Cabernet sauvignon do Maipo tem que ter mentol, correto? Nem sempre! Vai depender de qual região do Maipo ele vem. Este exemplar produzido pela competente Vinícola Ramirana (especialista em vinhos comerciais, mas que não agridem ao pálato) é um bom exemplo do que estou falando: bom corpo, tipicidade, madeira correta, álcool um pouco acima do ideal, mas sem incomodar, aromas bem didáticos de cassis, taninos comportados e final agradável. Poucas arestas fazem deste vinho um bom companheiro para o dia-a-dia, mas o problema é o preço: R$ 52,00, muito para o que oferece. Em julho deste ano, bebi o reserva desta marca, na churrascaria "Churrasco ao vivo" em Campos do Jordão e me pareceu mais interessante que este Gran-reserva; esquisitisses à parte recomendo este vinho à beira da churrasqueira escoltado por uma bela picanha. Nota: 88 pontos.
Um blog de um enófilo apaixonado pelo vinho, onde não existe relacionamento comercial com NENHUMA importadora, distribuidora ou qualquer empresa que comercializa vinhos, portanto totalmente livre para opinar, criticar positiva ou negativamente. Não tenho curso ou qualquer documento que demonstre minha técnica, apenas meus sentidos e minha honestidade. "Sigam-me os bons!"
O mundo em uma taças
Dê-me uma taça com um pouco de vinho, que
viajarei pelo mundo através de seus goles.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Valmarino Espulmante Brut Rosé 2010
Gosto muito de vinhos espulmantes e por isso, experimento quase tudo o que chega na minha mesa. É claro, que desta maneira, vou ter muitos momentos felizes e outros nem tanto assim. Já conhecia os vinhos espulmantes brut da Valmarino; o champenoise é acima da média nacional e o charmat é uma boa opção mais fresca e com bom custo-benefício. Este brut rosé (corte de sangiovese e pinot noir) foi novidade e que grata novidade! Começa no visual: finalmente um rosé fora da Provence (e olha que é espulmante) com cor de rosé! Vou explicar, rosé que se preze não tem cor rosa ou groselha, mas sim aquele salmão ou como chamam alguns, cor de casca de cebola. O perlage é abundante e finíssimo, pena que não dura muito. Olha pessoal, é um visual muito convidativo e que arrebenta em festas e comemorações como aperitivo. Os aromas não dizem muito, são bem tímidos, remetendo à delicadas flores e pequenas frutas vermelhas frescas, mas o forte é mesmo a boca: cremosidade e refrescância formam um par admirável na beira da piscina. Com a já conhecida acidez do terroir de Pinto Bandeira, este vinho tem tudo para arrebentar em vendas, porquê combina com o nosso clima quente de verão. Vinho com medalha de ouro em alguns concursos, é imbatível em sua faixa de preço. Paguei incríveis R$ 20,00!!! Já encomendei outras 3 garrafas, pois um espulmante rosé com igual qualidade em outra parte do mundo custa 3 ou 4 vezes mais. Nota: 89 pontos.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Boas Vinhas Dão Tinto 2009
O Dão sempre se caracterizou por vinhos potentes e feitos à moda antiga, justamente porque é uma das regiões vinícolas mais antigas de Portugal. Nos últimos tempos, o Dão foi submetido à uma mudança muito benéfica no estilo de seus vinhos, passando à produzir ótimos e elegantes exemplares, alguns deles entre os melhores de Portugal. Talvez, o vinho de base mais conhecido do Dão seja o Quinta de Cabriz, então a comparação com o qual vou falar é inevitável. A garrafa é linda e o rótulo é muito bem feito, passando a idéia de um vinho muito bem produzido, mas também com forte apelo comercial. Corte de Tinta Roriz, Alfrocheiro e Touriga Nacional, apresenta coloração violácea intensa bem jovial, com lágrimas grossas e boas manchas na taça. Os aromas são muito ofuscados pela forte presença da madeira, a qual realmente atrapalha muito na identificação. Do pouco que deu para perceber, ameixas e framboesas pretas bem maduras com a grande predominância da baunilha, côco e tostado da madeira, uma pena. Na boca, mostra-se