. Avaliação custo-benefício ***.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Julian Reynolds Reserva 2007
Vinho do mês de agosto do clube wine, este caldo lusitano foge completamente das carcterísticas dos comuns vinhos regionais alentejanos. É um corte de alicante bouchet (40%), trincadeira (40%) e touriga nacional (20%) e passa 12 meses em contato com carvalho francês novo. Coloração rubi com reflexos levemente violáceos e transparência média. Bastante límpido e correto no visual. O nariz é delicado, mas se fazem presentes os pequenos frutos negros, um tostado nobre da barrica e uma menta final. Muito elegante, tem taninos vigorosos, boa acidez e boa sedosidade. O final é médio e o retrogosto é agradável. Vinho muito bom e bem acima da média dos outros regionais alentejanos. Tem enorme vocação gastronômica, combinando com carnes vermelhas ou brancas mais gordas, assim como massas com queijo. Um dos melhores vinhos disponibilizados pelo clube wine até hoje. Parabéns wine! Nota: 91 pontos. Preço: R$ 49,00 (em condições especiais). Avaliação custo-benefício ****.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Luís Felipe Edwards sauvignon blanc 2011
Taí uma opção boa e barata de um ótimo sauvignon blanc. Com uvas do Vale do Leyda, este vinho expressa todas as qualidades de um sauvignon blanc selvagem e fresco. Visual de coloração amarelo-palha com reflexos verdeais. Aromas cítricos com toque de aspargos e grama cortada. Boa acidez em boca e muito frescor. Sim, fui discreto nos comentários porquê a novidade deste vinho não está nas suas características organolépticas e sim no seu bom preço. Afinal de contas, depois do boom de Casablanca e região, seus sauvignon blanc cresceram em preço como os imóveis no Brasil. Pois bem, não há mais necessidade de pagar caro para beber um bom sauvignon chileno. Este vinho é do nível do Nimbus sauvignon blanc. Bebam e comparem! Nota: 91 pontos. Preço: R$ 39,00. Avaliação custo-benefício****.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Porto Brasil e Vinho & Arte fazem tour enológico por Portugal
A Porto Brasil em associação com a Vinho & Arte estão lançando um pacote turístico que é um tour enológico por Portugal. O tour inclui alguns passeios interessantes por pequenas quintas, jantares harmonizados e um interessantíssimo passeio pelo rio Douro. Pode também estar incluso no pacote uma pequena viagem pela ilha da Madeira. O tour vai ter o acompanhamento da enóloga Maria Amélia Duarte Flores. Maiores detalhes sobre o tour e valores cobrados estão disponíveis : vinhoearte@gmail.com ou pelo telefone 55 93316098.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Gimenez Mendez LYM Tannat-Tannat 2006
Trouxe este vinho da Uruguai há cerca de 1 ano e meio, deixei-o descansando na adega desde então. Este sábado, me deu uma forte vontade de beber um bom Tannat e pensei que este 2006 estaria em um bom momento para o consumo. Abri a garrafa e coloquei o vinho na taça, observei, cherei e logo cheguei à uma triste conclusão: tinha acabado de abrir uma criança! Im-pres-si-o-nan-te a força dos taninos desse vinho! É uma verdadeira bomba tânica, que ataca a boca e gruda a língua ao pálato de tal maneira que somente 15 segundos depois volta-se ao normal. Se alguém ainda não sabe o que é tanino ou confunde este com acidez, esta vinho é uma aula de taninos. O visual é inteiramente jovial, sem nenhum traço de evolução. Vermelho violáceo com reflexos azuis, quase intransponível. Aromas muito fechados, que ao primeiro momento revelam frutas negras, quase em compota, com forte tostado nobre, café e couro. Na boca, muita estrutura tânica, acidez controlada, grande corpo, raçudo e com final muito longo. A madeira é nítida, mas não é vulgar e com os anos vai se fundir ao vinho e deixar para trás seus vinte meses de estágio em barricas de carvalho francês. Para beber este vinho hoje, tem que ter decantação obrigatória por pelo menos 1 hora. Foi o quê eu fiz e aí o vinho começou à se mostrar e se tornar menos viril. Este vinho é um blend de Tannat e traduz com maestria todo o potencial desta fantástica uva que, ao meu ver, é a que produz os vinhos mais parecidos com os grandes Barolos. Se alguém tiver uma garrafa em casa, por favor, não abra este vinho agora, porquê vai estar cometendo um infanticídio. Aguarde uns quatro ou cinco anos, apesar de que acho que este vinho tem vida para mais de 10 anos. Nota: 92+ pontos. Preço: em torno de R$ 170,00 (aí seu maior defeito). Avaliação custo-benefício***.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Ícones chilenos: onde $$ vamos $$ chegar ???
