O mundo em uma taças

Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que


viajarei pelo mundo através de seus goles.






sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Alfredo Roca Cabernet Sauvignon 2004

Próximo ao final do dia de serviço, recebi uma ligação de minha filha solicitando que eu fosse ao supermercado com fins de comprar Yakult. Como pedido de filho é ordem, cumpri minha missão de pai, mas dei uma pequena desviada no percurso em direção à pobre sessão de vinhos do supermercado e encontrei perdida, no meio de tantas porcarias, uma garrafa de Alfredo Roca Cabernet Sauvignon 2004, com o rótulo envelhecido e a garrafa manchada de branco. Tive boas experiências com cabernet e malbec argentinos de longa data, que se mostravam vivos no momento da degustação, mas nenhum deles tão simples como este humilde vinho de base de Alfredo Roca. Já elogiei neste blog o simples e agradável Afredo Roca Malbec e também a boa longevidade dos Cabernet Sauvignon argentinos, portanto, justificativa eu tive para apostar neste 2004. Ao abrir a garrafa, surpresa: coloração de vinho ainda jovem! Será o Benedito? Como pode um vinho simples, sem pretenções, exposto anos numa prateleira de supermercado, de pé e em condições climáticas não favoráveis, com constante manipulação, sobreviver e se manter jovem? Sim, e muito vivo! Aromas de cassis, frutas vermelhas, especiarias, tudo o que já se conhece de um simples cabernet sauvignon, mas com uma pequena evolução que amacia um pouco o vinho e o deixa, nem que seja no sub-consciente, diferente daquela "mesmiçe". Deixei meia-garrafa para o dia seguinte e estava... melhor!!! Caramba, certos dias, a gente ganha na loteria. Poxa! Poucas vezes um vinho de R$ 19,00 me deu tamanha felicidade! Valeu a experiência e através dela, comprovei que os cabernet da Argentina, quando têm um mínimo de seriedade, sabem evoluir, ou pelo menos, se manter vivos em garrafa por longo período. Nota: 87 pontos. Tá bom por menos de R$ 20,00.

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