com um bom corpo, boa densidade e bastante concentração, mas algo pesado, de novo por culpa da madeira. Tem boa acidez e taninos bons de briga. O final é longo e o álcool é comportado. No todo, considero o vinho apenas mediano, devido ao uso bastante equivocado da madeira, dando a impressão que há algo mais além de envelhecimento em barricas. Lembra muito um vinho básico do Novo Mundo (principalmente Chile), que ganha "toras" de carvalho para disfarçar possíveis defeitos. Em resumo, é menos agradável que o Quinta de Cabriz, mas pode ser utilizado como dia-a-dia na companhia de pratos mais encorpados e robustos, principalmente se for encontrado à venda no preço que eu paguei: R$ 25,90. Nota: 85 pontos.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Chateau La Motte 2009
Vinho que chegou ao mercado recentemente, multíssimo badalado e com uma enorme propaganda. Resultado: já esgotou o estoque na Grand Cru! Mas ainda encontra-se disponível em outras lojas de vinho, pelo mesmo valor (Ex: Vinhocracia). Vinho produzido com uvas de Medoc e Pauillac, sendo 87% Merlot e 13% Cabernet sauvignon. Na taça, observa-se coloração violácea intensa, sem nenhum traço de evolução. Lágrimas grossas e manchas pesadas na taça denotam um bom corpo. Muito aromático mesmo, trazendo ao nariz groselha, framboesas e violetas bem maduras. Após algum tempo, ganha aromas de ameixas pretas. Parecidíssimo com um Malbec mais básico argentino, só que bem feitinho. Aliás, numa degustação às cegas eu apostaria minhas fichas que eu estaria bebendo um Álamos Malbec. Se o nariz é o ponto forte deste vinho, na boca temos uma ambiguidade: uma ótima acidez e frescor o difere de qualquer Malbec argentino, mas o álcool (14%) está aparente demais e às vezes o deixa um pouco cansativo. Bom, mas isso não tira o brilho deste gostoso vinho francês, o qual é vendido à R$ 39,00. Este preço seria inimaginável num vinho francês com uma razoável qualidade desta, alguns anos atrás. Sinal dos tempos? Enquanto não temos respostas, vamos aproveitar o bom momento. Compra segura, vinho bastante comercial, mas que vai agradar a maioria. Justo no preço! Nota: 88 pontos.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Quinta de São João 2004
Este vinho se define com uma frase: "português fazendo o que sabe fazer melhor, mistura de uvas portuguesas". É exatamente isto, um vinho que expressa muito bem o típico vinho português de qualidade. Tem todos os predicados de um vinho sério e delicadamente moldado em uma região vitivinícola muito interessante, o Tejo. Pelo que andei experimentando dos vinhos do Tejo, percebo uma certa semelhança com seu vizinho do Sul, o Alentejo, mas com mais frescor e acidez, ganhando em vocação gastronômica. Vamos ao vinho: belísima coloração rubi com reflexos violáceos, brilha muito e apresenta belas lágrimas. Não vamos dar voltas nos aromas, esqueça qualquer comentário que fala de frutos maduros ou banho de madeira, esqueça qualquer comparação com vinhos do Alentejo, este vinho é puro mix de especiarias no nariz com pequenas frutas negras e cedro de fundo. Uma bomba de pimenta preta, pimenta branca, cardamomo, cravo, coentro vão invadir seu nariz e clamar pela boca, a qual recebe agulhadas vigorosas de uma acidez inimaginável para um vinho do centro de Portugal. Um frescor acompanha este veludoso vinho e o conjunto cresce muito com comida. Final longo, bem longo completa este vinho português de manual. Um corte afinadíssimo de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, que revela uma elegância ímpar deste país que encanta pelos seus vinhos. Com este vinho provado, fechei a trinca Pinhal da Torre: Tradicional (vinho prazeroso e barato para o dia-a-dia), 2 words (diferente e potente, bom para ocasiões mais trabalhadas) e Quinta de São João (evoluído, elegante e austero, perfeito para situações especiais). Está em promoção na Wine, por R$ 80,00, honestíssimo pelo que o vinho entrega. Nota: 92 pontos.