Já se foi o tempo em que se bebia vinho chileno de grande qualidade por preços acessíveis. Desde que Aurélio Montes resolveu apostar em "vinhos especiais" (Montes Alpha M, Purple Angel, etc.) e a Concha & Toro criou um mito (Don Melchor), associados à incrível vitória degustativa do Seña (contra oponentes do Velho Mundo) e a premiação de Clos Apalta como melhor vinho do mundo da Wine Spectator, cada vinícola chilena criou um "super-vinho" para chamar de seu e levantar a bandeira desta vinícola pelo mundo e claro, colocaram estes vinhos à preços estratosféricos. Hoje, a grande maioria destes ícones custam entre R$ 350,00 e R$ 500,00. E, de tempos para cá, têm surgido vinhos com preços de R$ 600,00 (Carmin de Peumo) e até R$ 700,00 (Gravas de Maipo). Não estamos nada longe de chegarmos à algo próximo de R$ 1000,00, valores quase semelhantes à lendários supertoscanos como o Sassicaia e o Ornelaia, os quais já estão com valores sobrenaturais. Mas, será que estes vinhos justificam o seu preço? Esta é uma questão difícil de responder. O certo é que 99,99% destes vinhos são muito bons, mas produzir um vinho neste valor que seja bom é OBRIGAÇÃO do enólogo e produtor. Como alguns exmplos de ícones chilenos, podemos citar o Almaviva, Don Maximiniano, Antyal, Domus Aurea, Seña, Don Melchor, Montes Alpha M, Zahir, Borobo, Carmem Golden, Casa Real e tantos outros. Senhores, agora me respondam: qual trabalhador médio-assalariado é louco de gastar cerca de R$ 400,00 para ter um destes na adega de casa? Entendam o que quero dizer: não significa que o vinho não vale, apenas é incompatível com a realidade financeira da imensa maioria dos mortais. Então qual seria o destino destes vinhos? Penso eu, que estes vinhos se destinam para 3 situações:
1) Milionários que ganham fortuna sem muito esforço, como apresentadores de televisão, jogadores de futebol, políticos, donos de grandes marcas, artistas que cantam e rebolam e bandidos ou traficantes.
2) Degustação em feiras e eventos, para mostrar a cara da vinícola e o que ela possui de melhor.
3) Degustações orientadas, como forma de atrair o público.
Mas, onde ficamos nesta parada? Podemos degustar estes vinhos em feiras, eventos e degustações orientadas ou garimparmos um pouco para encontrarmos excelentes vinhos com preços mais acessíveis. Cito como exemplo:
1) Albis, da Haras de Pirque, em torno de R$ 200,00, em algumas promoções caíndo para R$ 180,00.
2) De Martino Alto los Toros, em torno de R$ 105,00.
3) Loma Larga Cabernet Franc, em torno de R$ 130,00.
4) Perez Cruz Liguai, em torno de R$ 150,00.
5) Elegance Cabernet sauvignon (Haras de Pirque), em torno de R$ 140,00.
6) Erasmo, em torno de R$ 80,00.
Vocês repararam que eu não citei nenhum vinho branco nos grandes ícones chilenos? Pois bem, aí reside as maiores barganhas do mercado chileno. São vinhos que expressam com grandeza a fruta e o terroir muito se aproximando da qualidade de míticos chablis, mersault, pouly-fumé, etc. Podemos citar alguns como o Ventolera Sauvignon blanc, Amayna Chardonnay, Casa Marín Cipresses Sauvignon blanc, todos por menos de R$ 100,00. Há também o Matetic EQ Coastal, por um preço irrisório (R$ 59,00) se levarmos em consideração a qualidade do vinho. E para fechar, dois vinhos brancos sensacionais com um custo um pouco maior: Sol de sol Chardonnay ( R$ 150,00) e Laberinto sauvignon blanc (em torno de de R$ 120,00).
