O quê fazer com um ossobuco que sobra do almoço? Simples, ragú de ossobuco no jantar! E ficou bom, viu! Mas, qual vinho para acompanhar? O óbvio manda vir um italiano com predominío de sangiovese, mas que tenha estrutura para aguentar a força do ossobuco, portanto esqueça aqueles exemplares simplórios de supermercado. Pensei num malbec argentino mais leve, mas talvez faltasse acidez. Um syrah australiano, zinfandel americano ou cabernet sauvignon chileno possuem mais estrutura que o recomendado para o prato. Um carignan do sul da França ou um corte bordalês talvez aguentassem a parada, mas ficaria algo esquisito. E um brazuca gaúcho? Nada a ver... Pois é, me rendi ao óbvio, mas não tão óbvio assim, fui de Florilegio, um mini-toscaninho de Maremma, corte de sangiovese, merlot e syrah. E não é que deu certo! O vinho casou perfeitamente com a prato, pois tinha uma ótima estrutura combinada com uma agradável acidez, indispensável para harmonizar com molho de tomate. Uma coloração vermelho rubi belíssima inundou a taça e animou o nariz. Aromas bem voláteis, denunciando amoras, framboesas e ameixas frescas, com pimenta preta bem insinuante, floral discreto e condimentado final. Boca ligeira, mas bem intensa, com taninos ríspidos e acidez pegajosa, final curto. Bom corpo e boa estrutura. Bela surpresa, bom vinho gastronômico, altamente recomendável para massas com molho à bolonhesa. Em torno dos R$ 50,00 (Maison du vin), peca no preço, mas é bem gostoso. Nota: 89 pontos.
Um blog de um enófilo apaixonado pelo vinho, onde não existe relacionamento comercial com NENHUMA importadora, distribuidora ou qualquer empresa que comercializa vinhos, portanto totalmente livre para opinar, criticar positiva ou negativamente. Não tenho curso ou qualquer documento que demonstre minha técnica, apenas meus sentidos e minha honestidade. "Sigam-me os bons!"
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