Fiquei curioso quando encontrei este vinho à venda, por dois motivos. Primeiro, por se tratar de Merlot, cepa não tão difundida na Argentina e segundo, por ser de 2004, ou seja, não é tão novinho assim. Então, caros amigos, ou eu me daria bem ou tomaria chumbo! E chumbo dobrado, porquê comprei duas garrafas!!!
A Malbec se deu muito bem na Argentina e carrega o status de cepa emblemática deste país. A Cabernet Sauvignon tem dado grandes vinhos, a Syrah se encontrou ao norte de Mendoza, a Pinot Noir começa à mostrar a cara na Patagônia e a Torrontés está quase se definindo como uva argentina típica, graças aos exelentes resultados nos Vales Calchaquies. Mas, e a Merlot? Estão fazendo tentativas na Patagônia, de onde experimentei alguns merlot e sinceramente posso dizer que estão bem longe dos nossos melhores brazucas. Este vinho é um Merlot do Vale do Uco, passa bom período por carvalho e posso dizer que passou no teste. Coloração violácea com traços de evolução em garrafa, lágrimas grossas. Aromas de ameixas pretas, chocolate e tabaco. Boca sedosa, álcool comportado e taninos redondos. A madeira está presente, mas não incomoda ou deixa o vinho enjoativo. Numa degustação às cegas, seria facilmente confundido com um bom Carmenere chileno, devido ao toque achocolatado. Este vinho é uma prova de que se a uva for tratada com cuidado e tivermos paciência para esperar o seu melhor momento, bons resultados aparecerão. Bom vinho e bom exemplar de Merlot argentino. Falta um algo mais para encantar, mas é gostoso e não fará feio com um belo filet ou picanha. Nota: 89 pontos. Paguei R$ 45,00. Po este preço, está justo!
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