Como se vê meus amigos, pensem na hora da compra, porquê nosso dinheiro é ganho de forma dura e honesta, não devendo ser gasto com preciosismos.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Herdade de Pinheiro reserva 2002
Como já disse aqui, em outros posts, uma das alegrias do enófilio é descobrir vinhos baratos com grande qualidade. Não sei se agrada à todos, mas outra "tara"que tenho é provar vinhos antigos, esquecidos em prateleiras de bares e supermercados. É claro que já quebrei a cara diversas vezes com essa inquietude, mas por outro lado, já tive experiências encantadoras. Não me canso disso e sou bastante curioso, desde que o prejuízo não seja grande. Por essa garrafa de Herdade de Pinheiro reserva 2002, paguei irrisórios R$ 23,00, então resolvi arriscar. Vinho elaborado com o corte de uvas tradicionais portuguesas no Alentejo e apenas 12,5% de álcool, com 9 meses de envelhecimento em barricas novas de carvelho francês. A garrafa se mostrou bem conservada, sem manchas. Na abertura, adivinhem? Claro, quebrou a rolha (seca igual uma taquara seca). Sem problemas, empurrei a rolha (ou o que sobrou dela) para dentro e coloquei o misterioso líquido na taça: nem prá lá, nem prá cá, o aspecto era de evolução, mas longe de ser encantador. Coloração rubi granada com intensa borda alaranjada e reflexos tijolo, mas já com tons amarronzados. Ao nariz, evoca claramente toques animais, pêlo de gato, chocolate, madeira de cedro, frutas negras e notas balsâmicas. Na boca, acidez presente mas em decadência, taninos aveludados, bastante maciez, final loooooongo. Não tenham dúvidas de que este vinho já ultrapassou o seu apogeu, mas ainda tem vida e transmite prazer, principalmente para aqueles que gostam de experiência; chike, não? Em suma, é um bom vinho que já ultrapassou seu melhor ponto, mas que ainda dá para beber, principalmente se alguém encontrar por R$ 23,00. Nota: não há como pontuar um ancião e sim agradeçer por sua força e vontade de viver, mesmo que em condições impróprias. Até a próxima!
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Septima Malbec 2010
A Bodegas Septima tem vocação para produzir vinhos comerciais e isto se percebe claramente ao provar seus rótulos, só que os fazem de maneira correta, não expondo seus vinhos à uma hiper-concentração de fruta ou banhos exagerados de madeira. Neste vinho, é nítida a presença da madeira para mascarar possíveis defeitos, mas os 6 meses de barricas não se mostram exagerados, colaborando inclusive, para aumentar a complexidade do vinho. Coloração violácea escura, quase intransponível e nenhum traço evolutivo. Aromas simples e bem definidos de frutos vermelhos maduros em compota, baunilha e leve violeta. Tem boa acidez, taninos fortes e bom volume em boca. Com boa concentração e sem exageros de madeira, peca um pouco pelo álcool aparente. É simples, mas agrada para o dia-a-dia, até porquê tem custo baixo. Nota: 86 pontos. Preço: R$ 23,00. Avaliação custo-benefício***.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Luar de Pampa Gewurztraminer 2011
Esta uva de pronúncia difícil é famosa por produzir vinhos brancos aromáticos, que lembram lixia e creme nívea e têm seus melhores representantes na Alsácia e na Alemanha, onde são frescos e minerais. O curioso é que esta uva é rosada e não branca. A forte acidez do solo gaúcho favorece o frescor no produto final, mas não dá a mineralidade característica do terroir alemão. Proveniente da região da Campanha gaúcha, com menos chuva, este vinho conseguiu atingir 12,7% de graduação alcoólica, o qual não é sentido em boca. O aspecto é amarelo dourado com reflexos verdeais. Os aromas são bastante sutis, lembrando lixias frescas e um pouco de frutas brancas com toque floral. Na boca, tem boa acidez, é macio, mas tem amargor final que incomoda um pouco. É refrescante e tem pouca complexidade. Sem empolgar muito, enxergo neste vinho uma aplicação perfeita: escoltar uma bela muqueca de peixe e camarão acompanhado de farofa de dendê e banana. É isso, não tem grandes defeitos, mas não tem muitas virtudes. Preço: em torno de R$ 45,00. Nota: 85 pontos. Avaliação custo-benefício**.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Degustação De Martino