Chablis Domaine Billaud Simon 2006
Este é o quarto Chablis que experimento e é o quarto Chablis que aprovo! Parece que não existem Chablis ruíns, todos são no mínimo, bons. O encantamento se inicia logo no visual do rótulo, clássico e bonito. Ao se colocar o vinho na taça, brillham os olhos com o amarelo dourado límpido e brilhante que vem da taça. Os aromas se iniciam com leves frutas brancas, flores e mel, evoluíndo para castanhas e sutis avelãs, terminando com um nítido maracujá. Complexo nos aromas, rico também na boca, a qual nem percebe o álcool (12,5%), acidez presente e um frescor que deixa levíssimo o vinho, tornando-o fácil de beber. Final médio. Está no seu apogeu, combinando notas de amadurecimento com frescor e acidez vivos. Vinho de grande estirpe, com potência aromática, bom corpo e elegância. Comprei por R$ 75,00, em condições especiais na Maison du Vin e vale cada centavo investido. Faz jus à célebre frase: "Borgonha é Borgonha, o resto é vinho!" Nota: 91 pontos.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Veo Grande Carmenere reserva 2009
Quando se fala em Carmenere e Colchágua, logo se pensa em hipermaturidade, alta concentração e calor na boca, certo? Nem sempre! Comprei este vinho baseado em boas referências nos enoblogs e confesso que esperava um vinho super potente e com madeira à tona, mas para minha felicidade eis que se mostra um vinho tremendamente elegante, apesar de sua juventude. Uma linda coloração rubi muito brilhante até pode sugerir falta de concentração, mas uma "olhada" mais profunda mostra uma textura visual algo licorosa, já revelando um pouco do que há por vir. O nariz é muito bom mostando frutas vermelhas, especiarias, leve cedro e toque herbáceo. Muito elegante, fácil de ser confundido com um cabernet franc, também pode se passar por um Merlot de clima frio. Na boca, a surpresa: vinho com uma acidez e frescor raríssimo de se encontrar no Vale do Colchágua. Muito no estilo Velho Mundo, o vinho tem bons taninos, textura cremosa e corpo médio. Final ligeiro, mas que não compromete o conjunto. Álcool imperceptível. É o tipo de vinho dito "perigoso", pois é muito fácil de beber e de se acabar com a garrafa toda. Boa vocação gastronômica e custo acessivel (R$ 34,00), fazem deste vinho uma excelente opção para o dia-a-dia, mas se você o encontrar em uma carta de restaurante, pode pedir que não fará feio. Compra muito segura, eu garanto. Nota: 89 pontos.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Descorchados 2011: Uma breve análise crítica
Tudo bem, eu sei que estou atrasado com isto, mas foi somente agora no Dia dos Pais, que fui agraciado com este belo presente. Após 3 dias de leitura e consultas, desbravando as minúcias deste bom guia de vinhos e comparando-o com suas edições anteriores, sinto-me à vontade para opinar:
1) O Descorchados 2011 está graficamente mais simples, razão pela qual também ficou mais barato. Análise: Será que eles perceberam que puxaram demais no preço a ano passado? A mudança de editora tem à ver com isso? Minha opinião: A simplicidade desta nova edição não atrapalha em nada o uso do manual e que fique mais barato ainda!
2) O Descorchados 2011 não traz rótulos brasileiros. Análise: Será que eles deram uma tremenda mancada o ano passado, pontuando muito baixamente os vinhos brazucas, inclusive a nossa glória nacional, os vinhos espulmantes? Os produtores brasileiros, em resposta ao Descorchados, não entraram com seus vinhos este ano, até para não correrem o risco de "queimar o filme" novamente? Minha opinião: Patrício Tapia e cia. pisaram na bola do maior mercado importador de vinhos da América do Sul e o mais emergente do mundo; foram excessivamente patriotas e agora vão ter que remar de novo para conquistarem uma confiança perdida.
3) O Descorchados 2011 tem a ausência de adegas importantes como Achaval Ferrer, Garcez Silva e Viña Cobos. Ué? Não entendi!
