O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Castillo de Montearagon 2003

Achei este vinho ( e só tinha ele; uma única unidade) nas prateleiras do Pão de Açucar, perdido, quietinho, empoeirado, mas... de pé! Pela Santa Madre, porque será que os supermercados não começam à guardar direito os vinhos, afinal de contas, já não somos mais meros coadjuvantes consumidores do terceiro mundo, desprezados pelos ricos europeus, porque "nunca antes na história deste país", comemos e bebemos tão bem e entendemos tanto de boas coisas da vida, que merecíamos o mínimo de tratamento correto daqueles que lucram com o aumento do nosso poder aquisitivo, repito o termo: aquisitivo, que vem de aquisição, ou seja, comprar! Me deu um frio na barriga ao comprar este vinho: será que estaria vivo? Será que 7 anos em garrafa, provavelmente a maior parte do tempo de pé, teriam sepultado este vinho? Bom, se estivesse estragado, eu não perderia tanto, afinal paguei incríveis R$ 29,00, isto mesmo, apenas R$ 29,00 em um reserva espanhol! Corte de tempranillo, grenache e carignan. Na taça, mostrou coloração vermelho púrpura com reflexos alaranjados, tendendo ao tijolo. Nariz de frutas vermelhas maduras, com muitas especiarias e toque animal. Na boca, acidez ainda viva, graças provavelmente a presença da carignan. Fluido, madeira bem presente, pouca complexidade, mas correto. Não sei se aguenta mais um ano em garrafa, porque já está em um ponto em que os toques animais e de envelhecimento estão tomando conta do vinho. Beba logo! Vale a experiência. Nota: 87 pontos.

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