Nesta sexta-feira, ocorreu mais uma degustação conduzida por Marcos Dourado, em Guaratinguetá. Desta vez, o foco ficou por conta da vinícola De Martino, do premiado enólogo Marcelo Retamal. Os vinhos foram os seguintes:
Legado Chardonnay reserva 2011: Proveniente do Vale do Limarí, vem este bom chardonnay, com 12 meses de passagem em enormes barris de carvalho. O resultado é um vinho fino, delicado e com madeira imperceptível. Correto, tem como pequeno defeito um amargor final. Com pouca complexidade, tem fortes concorrentes em sua faixa de preço.
Cabernet sauvignon Orgânico 2009: Com um pequeno toque de Malbec, este vinho surpreende pela elegância e harmonia. Apesar de ser proveniente do Maipo, suas notas mentoladas são discretas. Vale a compra.
Carmenére reserva 347 safra 2010: Simples e gostoso. Um bom exemplo de carmenére fiel ao estilo carmenére e sem excessos. Não é best-buy, mas é honesto no preço.
Carmenére Single Vineyards Alto de Piedras 2009: Com certeza, bem mais complexo que o 347, mas precisa de tempo em garrafa para mostrar suas virtudes. Ainda está um pouco escondido, mas tem potencial.
Cinsault Viejas Tanajas 2011: Uma verdadeira "mosca branca"! Sem passagem por madeira, este vinho teve passagem por tanques de barro, o que o deixou completamente diferente de tudo o que já bebi. Aromas de babaloo de tuti-fruti, acidez pungente, este vinho é único. Não estou dizendo que é um grande vinho, mas é obrigatório para quem curte beber vinho.
Syrah Single Vineyards Alto los Toros 2008: Um vinhaço! Tem grande complexidade aromática e vai evoluir mais. É do mesmo nível que grandes ícones chilenos, mas custando 3 vezes menos. Vinho para quem gosta de vinhos.
Até a próxima!
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Vivi Primitivo Ognissole 2009
Este vinho é produzido com uvas 100% primitivo na região da Puglia (o salto da bota) e não passa por madeira. Confunde-se muito a uva primitivo com a Zinfandel, alguns até afirmam que têm a mesma origem genealógica, mas na prática, são vinhos diferentes. Este primitivo do sul da Itália é mais acessível e fácil de beber, além de ter uma acidez pronunciada no pálato. A coloração rubi com discretos reflexos violáceos e alguns sinais de evolução evocam um vinho pronto para beber. Bonito na taça, é também gostoso no nariz, onde revela geléia de amoras e framboesas, especiarias, toque herbáceo e cardamomo. Na boca, tem corpo médio, bons taninos e acidez surpreendente, o que o transforma em um vinho de grande vocação gastronômica. Termina bem na boca e é muito fácil de beber. É o tipo de vinho gostoso, correto e sem muita complexidade. É ótima alternativa para massas ao molho de sugo, em substituição aos chiantis mais simples e de pior qualidade. Preço: R$ 36,00. Nota: 89 pontos. Avaliação custo-benefício***.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Porta Cabernet sauvignon reserva 2010