4) O Descorchados 2001 tem uma enxurrada de novas pequenas adega chilenas, quase todas de bom nível. Ótimo, mas onde encontrar estes vinhos para comprar aqui no Brasil?
5) O Descorchados 2011 é marcado pela forte presença de vinhos de autor, produzidos por enólogos importantes em pequenos projetos pessoais. Devem ser vinhos ótimos, mas de novo, onde comprar? Eu sei que o I latina da Irene Paiva tem para vender aqui no Brasil, mas custa R$ 112,00!!!!
6) No Descorchados 2011, o Chile é soberano frente a Argentina. Será que no ano que vem também não vamos ter os hermanos no guia? Seria isto outro sinal de patriotismo exagerado de Tapia?
7) A bola da vez no Descorchados 2011 é a Adega Calyptra. Me digam senhores, onde encontro vinhos da Calyptra aqui no Brasil? A onda San Antonio e Limarí já passou?
8) Sepia Carmenere 91 pontos, por cerca de R$ 30,00 aqui no Brasil. Vou comprar 10 caixas!!!
Conclusão final: O Descorchados 2011 continua sendo um bom indicador de vinhos da Argentina e do Chile, sabemos que Tapia e cia. valorizam muito a tipicidade de Terroir do vinho e sua acidez associada com o frescor, ítens que estou de pleno acordo; o preço está mais acessível, mas cuidado Sr. Tapia para não cair na armadilha do patriotismo exagerado que tanto contamina os hermanos, senão correrás o sério risco de perder seu melhor mercado consumidor.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Gran Feudo rosado Julian Chivite 2010
Rosado tem que ser assim, quanto mais novo, melhor! Então, este comentado vinho espanhol da safra de 2010 me encheu de esperança para sorrir, mas... é um rosado comum, bem comum. Tudo bem que a função básica de um vinho rosé é refrescar um momento descompromissado, melhor ainda num dia quente e ensolarado à beira da piscina, mas o vinho é bem simples mesmo. A garrafa é bonita e é o ponto mais forte deste vinho. A coloração é vermelho claro entre o groselha e o pink. Os aromas são bem simples, morango e amoras se destacando e nada mais. Na boca é que se conhece o rosé e este não descepcionou na acidez e frescor, portanto se presta para sua finalidade principal, mas... Pois é, meus amigos, não tenho muito para falar deste vinho à não ser que seja mais um passatempo agradável em substituição à cerveja. Pela qualidade, poderia custar mais barato que seus R$ 35,00. Nota: 85 pontos.
domingo, 14 de agosto de 2011
Ventisquero Queulat Gran reserva Cabernet sauvignon 2005
Fiz uma compra de vinhos na Vinhocracia e eis que recebo uma grata surpresa, um Queulat Cabernet sauvignon 2005. Todos nós sabemos que é um vinho bem agradável, representa dignamente o Maipo e tem preço honesto, mas bebê-lo em sua plenitude foi uma experiência neurosensorial cativante. Aí que realmente lamentamos a nossa falta de paciência com alguns vinhos, bebendo-os em sua rústica juventude, privando-nos de sua deliciosa maturidade. Posso garantir para vocês que este vinho ganhou e muito com seus 6 anos de envelhecimento. Seus taninos estão perfeitamente domesticados, seu corpo está perfeitamente integrado à madeira, sua acidez está ainda presente e sua tipicidade se mantém. Uma linda coloração granada com reflexos rubi convoca o nariz à taça. Aromas de um puro-sangue cabernet do Maipo: cassis, frutas vermelhas, especiarias, cedro e herbáceo, tudo em ordem, muito bem balanceado. Na boca, muito equilíbrio! Final médio com retrogosto elegante. Enfrentou um churrasco de picanha e se deu muito bem! Ah, se todo vinho fosse assim... Preço de mercado: em torno de R$ 50,00. Nota: 91 pontos.
