O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sobre pontuações e críticas: uma breve pincelada.

Escrevo este artigo depois de ter sido interrogado por colegas sobre critérios e veracidade de pontuações. Mas, o quanto vale estas pontuações? O que tem de marketing atrás disto? São confiáveis? A resposta que dou, meus amigos, é a mais verdadeira e menos trambiqueira possível: depende do ponto de vista, do nível de conhecimento e do paladar de cada um. É inegável que os grandes críticos mundiais têm enorme competência técnica para avaliar e julgar um vinho, assim como também têm de ter um mínimo de ética à ponto de não colocar em risco suas valorizadas opiniões. Maaaaasss, também é certo, mas não declarado publicamente (ninguém é bobo!) que rola uma graninha por trás dos bastidores, com fins de hiper-valorizar um determinado produto. Seria o equivalente a "mala branca" do futebol, ou seja, dar um "incentivo" para o time ganhar. Se não existisse a "mala branca", como então justificar 98 pontos para o Cobos Malbec? 90 pontos para o Álamos Malbec? 96 pontos para o Almaviva? 100 pontos em diversas safras para o Pétrus? Será que existe um vinho perfeito? Se existir, então nunca mais provarei nada melhor em minha vida terrestre? Após estas colocações, gostaria de fazer alguns comentários. Considero muito importante o papel destes cultuados críticos de vinho, porquê acho que são formadores de opinião e ditam positivamente o caminho à seguir. Também considero que suas avaliações são uma bela ferramenta de orientação na hora da compra. Mas, acho que tudo deve ser dosado e que não existe opinião que corresponda à uma verdade absoluta. Cada crítico avalia um vinho de acordo com seu próprio paladar e está provado cientificamente que cada pessoa tem percepções diferentes de um mesmo produto. Portanto, isto justifica certas diferenças de notas entre um crítico e outro. Por exemplo: Robert Parker tem uma tendência à valorizar vinhos com fruta e maturidade maiores, Jancis Robinson vai mais pelo lado da elegância, Patrício Tapia gosta de acidez marcante nos vinhos, Wine Spectator puxa a sardinha para os vinhos americanos e australianos e por aí vai... Então senhores, a minha dica é: procure qual crítico se encaixa no seu gosto e siga suas opiniões, ao invés de você ter que abdicar do seu paladar para seguir críticas e não correr o risco de sofrer de Parkerização*. A melhor forma de termos opinião própria é estudando, bebendo e tecendo comentários sem medo de reprovações. Se você acha que aquele vinho tem cheiro de xixi de gato e merece 92 pontos, então diga que sim! Em relação às notas dos críticos, acho que o mais confiável é aquele vinho que é avaliado por diversos críticos e recebe pontuações semelhantes entre eles. Por exemplo: 92, 90, 90, 89 e 91 pontos. Ou: 91 em 100 pontos, 4 em 5 estrelas, 17 em 20 pontos. Considero o sistema Parker de pontuação, se não o melhor, mas o mais universal, por isso é o que adoto em meu blog. Não sou dono da razão, mas algo tenho para oferecer aso leitores: sinceridade e honestidade. Ah! Também estou aberto à críticas e sugestões. Até a próxima!
* Parkerização: Doença grave e progressiva, sem perspectivas de cura, que vai consumindo o enófilo à ponto deste só comprar e consumir vinhos com altas notas de Robert Parker, deixando os vinhos de baixa nota estancados nas prateleiras dos supermercados e importadoras, perdendo assim, uma grande oprtunidade de prazer pessoal.

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