Estive no Chile cerca de 3 anos atrás e entre os vinhos que bebi, este me marcou muito, não pela qualidade, mas pelo momento. então, resolvi fazer um "remember". Sempre digo que o vinho tem que ser analisado sem emoção, para uma opinião fria a confiável. Então, esqueci por alguns momentos todas as boas lembranças que este vinho me remetia e cheguei à um veredito: o vinho é realmente muito bom! Coloração rubi intensa com reflexos violáceos, lágrimas grossas e boa limpidez. Aromas de frutas vermelhas, cassis, menta e baunilha discreta. Ótima acidez, boa maciez, boa presistência em boca, corpo médio, bom final. Nada explendoroso, mas tudo muito balanceado, o que é característica dos vinhos do vale do Aconcágua. Alguns podem criticar este vinho por ser comercial demais ou meio sem graça, mas eu o considero uma ótima opção de cabernet chileno. Aliás, tenho gostado muito dos tintos deste vale, talvez sejam os mais harmoniosos cabernet do Chile. Nota: 89 pontos. Preço: R$ 39,00. avaliação custo-benefício ***.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Clos del Mas Priorat 2008
Qualquer pessoa que inicia no mundo dos vinhos, começa com vinhos populares de custo mais baixo, depois vai subindo degraus e apurando seu olfato e paladar, chegando ao ponto de procurar sempre pelo melhor custo-benefício para aquela ocasião. Mas, é sempre interessante como cada indivíduo passa à ter opinião própria e eu considero isto de fundamental importância para chegar naquilo que todos esperam: beber vinho sem dor na conciência por ter sido enganado. Dentro desta filosofia, acabamos por eleger alguns vinhos preferidos, nem sempre os melhores, mas sempre os mais justos. Após alguns anos bebendo vinho, também criei minha listinha de vinhos: sauvignon blanc de San Antonio, chardonnay de Chablis, cabernet sauvignon do Maipo, syrah do Limarí, malbec de Lujan de Cuyo, blend toscanês, etc. E, com certeza, os vinhos do Priorato entram nesta lista. Por mais simples que sejam, são muito gostosos, ou pelo menos, agradam muito o meu paladar. Os vinhos do Priorato são muito caros, então partimos para seus exemplares mais modestos, como o Menut (já descrito aqui) e este clos del Mas, da vinícola Pinord (um celeiro de best-buys). Importado pelo grupo Pão-de-açucar, paguei R$ 58,00 em condições especiais e valeu cada centavo. Belíssimo visual vermelho rubi com muita limpidez e reflexos rubi. Belas lágrimas na taça. aromas não muito complexos, mas muito agradáveis de frutos vermelhos, especiarias doces, cravo, canela, leve pimenta branca e aquele toque característico de ardózia. Muita tipicidade de terroir, sua exclusiva licorella traz muita mineralidade ao vinho e uma acidez cativante. Tem boca macia e boa vocação gastronômica. O final é longo e deixa saudades após o último gole. Belo vinho, não é um ícone, mas agrada em cheio o meu gosto, por isso vai ser bem pontuado. Nota: 92 pontos. Avaliação custo-benefício ****.
Amaral Chradonnay 2010
Engraçado quando uma região fica famosa por alguns vinhos ou determinadas uvas, que só pensamos em monocultura nestas regiões. No caso do Vale de Leyda (Chile), tamanho foi a fama criada pelos seus sauvignon blanc (de qualidade indiscutível), que nós acabamos por esquecer das outras uvas daquela região. É o caso deste Amaral, muito premiado com seu sauvignon blanc, que teve seu chardonnay meio que jogado para o escanteio. Grande injustiça! Se não chega à ser grande, é pelo menos um muito bom vinho. Coloração amarelo dourado claro com discretos reflexos verdeais. Aromas predominantes de frutas tropicais, como o abacaxi, laranja e leve maracujá. Boa mineralidade e muito frescor. Acidez cativante e final médio. Muito bom para acompanhar pratos quentes de frutos do mar, é opção de bom custo-benefício. Nota: 90 pontos. Preço: R$ 39,00. Avaliação custo-benefício ***.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Restaurantes em Maceió: Wanchako