Florilegio 2009
O quê fazer com um ossobuco que sobra do almoço? Simples, ragú de ossobuco no jantar! E ficou bom, viu! Mas, qual vinho para acompanhar? O óbvio manda vir um italiano com predominío de sangiovese, mas que tenha estrutura para aguentar a força do ossobuco, portanto esqueça aqueles exemplares simplórios de supermercado. Pensei num malbec argentino mais leve, mas talvez faltasse acidez. Um syrah australiano, zinfandel americano ou cabernet sauvignon chileno possuem mais estrutura que o recomendado para o prato. Um carignan do sul da França ou um corte bordalês talvez aguentassem a parada, mas ficaria algo esquisito. E um brazuca gaúcho? Nada a ver... Pois é, me rendi ao óbvio, mas não tão óbvio assim, fui de Florilegio, um mini-toscaninho de Maremma, corte de sangiovese, merlot e syrah. E não é que deu certo! O vinho casou perfeitamente com a prato, pois tinha uma ótima estrutura combinada com uma agradável acidez, indispensável para harmonizar com molho de tomate. Uma coloração vermelho rubi belíssima inundou a taça e animou o nariz. Aromas bem voláteis, denunciando amoras, framboesas e ameixas frescas, com pimenta preta bem insinuante, floral discreto e condimentado final. Boca ligeira, mas bem intensa, com taninos ríspidos e acidez pegajosa, final curto. Bom corpo e boa estrutura. Bela surpresa, bom vinho gastronômico, altamente recomendável para massas com molho à bolonhesa. Em torno dos R$ 50,00 (Maison du vin), peca no preço, mas é bem gostoso. Nota: 89 pontos.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Vega Saúco Crianza 2005
Há uns 2 meses comprei este vinho no Spani, motivado pela origem (Toro) e pela classificação (Crianza), sendo que o preço também estava atraente (R$ 36,00). Quando bebi, confesso que gostei do vinho, porém achei meio sem graça e já com início de involução. Navegando por blogs da internet, encontrei uma crítica positva deste mesmo vinho no Ouvindo vinhos, inclusive com uma menção de que foi ganhador de um concurso em São Paulo. Voltei ao Spani e comprei outra garrafa para testá-lo novamente e... nada mudou. A coloração vermelho rubi com reflexos alaranjados e leve acastanhado denotam que já ultrapassou levemente o seu apojeu. Os aromas são ricos em ameixas pretas, cedro, cravo e canela. Na boca, taninos bem redondos, acidez já parte dissipada, bom volume e leve amargor final. Continuo com a mesma opinião: é um vinho já em leve decadência, mas com interessantes aromas e torrefação. Gostaria de tê-lo provado em um estágio mais novo, para poder sentir todo seu potencial e acidez. No ponto em que eu o provei, é apenas mediano. Nota: 86 pontos.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Futebol e vinho: Brasil x Alemanha
Amigos leitores, hoje abro espaço no blog para falar de uma outra paixão que tenho, o futebol. Tal quanto no universo vinícola, onde estamos muito atrás dos alemães (pelo menos no que se diz respeito à vinhos brancos), ontem nós tomamos um "banho" de futebol. Foi um verdadeiro vareio de bola, um massacre! Não vimos a cor da bola e os 2 gols que fizemos ( um de pura incompetência da arbitragem e outro de um relampejo de um craque) nos livraram do que seria o resultado mais justo e humilhante: 3x0. Apesar de ainda achar que Mano Menezes tem caráter e competência, começo à ter sérias dúvidas sobre o seu bom senso e chego à pensar que ele está literalmente perdido. Todos nós brasileiros concordamos que após a copa do mundo era hora de mudanças, mas como explicar a presença de Lúcio e Júlio César (com mais de 30 anos)? É aceitável a convocação de jogadores medianos e que não são novos como Ralf, Jadson e Fernandinho? Então é melhor convocar Kaká e Ronaldinho, que também não são novos e já ultrapassaram o seu apogeu, mas têm qualidade acima da média e podem dar tranquidade para o Ganso e o Neymar jogar seu melhor futebol. Neymar, Ganso, Lucas, David Luís e Thiago Silva são jovens bons de bola e promissores do nosso futebol. Robinho, Daniel Alves e Ramirez são remanescentes da copa de 2010, que têm seu valor, mas precisam retornar ao seu melhor futebol para fazer parte do grupo (quem sabe, voltando à atuar no futebol brasileiro, mais perto da torcida, reavendo o entusiasmo). Pato, Lucas Leiva e Renato Augusto têm que jogar muito mais para serem convocados. E quanto ao André Santos? Hummm... Então, como todo bom torcedor e um dos milhões de técnicos brasileiros, vou dar meus pitacos:
1- No gol, não prescisa de renovação e sim de experiência e competência, com poucas falhas. Por que não o Rogério Ceni? Bom, experiente e cobrador de faltas e penaltis! Obs.: Não sou torcedor do São Paulo!
