O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Restaurante La Corte (Montevideo) e RPF Pisano Tannat 2007

É, meus amigos; é infeliz admitir isto, mas é verdade: o Uruguai está numa pindaíba danada! Este simpático país no sul da América do Sul, produtor de alguns bons vinhos, oferece boa qualidade de vida e tranquilidade, mas está à beira da falência. Percebe-se isto nitidamente num simples caminhar por suas ruas do centro. Lojas fechadas, desespero em acolher os turistas e exploração de preços, os quais para nós são normais, mas para padrões uruguaios são abusívos. Por exemplo: sorvete de doce de leite tentação casquinha do Fredo (uma delícia), por R$ 6,00! Vai me desculpar caro leitor, mas compro sorvete em São Paulo por metade do preço. Entrei no Restaurante La Corte, rua Sarandí, centro de Montevideo, lugar tradissionalíssimo! O ambiente é muito bom, entrada imponente, interior aconchegante, três andares. Os melhores lugares para ficar são no andar térreo e na adega inferior, porém estão sempre reservados. Será mesmo? Fiquei no andar superior, bom mas não tão aconchegante. Sentei numa mesa simples e tive um serviço de mesa bem amador. Tudo isso me pareceu explorativo de turista, com privilégio para locais, algo bem parecido com algumas cidades do nordeste brasileiro. Ou seja, eles não estão interessados na preservação do cliente e sim em tirar o máximo daquela passagem naquele momento. Puro amadorismo e desespero de quem está numa decadência tão grande, que já se  percebe o desespero em seus olhos. Mais uma vez me desculpe leitor, pois foi isto o que senti no La Corte. Vamos à comida: entecorte de carne macio, mas com tanta gordura que reduz a carne pela metade, filet mignon simples com acompanhamento de papas fritas. Comida simples, bem feitinha, mas sem empolgar. A entrada foi o melhor: presunto cru gostoso e em abundância. O vinho: RPF Pisano Tannat 2007, bom e com preço honesto (R$ 52,00). Ainda jovem, deve estar melhor em 2 ou 3 anos, mas está bom para beber. Coloração vinhosa, sem evolução. Aromas de frutas maduras, carvalho e leve couro. Boca cheia e pesada, como deve ser um Tannat. Taninos vigorosos, que devem arredondar com o tempo. Final longo. Bom vinho, com boa perspectiva de guarda. Nota: 89 pontos. Quanto ao restaurante, se alguém for à Montevideo, prefiram o Mercado do Porto, de preço igual, com mais tipicidade e qualidade.

Um comentário:

  1. Olá Emílio,

    Obrigado pelo retorno. Nossa, nem tinha visto que não tinha te colocado como seguidor rsrsrs... acho isso engraçado!

    Sei muito bem como é difícil encontrar vinhos bons em torno de 30 a 40 reais, se existem são achados e de uma safra apenas, o que não é o caso do Casillero, concordo em gênero, número e grau, porém gosto da regularidade que os grandes produtores como a CyT conseguem exprimir em vinhos de produção de larga escala, o que já é um ponto positivo e passa longe desses Híbridos de suco de uva com álcool. Eles também conseguem um ótimo Merlot!

    Muito obrigado pela indicação da Grand Cru, sei que não vou me arrepender quando tiver a oportunidade de conhecer!

    Show... cruzeiro também deve ser tudo de bom, eu e minha esposa temos vontade de fazer um passeio desses, mas é tanto lugar que queremos ir! Acho que Santiago e Mendoza irão vir primeiro.

    Muito triste seu post do Uruguai. É um País muito bonito, espero que essa crise chacoalhe eles e os faça reerguer!

    Vamos conversando!

    Um grande abraço.

    Raphael Baruki.

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