Não é muito fácil encontrar restaurantes peruanos no Brasil. Um exemplo disso é o famoso Astrid e Gaston, com mais de 30 restaurantes espalhados pelo mundo, alguns no Chile e Argentina. Então, podemos dizer que o Wanchako é uma raridade, até porquê prima pela boa cozinha peruana, sob o comando da chef Simone Bert, a qual é uma destas figuras exóticas que se caracterizam pela simpatia e originalidade. Pequenina, com várias tatuagens pelo corpo, trabalhadora e com um bate-papo nada convencional, Simone encanta como pessoa e como profissional. Talvez seja isso o quê faz com que o Wanchako fique lotado em plena segunda-feira e olha que os valores cobrados são acima da média para Maceió. Este pequeno restaurante está muito bem localizado no entroncamento dos bairros Jatiúca e Ponta Verde, mas é tão discreto, que é possível que você passe em frente e não perceba que está dinate de um dos melhores restaurantes de Maceió. Discreto por fora e charmoso por dentro, decorado com peças típicas do Peru, o restaurante é a cara da proprietária Simone Bert, filha de peruano. O atendimento não chega à ser uma maravilha, mas não compromete o conjunto. A qualidade da comida é boa e a carta de vinhos agrada (Valduga 130 espulmante brut à R$ 80,00). O preço é um pouco salgado, mas justificável pela boa comida e pelo chame do lugar. Bem frequentado, é possível que você encontre algumas celebridades no local, como o ótimo Jorge Benjor, que lá estava em plena segundona. Pesa um pouco no bolso, mas vale a experiência.
Restaurantes em Maceió: Picuí
Ir ao nordeste e não comer carne de sol é como ir à São Paulo e não comer pizza. E entre todos os restaurantes especializados em carne de sol, o Picuí talvez seja o mais badalado. Não é por menos, o chef Wanderson Medeiros, eleito chef revelação do Brasil, pela revista prazeres da mesa e chef do ano em Maceió, pela revista Veja, nos brinda com um cardápio recheado de novidades, mas o tradicional churrasco de carne de sol é imbatível. Experimente o filé de sol, beba uma das cachaças disponíveis na sua boa carta de cahaças (Providência à R$ 3,50) e mande ver uma cerveja bem gelada. Tudo isso, em frente ao mar, próximo ao centro de Maceió. O ambiente é acolhedor, o atendimento não compromete, a comida é boa e o preço não judia do bolso. Para quem não bebe cerveja ou cachaça, tem uma razoável carta de vinhos à disposição. Muito interessante é o Brownie acompanhado de sorvete de tapióca e originalíssimo é o sorvete de rapadura. Outra parada gastronômica obrigatória em Maceió.
Restaurantes em Maceió: Akuaba
O Akuaba está localizado no final do bairro de Jatiúca, na entrada para o bairro de Mangabeiras e é especializado em frutos do mar, com fortíssima influência afro-baiana. Tem nas moquecas o seu prato forte e aí se encontram verdadeiras delícias, como a exótica moqueca de siri com camarão. Vale destacar também uma verdadeira iguaria: o siri mole, somente disponível em alguns períodos do ano. O ambiente é agradável, o atendimento é bom, a comida é excelente e a carta de vinhos cumpre sua função (ex.: Crios Torrontés de suzana Balbo, por R$ 58,00). Não é caro e vale muito a visita, principalmente se você for um apreciador de peixes e frutos do mar.
Restaurantes em Maceió: Armazém Guimarães
Olá amigos! Retorno de férias e inicio hoje, uma série de posts sobre alguns restaurantes por mim visitados em Maceió. O restaurante de hoje é o Armazém Guimarães. Sem delongas e histórias sobre a família proprietária, vamos ao que interessa: bem localizado, no bairro da Jatiúca (ao lado da Ponta Verde), à 100m do Maceió Atlantic Suítes (antigo Meliá), tem ambiente encantador, com paredes de tijolo e peças antigas como decoração. O preparo das pizzas (especialidade da casa) se dá de forma aparente e o forno de barro rouba a cena. O atendimento é razoável, boa parte prejudicado pelo intenso movimento em qualquer dia da semana. A pizza tem ótima qualidade, principalmente as típicas da região como a pizza de carne seca e queijo coalho. A carta de vinhos é enxuta, mas traz algumas opções interessantes, como o Paulo Laureano clássico (R$ 50,00). Sem dúvida, um restaurante de visitação obrigatória em Maceió.
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