2- Maicon mereçe continuar sendo o titular da lateral direita e Mano precisa ter uma conversa séria com o Marcelo (Real Madrid).
3- A zaga é boa e jovem (Thiago Silva e David Luís), portanto é lógico termos e paciência e investimento neste entrosamento.
4- A vaga para primeiro volante está aberta (Arouca?) e Hernanes tem que ser convocado para segundo volante.
5- Ganso pode até ser o titular da armação, mas com o respaldo de um jogador experiente (Ronaldinho ou Kaká), para dividir a responsabilidade.
6- Neymar é titular absoluto.
7- Que apareça, pelo amor de Deus, um goleador até a copa!
Tenho certeza que alguns vão questionar algumas colocações, mas a maioria vai concordar com o que foi escrito. É isto que queremos de Mano: bom senso! Afinal, foi isto o que teve o tão aclamado Zagallo em 1970. Coloque os melhores para jogar e o resto é com eles! Mano também precisa peitar as estrelinhas da seleção e colocar estas maricas para jogar bola! É isto!!!
1- No gol, não prescisa de renovação e sim de experiência e competência, com poucas falhas. Por que não o Rogério Ceni? Bom, experiente e cobrador de faltas e penaltis! Obs.: Não sou torcedor do São Paulo!
2- Maicon mereçe continuar sendo o titular da lateral direita e Mano precisa ter uma conversa séria com o Marcelo (Real Madrid).
3- A zaga é boa e jovem (Thiago Silva e David Luís), portanto é lógico termos e paciência e investimento neste entrosamento.
4- A vaga para primeiro volante está aberta (Arouca?) e Hernanes tem que ser convocado para segundo volante.
5- Ganso pode até ser o titular da armação, mas com o respaldo de um jogador experiente (Ronaldinho ou Kaká), para dividir a responsabilidade.
6- Neymar é titular absoluto.
7- Que apareça, pelo amor de Deus, um goleador até a copa!
Tenho certeza que alguns vão questionar algumas colocações, mas a maioria vai concordar com o que foi escrito. É isto que queremos de Mano: bom senso! Afinal, foi isto o que teve o tão aclamado Zagallo em 1970. Coloque os melhores para jogar e o resto é com eles! Mano também precisa peitar as estrelinhas da seleção e colocar estas maricas para jogar bola! É isto!!!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Quinta do Alqueve Tradicional 2007
Quanto mais eu bebo vinho português, mais eu admiro vinho português. Se às vezes não impressiona, raramente descepciona. Para não cometer gaf, fuja dos baratíssimos (abaixo de R$ 20,00, com qualidade média ruím), mas também evite os muito caros (acima de R$ 90,00, não tão melhores). Escolha um "meio-termo", que a chance de satisfação é enorme! Este Quinta do Alqueve Tradicional é um corte tradicional de Castelão, Trincadeira, Tinta Roriz e Touriga Nacional, produzido no Tejo (Portugal). Pouco entendo de vinhos do Tejo, mas pelo que li e bebi, creio que pode se tratar de uma possível nova febre nacional portuguesa, algo parecido com o que vem acontecendo em Toro (Espanha) ou San Antonio (Chile). Vinho muito agradável, bem superior aos demais na sua faixa de preço ( oscila entre R$ 33,00 e R$ 50,00), bastante gastronômico e versátil. Coloração rubi com tendência para o violáceo, com reflexos violáceos e lágrimas médias, sem traços evolutivos. Aromas "bem portugueses" de frutas bem vermelhas, às vezes puxando um pouco para compota, acrescido de especiarias e violetas sutis. É bastante marcante no nariz e às vezes lembra um vinho regional alentejano, pelo toque terroso e ataque direto ao nariz. Na boca, se comporta muito bem, com taninos bem domados e acidez ótima, pedindo comida. Tem um belo retrogosto com um final realmente longo. É mais que um vinho para o dia-a-dia, mas dependendo da promoção pode se prestar muito bem para esta finalidade. Gostei e vou repetir a dose. Nota 89 pontos.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Riglos Gran Malbec 2006
Você já passou pela experiência de beber um vinho e achá-lo ótimo e após 1 ano, beber o mesmo vinho e não ter a mesma impressão positiva? Pois bem, aconteceu comigo neste fim de semana. O vinho foi o Riglos Gran Malbec 2006. Aproximadamente 1 ano atrás, bebi este vinho e fiquei impressionado pela força da fruta, explosão de aromas e sabores e principalmente, pela tão elogiada textura licorosa. Nesta segunda experiência com o mesmo vinho, 1 ano após a primeira, não tive a mesma impressão, achando o vinho sem tanta expressão frutal, textura média e até um pouco enjoativo. Será o Benedito? Não, eu tenho uma boa explicação para isto, afinal passei o dia bebericando vinhos e quando cheguei no momento clímax, por volta das 20:00h, já não aguentava mais beber vinho. Isso mesmo pessoal, NÃO desperdiçem a santa bebida em momentos inapropriados! O problema bem possivelmente era eu, porquê não é possível que um vinho de estirpe e qualidade como este venha involuir em apenas 1 ano, sendo que ainda está numa fase de plena evolução! Mesmo assim, tragos bons elogios à este bom vinho. Mais uma vez, bela coloração rubi com reflexos violáceos, sem traços de evolução. Lágrimas grossas, limpidez plena. Aromas típicos "malbecianos",que evocam frutos vermelhos, groselha, violetas e baunilha. Na boca, textura média, taninos presentes e domesticados, acidez baixa, retrogosto agradável e final longo. Nota: 90 pontos. Será que eu estou ficando chato para avaliar vinhos??? Tenho mais uma garrafa que vou beber e descrever logo, para tirar a prova.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Trapiche Broquel Bonarda 2007
Muito ouvi falar sobre este vinho, inclusive que era um dos poucos bons e baratos Bonarda no mercado brasileiro. Deixei de comprá-lo várias vezes, porquê não se trata de uma cepa que me encanta. Recentemente, experimentei o Broquel Cabernet sauvignon, o qual não encantou, mas também não magoou. Paguei R$ 26,00 neste Bonarda e posso afirmar que, nesta faixa de preço, só tem um concorrente à altura no mercado: Colônia las Liebres. Acho o conjunto do Broquel mais harmônico que o Colônia. Coloração violáceo quase negro, intransponível. Mancha a taça com um vigor de fazer inveja, deixa lágrimas pesadas que escorrem lentamente. Aromas francos de frutos vermelhos em compota, evoluíndo para pequenos frutos negros, com toque de baunilha, leve tabaco e chocolate amargo. Chama atenção um toque floral selvagem, que se confirma na boca, fazendo confusão com a acidez bem presente neste vinho (lembrando neste aspecto o Amalaya de Colomé). Taninos presentes e bons de briga, corpo médio, retrogosto intensamente vermelho com final médio para longo. Álcool marcando presença sem incomodar. Como se vê, é um vinho bem complexo para a faixa de preço, mas não escapa de alguns defeitos como o excesso de madeira e a rusticidade algo exagerada. Mesmo assim, é uma bela compra e vai satisfazer até o consumidor mais exigente. Nota: 88 pontos. Entra para o time dos bons e baratos deste blog.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Varanda do Conde Vinho Verde 2009
Que grata surpresa este vinho produzido em Monção, sub-região de Vinho Verde (Portugal). Com 12% de graduação alcoólica, supera neste ítem a classificação dos ácidos vinhos verdes tradicionais, costumeiramente com graduação alcoólica inferior à 11%. Corte de Alvarinho e Trajadura, esbanja frescor sem perder a classe e a aromaticidade. Coloração amarelo palha com reflexos verdeais, límpido e com lágrimas rápidas. Aromas que evocam um cítrico muito evidente, aspargos, grama cortada e leve floral. Lembra muuuuito um Sauvignon blanc de San Antonio. Na boca, respeita a acidez pungente dos Vinhos Verdes, mas em um estilo mais comercial e internacional, gerando uma salivação comportada, não deixando de ter um caráter crocante. Final curto e retrogosto agradável e macio. Paguei R$ 26,00 e garanto que ninguém vai encontrar um Alvarinho ou Sauvignon blanc de igual qualidade por este valor. Nota: 90 pontos.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Fantinel Cabernet sauvignon 2009
Vejam bem o que é a modernidade, um vinho italiano, velhíssimo mundo, preservador de suas culturas, defensor de suas cepas nativas, sem nenhuma vergonha de estampar no rótulo, de forma bem explícita, o nome da cepa francesa que dá origem à este varietal. Produzido em Friuli, mais especificamente na sub-região de Grave, nordeste da Itália, bem próximo à fronteira com a Eslovênia, vem este 100% Cabernet sauvignon que surpreende do primeiro ao último gole. Esta região da Itália produz bons vinhos brancos e alguns bons Merlot, mas Cabernet sauvignon é surpresa! Para quem espera um vinho verde ou amargo, este bom vinho vai dar o que falar. Coloração vermelho rubi com reflexos violáceos, lágrimas grossas e manchas pesadas na taça. Incrivelmente aromático, descreve-se com frutas vermelhas doces chegando à negras em alguns momentos. Toques de pimenta preta e cravo dão picância ao fundo terroso que faz confundir este vinho com alguns exemplares da Sicília. Isto mesmo, o vinho chega à ser quente em alguns momentos, contrariando sua origem. Na boca, taninos suaves e uma acidez que clama por comida, aliás o vinho cresce muuuuito com qualquer comida, até sopa de macarrão com feijão! Final mediano e retrogosto agradável completam o plantel. Quanto ao álcool, quase imperceptível. Vale à pena experimentar esta modalidade de Cabernet, principalmente acompanhado de refeições. Preço: R$ 54,00. Nota: 89 pontos.
Santa Helena Reservado Cabernet sauvignon 2010
Quis o destino que o post número 200 caísse em um vinho simples, bem simples, talvez um dos mais simples postados neste blog. Motivado pela boa experiência recente do Sauvignon blanc desta mesma marca, me habilitei à provar este simples Cabernet sauvignon chileno, oriundo do Valle Central, safra 2010. Ora, se aquele branquinho me agradou tanto, então porque não experimentar este tinto? Pois bem pessoal, aqui o resultado não foi tão animador. Se o branquinho agradou pelo bom frescor e tipicidade, este tintinho ficou devendo em complexidade. Também pudera, por R$ 10,00 (meia-garrafa) não dava para esperar muito. O vinho até que é bem redondinho, tem poucos defeitos, mas... Coloração vermelho rubi com reflexos violáceos sem nenhum halo aquoso ou borda de evolução, é claro, tinto simples de safra recente. Aromas bem simples de cerejas e ameixas um pouco maduras. Nada perceptível de madeira ou especiarias. Na boca, é macio com taninos presentes e não agressivos, acidez correta e corpo leve. Retrogosto e final discretos. Como eu disse, tem poucos defeitos, mas também tem poucos atrativos. Unicamente para escoltar almoço de dia-a-dia! Vai ficar colocado na posição de vinho fraco, no patamar superior. Nota: 84 pontos.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Vinho do mês: julho de 2011
Vinho do mês: Il Grigio San Felice Chianti Clássico reserva 2004. Um chianti clássico reserva bebido em seu apogeu. Sem mais comentários.
Surpresa do mês: A4 Anta Banderas 2008. Agradabilíssimo exemplar comercial, mas muito bem feito de Ribera del Duero, com a assinatura de Antonio Banderas.
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